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Quem apoia quem na economia
A definição de um segundo turno na disputa presidencial deu largada a uma sequência de anúncios de apoios não apenas no mundo político, mas também entre atores importantes da economia nacional —analistas, pesquisadores, técnicos, executivos e empresários.
Nesta quinta (6), os economistas Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, e Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), anunciaram apoio à candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).
- A notícia foi apontada por parte do mercado como um gatilho para a Bolsa ter alcançado a máxima do dia pela manhã e fechado o pregão em alta de 0,31%, aos 117.560 pontos, em um dia negativo lá fora.
Do lado do atual mandatário Jair Bolsonaro (PL), estão associações de empresários do agronegócio paulista (Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e setores do empresariado.
Veja quem mais na economia já anunciou apoio público aos candidatos:
Lula:
- Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.
- Persio Arida, que também participou da formulação do Real e foi presidente do BC.
- Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda no governo Temer (MDB) e ex-presidente do BC sob Lula
- Grupos de economistas ligados a universidades públicas e privadas também participaram da campanha de adesão à candidatura petista. Entre eles, estão os colunistas da Folha Michael França e Sergio Firpo.
Bolsonaro:
- Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil na atual gestão.
- Helio Beltrão, presidente do instituto Mises Brasil e colunista da Folha.
- Roberto Justus, empresários e apresentador.
- Luciano Hang, dono da Havan. Ele e outros empresários, como José Isaac Peres, da Multiplan, Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, estavam em um grupo de WhatsApp em que se defendeu um golpe caso Lula vença a eleição.
O golpe da compra fantasma
O cliente aproxima ou insere o cartão na maquininha, coloca a senha, e uma mensagem de erro aparece. Em uma nova tentativa, a transação é efetuada. Na grande maioria das vezes, o que ocorreu foi um problema técnico.
Em alguns casos, porém, o que houve foi um golpe.
Entenda: nesse tipo de crime, criminosos se passam por funcionários da adquirente (empresa de maquininha) ao ligarem para o lojista e solicitarem o download de um arquivo para uma suposta atualização dos sistemas.
- Esse arquivo acessa o computador a distância, e os criminosos então instalam no software de pagamentos o Prilex, que afeta os pagamentos nas máquinas conectadas ao sistema.
- Quando aparece a mensagem de erro, na verdade a transação foi realizada para uma conta fantasma. A segunda compra é que vai para a verdadeira loja, para evitar logo de cara uma suspeita de golpe.
- A marca do crime só aparece na fatura do cartão do cliente, com duas compras feitas no mesmo valor.
A Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) diz que o Prilex é conhecido e combatido em sistemas de pagamentos e não é capaz de comprometer a segurança do chip.
- Segundo a entidade, esse tipo de evento foi identificado em apenas um tipo de sistema, que gerou rápida mobilização por parte das empresas para implementar mecanismos capazes de neutralizar a ação.
O que fazer? Para os lojistas, a recomendação é confirmar a identidade do profissional que está ligando em nome da adquirente. Para o consumidor, é sempre conferir a fatura do cartão e entrar em contato com a central de atendimento quando encontrar um problema.
Outros golpes revelados pela Folha:
- Veja como criminosos usam falsas vagas de emprego para roubar dados.
- Mão fantasma, boleto atrasado, salário fácil; conheça 5 golpes e saiba evitá-los
Dê uma pausa
- Para assistir: "O Escândalo da Wirecard" - na Netflix
Em um país conhecido por suas empresas centenárias e tradicionais, faltava à Alemanha uma novata que acompanhasse a onda de tecnologia vista com as americanas no Vale do Silício.
É aí que entra a Wirecard, fintech que chegou a valer 24 bilhões de euros (R$ 122 bilhões) e cuja derrocada após uma sequência de fraudes é tema de documentário recém-lançado pela Netflix.
Entenda: a Wirecard era uma processadora de pagamentos que se tornou uma queridinha do mercado financeiro alemão mesmo com seu histórico ligado a clientes obscuros, como sites de pornografia e de jogos de azar.
- A partir de 2015, uma série de reportagens publicadas pelo jornalista Dan MacCrum, do Financial Times, começou a revelar que os números apresentados no balanço da companhia não fechavam.
- Mas o declínio da empresa não começou nesse ano, mostra o documentário. A fintech rebateu, disse que as acusações eram infundadas, e que elas foram fabricadas por fundos que estavam "short" nas ações da companhia (quando investidores apostam na queda dos papéis).
- A maior parte do mercado engoliu a desculpa da Wirecard e passou a duvidar dos jornalistas.
Foi só quando as autoridades alemãs analisaram de perto as operações da companhia na Ásia, que na verdade eram praticamente criadas no Excel, que o negócio desmoronou, em 2020.
- Na época, a fintech confirmou que cerca de 2 bilhões de euros em seu balanço simplesmente não existiam, e suas ações viraram pó.
Boa parte desses esquemas também está na série humorística alemã "Rei dos Stonks", outra da Netflix. A produção, porém, nega que seu enredo seja uma imitação do que aconteceu na Wirecard.
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