Gisele, Brady e outras celebridades são processadas por recomendar criptomoedas

Eles fizeram comerciais para a FTX, que faliu na semana passada e gerou perdas bilionárias

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São Paulo

O cidadão americano Edwin Garrison entrou na Justiça contra vários famosos que ajudaram a divulgar a corretora FTX, que operava com criptomoedas e entrou em colapso. Garrison alega que ele e outros investidores tiveram prejuízo somado de US$ 11 bilhões (R$ 59,4 bilhões) por terem acreditado nas propagandas feitas por atletas e celebridades.

A FTX tinha menos de US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) em ativos vendáveis, contra US$ 9 bilhões (R$ 48,6 bilhões) em passivos, antes de falir no dia 11 de novembro, segundo o Financial Times.

Antes da quebra, a FTX obteve uma avaliação de US$ 32 bilhões (R$ 169,6 bilhões) depois de fechar acordos com grandes investidores, e estava construindo um perfil público por meio de uma série de patrocínios esportivos, como garantir direitos de nomear a arena do time de basquete Miami Heat.

Tom Brady e Giselle Bündchen, em evento em Nova York em maio de 2014 - Carlo Allegri/Reuters

O processo contra a FTX foi iniciado na Flórida, e tem como alvos Sam Bankman-Fried, fundador da empresa, o jogador de futebol americano Tom Brady, a ex-modelo brasileira Gisele Bündchen e jogadores e ex-atletas de basquete como Stephen Curry e Shaquille O'Neal. A lista de acusados inclui o time Golden State Warriors, da NBA, e outros nomes, como a tenista Naomi Osaka e Larry David, um dos criadores da série "Seinfeld".

O processo cita Brady e Gisele, recém-divorciados, como "embaixadores da FTX" e lembra que eles fizeram comerciais para a marca em 2021. Garrison considera que a FTX fazia propagandas agressivas e usava as celebridades para atrair mais gente para o que chama de um esquema de pirâmide.

Curry, por exemplo, é lembrado por fazer parte de uma campanha chamada #notanexpert, na qual ele dizia que não era especialista em criptomoedas, mas que não precisava ser, porque a FTX cuidaria de tudo.

O autor pede que as celebridades sejam responsabilizadas pelos bilhões de dólares em danos que causaram e que reponham os prejuízos.

As celebridades foram descritas no processo como uma das partes que ajudaram a promover a FTX. "A enganosa e fracassada plataforma era baseada em representações falsas e condutas enganosas. (...) temos evidências de como o esquema fraudulento da FTX foi desenhado para tirar vantagem de investidores pouco sofisticados. Como resultado, consumidores americanos tiveram prejuízo coletivo de mais de US$ 11 bilhões [R$ 59,4 bilhões]", diz o processo, relevado por meios americanos como a Fox Business.

No processo, as celebridades são acusadas de crimes como violar as leis da Flórida de proteção aos investidores e contra práticas comerciais enganosas e de conspiração civil. A ação pede que os danos sejam ressarcidos, e que o caso seja analisado por um júri popular.

Além do processo judicial, o colapso da FTX pode atingir o patrimônio de celebridades como Gisele e Brady, que são investidores da empresa, segundo a agência Bloomberg.

A FTX também recebeu investimentos de Alan Howard, da Brevan Howard Asset Management, o family office de Paul Tudor Jones, o fundador da Millennium Management, Izzy Englander, e outras celebridades, segundo a Bloomberg.

A crise da FTX veio depois que a rival Binance desistiu de um acordo para comprar a concorrente, após ter realizado uma análise de risco sobre a operação. Ao desistir, a Binance citou notícias sobre fundos mal administrados e supostas investigações dos EUA sobre a empresa.

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