Bankman-Fried, fundador da FTX, é liberado sob fiança de US$ 250 milhões

Empresário deixou as Bahamas sob custódia do FBI na noite desta quarta (21)

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Luc Cohen
Nova York | Reuters

Sam Bankman-Fried foi libertado sob fiança de um pacote de títulos de US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) enquanto aguarda julgamento por acusações de fraude relacionadas ao colapso da cripto exchange FTX, disse um juiz federal na quinta-feira (22).

Promotores federais em Manhattan o acusaram de roubar bilhões de dólares em fundos de clientes da FTX para cobrir perdas em seu fundo de hedge, Alameda Research.

Sam Bankman-Fried sai de tribunal em Nova York - Ed Jones - 22.dez.2022/AFP

Bankman-Fried não foi solicitado a dar depoimento nesta quinta. Ele já tinha reconhecido falhas de gerenciamento de risco na FTX, mas disse que não acredita ter responsabilidade criminal. Seu advogado de defesa, Mark Cohen, se recusou a comentar após a audiência no tribunal federal de Manhattan.

O promotor Nicolas Roos disse ao juiz federal Gabriel Gorenstein que o pacote de fiança exigiria que Bankman-Fried entregasse seu passaporte e permanecesse em prisão domiciliar na casa de seus pais em Palo Alto, na Califórnia. Ele também seria obrigado a passar por tratamento e avaliação regular de saúde mental.

Roos chamou o pacote de "a maior fiança pré-julgamento de todos os tempos".

Bankman-Fried, 30, foi preso na semana passada nas Bahamas, onde morava e onde fica a sede da FTX. Ele deixou o país caribenho sob custódia do FBI na noite de quarta (21).

Cohen disse que concorda com as condições de fiança propostas pela promotoria. Ele observou que os pais do suspeito –ambos professores da Escola de Direito de Stanford– assinariam a fiança e colocariam o patrimônio de sua casa como garantia do retorno de Bankman-Fried ao tribunal.

"Meu cliente permaneceu onde estava, não fez nenhuma tentativa de fugir", disse Cohen.

Vestindo um terno cinza e contenções nas pernas, Bankman-Fried sentou-se entre por seus advogados e acenou com a cabeça quando o juiz lhe informou que se não comparecesse ao tribunal seria emitido um mandado de prisão contra ele.

Ele falou apenas quando Gorenstein perguntou se entendia as condições de sua libertação e que poderia ser acusado de mais um crime se não comparecesse ao tribunal.

"Sim, eu sei", respondeu Bankman-Fried.

Gorenstein marcou a data da próxima audiência de Bankman-Fried para 3 de janeiro de 2023 perante o juiz distrital dos EUA Ronny Abrams, que cuidará do caso.

"Vou exigir supervisão pré-julgamento estrita", disse Gorenstein, com condições que incluem monitoramento eletrônico e proibição de abertura de novas linhas de crédito ou empresas.

Ele disse que Bankman-Fried "alcançou notoriedade suficiente para que seja impossível" ele se esconder sem ser reconhecido, ou se envolver em outros esquemas financeiros.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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