Descrição de chapéu alimentação

Creme de avelã sem avelã é denunciado por propaganda enganosa

Avelãcrem da Fugini ainda é acusado de publicidade infantil abusiva

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Ribeirão Preto

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) encaminhou uma denúncia de publicidade enganosa contra a marca Fugini Alimentos na última quarta-feira (30). Segundo o instituto, o produto Avelãcrem, vendido como creme de avelã com cacau, não tem avelã em sua composição.

"Foi identificado que o produto Avelãcrem não leva avelã em sua composição, apesar de ter a oleaginosa como parte do seu nome, apresentar sua imagem no rótulo e ter sua denominação de venda como 'creme de avelã com cacau'", diz o Idec, em nota.

Desde a última quinta (1º) a Folha tenta contato com a Fugini Alimentos por meio do LinkedIn, do Instagram, da central de relacionamento e do email fornecido no site da empresa, mas não obteve resposta.

Em vez de avelã, o produto contém um aromatizante idêntico, diz o Idec. A embalagem, no entanto, informa apenas que o creme é "aromatizado artificialmente" —violando, de acordo com o instituto, as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), segundo as quais o rótulo deveria dizer "contém aromatizante sintético idêntico ao natural".

Imagem mostra uma embalagem de creme de avelã com cacau onde se lê avelãcrem, um dinossauro verde desenhado na parte de baixo e duas crianças desenhadas sobre as letras que dão nome ao produto. Ao lado do dinossauro encontra-se uma imagem de avelãs e de um tablete de chocolate. O pote e a tampa são marrons.
Avelãcrem é denunciado por propaganda enganosa e publicidade infantil abusiva - Fugini/Divulgação

"O conjunto de informações da embalagem não informa corretamente o consumidor a respeito das características e riscos do produto e, consequentemente, pode levá-lo ao engano sobre o que está consumindo", disse, em nota, a advogada do Idec, Mariana Gondo.

Ela afirma que essa disparidade de informações viola o Código de Defesa do Consumidor e que se enquadra como propaganda enganosa por induzir o consumidor ao erro.

Essa não é a única violação apontada pelo Idec na embalagem do Avelãcrem. O produto é ilustrado com o desenho de um dinossauro e de duas crianças. Segundo o instituto, isso pode ser considerado propaganda abusiva por ferir resolução do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) ao se aproveitar da deficiência do julgamento das crianças.

As denúncias foram recebidas por meio do OPA (Observatório de Publicidade de Alimentos) e encaminhadas à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e à Vigilância Sanitária do município de Monte Alto (região metropolitana de Ribeirão Preto), onde fica localizada a sede da empresa.

Não é a primeira vez que o instituto aciona uma empresa por esse motivo. Em julho, após a alta da inflação, produtos como mistura láctea condensada, soro de leite e até "café fake" ganharam a atenção nas redes sociais como substitutos de versões originais e mais caras.

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