Banco Central melhora projeção para crescimento do PIB em 2022

Estimativa para crescimento econômico aumentou para 2,9%, segundo Relatório Trimestral de Inflação

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Brasília | Reuters

O BC (Banco Central) melhorou a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022 e afirmou que o índice de preços recuou nos últimos três meses diante dos efeitos das medidas tributárias e da recente queda em commodities. As informações constam no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (15).

Segundo a autarquia, "a inflação subjacente se mantém alta e em patamar incompatível com o cumprimento da meta, mas há sinais incipientes de arrefecimento na margem, inclusive no segmento de serviços".

De acordo com o relatório, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do trimestre encerrado em novembro ficou 0,17 ponto percentual acima do cenário de referência apresentado há três meses, ressaltando que essa surpresa ocorreu porque não se concretizou parte da redução esperada nas tarifas de energia elétrica residencial após corte tributário e houve alta substancial nos preços de alimentos in natura.

Sede do Banco Central, em Brasília - Adriano Machado - 22.mar.2022/Reuters

O BC disse ainda que a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano passou de 93% para nível próximo a 100%, enquanto a chance de estouro em 2023 subiu de 46% para 57%.

BC melhora projeção para crescimento do PIB

A projeção para o crescimento econômico de 2022 aumentou para 2,9%, de 2,7% antes. A alteração foi bastante influenciada pela "revisão da série histórica do PIB, que resultou em elevação do resultado interanual do primeiro semestre do ano", afirmou o BC.

A autoridade monetária deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1,0% para o PIB em 2023, que havia sido estimada em setembro.

A avaliação para o próximo ano reflete "cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica" e as projeções estão mais incertas que o usual porque as incertezas domésticas e no exterior seguem elevadas.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,05% em 2022 e 0,75% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

Estimativa de expansão do crédito em 2022 é ampliada

O Banco Central previu crescimento do crédito no país de 15,1% este ano, ante estimativa de 14,2% feita em setembro. Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 18,1% em 2022, contra expectativa anterior de 16,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 10,9%, ante 11,2% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, a autarquia projeta agora uma expansão de 16,3% (+17,2% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 13,4% (+9,7% antes).

Nas contas do BC, a expansão do estoque de crédito em 2023 será de 8,3%, ante 8,2% estimados em setembro. Nesse caso, a autoridade monetária vê alta de 9,0% no crédito às pessoas físicas (8,7% na projeção anterior) e de 7,3% no crédito às empresas (ante 7,4%).

Em 2023, o estoque de crédito com recursos livres deve ter expansão de 8,6% (estava em 9,6% em setembro), ao passo que o saldo com recursos direcionados deve subir 8,0% (contra 6,0%).

Déficit em transações correntes em 2022 deve piorar

O BC piorou sua estimativa para o déficit em transações correntes a US$ 60 bilhões (R$ 320,4 bilhões) neste ano, ante rombo de US$ 47 bilhões (R$ 250,9 bilhões) projetado em setembro, enxergando para 2023 déficit de US$ 49 bilhões (R$ 261,6 bilhões), contra US$ 36 bilhões (R$ 192,2 bilhões) da estimativa anterior.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC passou a ver IDP (Investimentos Diretos no País) de US$ 80 bilhões (R$ 427,2 bilhões) em 2022, sobre US$ 70 bilhões (R$ 373,8 bilhões). Na visão da autoridade monetária, o patamar deve ficar em US$ 75 bilhões (R$ 400,5 bilhões) em 2023, mesmo nível projetado em setembro.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 41 bilhões (R$ 218,9 bilhões) neste ano (contra estimativa anterior de US$ 42 bilhões), ao passo que no ano que vem as trocas comerciais ficarão positivas em US$ 46 bilhões (R$ 245,6 bilhões) (ante projeção anterior de US$ 54 bilhões).

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