Azul estreia sua maior aeronave e planeja usá-la para facilitar envio de sushi aos EUA

Airbus A350 consegue levar mais carga e passageiros gastando menos combustível

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Campinas (SP)

A companhia aérea Azul fez nesta quinta (15) seu primeiro voo com uma aeronave Airbus A350. É o maior avião que a empresa já teve. Além de levar 334 passageiros, o avião tem maior capacidade de carga: consegue levar 30 toneladas a mais do que o A330, maior modelo que a companhia tinha até então.

"Este avião consegue levar mais 36 passageiros e 30 toneladas a mais de carga consumindo a mesma quantidade de combustível do A330", diz Abih Shah, vice-presidente de receitas da Azul. "Você pode gerar mais receita queimando menos combustível."

Avião Airbus A350 da Azul, ao decolar de base em Tarbes, na França - Divulgação

"Se vocês comem sushi em Miami, o atum vem do Brasil, pelas nossas aeronaves. Se come manga no sul da França, vem de nossos voos para Lisboa. O Brasil exporta muita coisa, e isso ajuda os voos internacionais", diz John Rodgerson, presidente da Azul.

O novo avião consegue levar 50 toneladas de carga, mas a capacidade varia de acordo com vários fatores, como a condição da pista na hora da decolagem. Deste total, é preciso retirar o peso das bagagens dos passageiros, o que libera em média 14 toneladas para mercadorias e produtos.

O A350 é maior já adotado pela Azul. Tem espaço para 334 passageiros, sendo 301 na classe econômica e 33 na executiva. As poltronas possuem opções de entretenimento com telas de 16 polegadas.

O primeiro voo partiu de Viracopos, em SP, para Orlando, nos Estados Unidos, na manhã desta terça, após uma cerimônia de lançamento. O avião foi saudado com jatos de água —de reuso— antes de decolar.

A Azul passará a ter quatro A350 na frota, sendo que dois já foram entregues e outros dois chegam em 2023. As aeronaves foram usadas antes em uma empresa de Hong Kong e passaram por revisões na França antes de serem enviadas ao Brasil.

A empresa celebra 14 anos de fundação neste dia 15. A companhia atende atualmente 158 destinos, sendo cinco internacionais: Orlando, Fort Lauderdale (EUA), Montevidéu e Punta del Este (Uruguai) e Lisboa (Portugal).

A expectativa da empresa é fechar 2022 com 27,6 milhões de passageiros, número próximo do total levado no pré-pandemia.

Nos últimos anos, a Azul tem apostado em ampliar rotas para o interior do país. Em dezembro, por exemplo, foram inauguradas rotas para as cidades mineiras de Patos de Minas, Teófilo Otoni, Varginha e Paracatu.

Para 2023, a Azul tem planos de lançar um novo destino internacional, ainda não revelado. A companhia tem parcerias com as empresas americanas JetBlue e United, para voos a outros destinos nos EUA, e com a TAP e Air Europa, para ligar Lisboa a outras capitais europeias.

"O desemprego está caindo. A inflação está mais baixa do que nos Estados Unidos e Europa. Com a nova flexibilidade de trabalho, em que você pode ficar menos dias no escritório, tem muita gente indo para Bahia, Recife, Manaus", diz Rodgerson.

O setor aéreo ainda busca recuperar as perdas da pandemia. Na América Latina, as empresas devem ter um prejuízo somado de US$ 2 bilhões (R$ 10,5 bilhões) em 2022 e perder mais US$ 795 milhões (R$ 4,1 bilhões) em 2023, prevê a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos).

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