Vale quer vender parte de unidade de metais, carros da Tesla abandonam sensores e o que importa no mercado

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Vale quer acelerar operação de metais

A Vale está em negociações para vender uma participação minoritária de US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões) em suas operações de metais, de acordo com o Financial Times.

A área, que tem receita menor em relação ao negócio principal da companhia –a produção de minério de ferro–, deve ter papel essencial na agenda da transição energética.

A ideia da venda é destravar valor das operações de níquel e cobre, metais usados em baterias de carros elétricos e em fontes renováveis de energia.

Os interessados: avaliam a operação tradings japonesas, fundos de investimento do Oriente Médio e fabricantes de automóveis, em um negócio que pode avaliar a operação de metais da Vale em US$ 25 bilhões, segundo o Financial Times.

  • As montadoras têm interesse especial por causa da baixa oferta de níquel fora da Ásia. Mais da metade das minas do metal usado em baterias dos carros elétricos está na China.
  • Em maio, a Vale comunicou que assinou com a Tesla um acordo de longo prazo para fornecimento de níquel de baixo carbono a partir de suas operações no Canadá.

Opep+ coloca gasolina na fogueira

A Opep+ decidiu nesta quarta (5) cortar o ritmo de produção de petróleo em dois milhões de barris por dia, na redução mais drástica desde o início da pandemia de 2020.

O que explica: a decisão vai na linha da visão de que uma eventual recessão provocada pela alta global de juros deve frear a demanda pela commodity.

  • Com a restrição da oferta, a ideia é manter os preços do barril em patamares elevados, beneficiando os membros do cartel (grandes países produtores de petróleo liderados pela Arábia Saudita, e seus aliados, sendo a mais notória a Rússia).
  • O corte de produção pode servir para aliviar o caixa do Kremlin, aumentando a receita do país enquanto despeja bilhões para financiar sua guerra na Ucrânia.
  • Oficialmente, a Opep+ disse que procura evitar volatilidade nos preços.

Em números: o barril do petróleo Brent subia 1,99% no final da tarde, cotado a US$ 93,63 (R$ 488,16). Desde o início da semana, quando a intenção de corte foi divulgada, ele já subiu quase 6,5%.

E no Brasil? Na Bolsa, a notícia impulsionou as ações das petroleiras e ajudou o Ibovespa a fechar em alta de 0,83%, aos 117.197 pontos. Tiveram ganhos Petrobras (3,76%), 3R Petroleum (3,49%) e Prio (ex-PetroRio) (3,20%).

A alta coloca a Petrobras contra a parede no período eleitoral. A estatal vinha anunciando corte nos combustíveis a conta-gotas na esteira da queda das cotações lá fora, mas a campanha do segundo turno começa com defasagem entre os preços internos e a paridade de importação.

Fontes da Petrobras disseram à Folha que há forte pressão do governo para, ao menos, não aumentar os preços.

Em números: na abertura do mercado desta quarta, o preço da gasolina nas refinarias brasileiras estava R$ 0,28 por litro abaixo da paridade de importação, enquanto o diesel estava descontado em R$ 0,17.

Os dados são da Abicom (associação dos importadores) e não consideram o avanço do petróleo nesta quarta.


Tesla abandona sensores

Seguindo um desejo antigo de Elon Musk, a Tesla vai abandonar os sensores dos carros Model 3 e Model Y para depender apenas das câmeras em seus sistemas de segurança e de assistência ao motorista.

O que explica: a escolha tem como um dos motivos a escassez desses componentes no mercado. Sem eles, cai também o custo de produção dos carros.

  • Esses sensores –nos carros da Tesla, são 12– são usados principalmente em situações de baliza e na detecção de objetos próximos, como para manter distância do veículo a frente, por exemplo.
  • Em entrevista recente a um site americano, Musk disse que o sistema de câmeras da Tesla melhorou tanto que ele funciona melhor sem os radares.

Na contramão: a decisão da Tesla vai no sentido oposto ao de outras montadoras, que apostam na combinação de sensores, lidars (sensores a laser) e câmeras.

  • A avaliação é de que as câmeras não têm a mesma eficiência quando expostas ao reflexo do sol, em ambientes escuros ou em tempestades. Nesse caso, as dificuldades seriam compensadas pelos outros mecanismos.

A Tesla também aposta apenas nas câmeras para seu sistema Autopilot, que freia, acelera e guia o carro por conta própria. A montadora afirma que ele não dirige o veículo sozinho, mas alguns acidentes com o sistema ligado foram registrados nos últimos anos.

Impactos: a fabricante afirmou que o fim dos radares pode limitar temporariamente recursos como o de estacionamento automatizado, mas não afetará a segurança contra colisões.


Bancos na parede com oferta de Musk

A nova reviravolta da compra do Twitter por Elon Musk não poderia ter chegado em pior hora para os bancos que financiam parte do negócio de US$ 44 bilhões.

Entenda: é comum que os bancos vendam sua carteira de crédito para reduzir o risco das operações. O problema é que o momento atual, de altos juros, baixo crescimento e grande incerteza, deve afastar os interessados.

  • Em negócios recentes nesse formato, instituições tentaram ir ao mercado para ofertar suas carteiras de empréstimos e acabaram não conseguindo.

Em números: dos US$ 44 bilhões, os principais bancos se comprometeram a fornecer US$ 12,5 bilhões. Fazem parte dos credores instituições como Morgan Stanley, Bank of America e Barclays.

  • O restante viria do bolso de Musk, e o avanço do negócio passou a preocupar os acionistas da Tesla. Eles acreditam que o bilionário precisará vender mais ações da companhia para pagar a conta.
  • Nesta terça, os papéis da montadora chegaram a recuar 6% antes de terminar em queda de 3%.
  • Antes de aceitar pagar o valor original, Musk tentou negociar com o Twitter um desconto para fechar a compra da rede, mas não conseguiu, de acordo com o Wall Street Journal.

"App de tudo": horas após a divulgação de que o bilionário havia voltado atrás e resolvido comprar o Twitter, ele disse na rede social que a aquisição seria uma forma de acelerar a criação do X, do que ele chamou de "app de tudo".

  • Questionado por um usuário se não seria melhor criar um app do zero, ele disse que a compra do Twitter provavelmente aceleraria o processo em 3 a 5 anos, mas não deu mais detalhes.

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