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Ex-chefe do Twitter pede desculpas por demissões promovidas por Musk

Jack Dorsey usou a plataforma para dizer que fez empresa crescer muito rápido

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São Paulo

Diante da onda de demissões no Twitter após a aquisição pelo bilionário Elon Musk, o ex-presidente da empresa Jack Dorsey usou a própria plataforma neste sábado (5) para pedir desculpas.

Dorsey escreveu que tem percebido que muitos estão com raiva dele e declarou ser responsável por ter feito a empresa crescer rápido demais.

Após meses de discussões sobre a venda da do Twitter para Musk, o negócio de US$ 44 bilhões (R$ 221 bilhões) foi finalmente fechado há pouco menos de duas semanas.

Estima-se que cerca de 3.700 funcionários, metade dos empregados da empresa, serão desligados em todo o mundo, inclusive no Brasil.

O ex-presidente do Twitter Jack Dorsey durante participação em audiência no Senado, em Washington, em 2018
O ex-presidente do Twitter Jack Dorsey durante audiência no Senado, em Washington, em 2018 - Jim Watson - 5.set.2018/AFP

"As pessoas no Twitter do passado e do presente são fortes e resilientes. Eles sempre encontrarão um caminho, por mais difícil que seja o momento. Percebo que muitos estão com raiva de mim. Assumo a responsabilidade pelo motivo de todos estarem nessa situação: aumentei o tamanho da empresa muito rapidamente. Desculpe-me por isso", escreveu Dorsey.

"Sou grato e amo todos que já trabalharam no Twitter. Eu não espero que seja mútuo neste momento... ou nunca... e eu entendo", acrescentou o ex-chefe da plataforma.

Existe ao menos uma ação coletiva de ex-funcionários contra o Twitter que dizem que não foram notificados adequadamente de sua rescisão.

"Elon Musk tem um histórico de violação das leis trabalhistas da Califórnia, já que a Tesla foi atingida por um número chocante de processos de assédio sexual e racial", disse a advogada Lisa Bloom ao jornal Guardian, afirmando estar em contato com funcionários do Twitter.

A saída de anunciantes do Twitter ganhou força nesta sexta-feira (4), em meio ao temor crescente de que desinformação e discursos de ódio pudessem se espalhar na plataforma sob a liderança de Elon Musk, reportou a agência de notícias Reuters.

O Grupo Volkswagen juntou-se a várias outras empresas ao recomendar que suas marcas automotivas, que incluem Audi, Lamborghini, Bentley e Porsche, suspendam seus gastos no Twitter, temendo que seus anúncios possam aparecer ao lado de conteúdo problemático.

A MediaRadar, que rastreia campanhas publicitárias de milhões de empresas, disse que os dados de outubro, quando Musk assumiu o Twitter, só estarão disponíveis no final de novembro.

O Twitter tinha 3.900 anunciantes em maio e 2.300 em agosto. O número subiu para 2.900 em setembro, de acordo com a MediaRadar. A empresa de análise descobriu que a General Motors, que interrompeu seus anúncios no Twitter na semana passada, antes gastava em média US$ 1,7 milhão por mês (R$ 8,65 milhões) na plataforma.

Havia mais de mil novos anunciantes na plataforma todos os meses antes de julho, quando a disputa de Musk com o Twitter começou a se intensificar e o número de novos anunciantes caiu para 200.

Em setembro houve 668 novos anunciantes, segundo a MediaRadar. Fatores como condições econômicas provavelmente tiveram importância nesse êxodo, assim como a incerteza sobre as políticas de propriedade e moderação de conteúdo do Twitter, disse Todd Krizelman, CEO da MediaRadar, em comunicado.

Com Reuters

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