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Funcionários do setor financeiro ignoram pedidos para voltar ao escritório, indica estudo

Pesquisa mostra que mulheres, em especial, preferem modelo flexível de trabalho

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Londres | Financial Times

Os funcionários do setor financeiro estão ignorando com frequência as regras de empresas sobre o número de dias que devem comparecer ao escritório, segundo um relatório patrocinado por algumas das maiores instituições financeiras do Reino Unido.

O estudo do grupo sem fins lucrativos WIBF (Women in Banking and Finance, Mulheres nos Bancos e Finanças) e da Escola de Economia de Londres descobriu que os funcionários querem um trabalho mais flexível, pois rejeitam o presenteísmo em favor da produtividade.

Os trabalhadores financeiros consideram a flexibilidade, em vez da necessidade de cumprir uma cota de dias no escritório, algo mais alinhado com a eficiência em nível de equipe, segundo o estudo baseado em entrevistas.

Pessoas atravessam a London Bridge em direção ao distrito financeiro de Londres, no Reino Unido - Peter Nicholls - 26.set.2022/Reuters

A pandemia levou muitas empresas a considerar novas formas de trabalho, muitas delas adotando abordagens mais flexíveis, mas com um determinado número de dias em que se espera que os funcionários estejam presentes no escritório.

O relatório disse que a mudança para o trabalho "primeiro remoto", no qual o trabalho em casa é a principal opção para a maioria dos funcionários, não teve impacto ou teve um impacto positivo na produtividade.

Acrescentou que isso "destaca que, embora no nível de chefia os executivos de muitas grandes empresas estejam pedindo que os funcionários compareçam ao escritório um número específico de dias por semana, na prática eles estão sendo ignorados, com os gerentes muitas vezes favorecendo o trabalho remoto como primeira abordagem, desde que satisfaça as necessidades operacionais locais".

O estudo, baseado em entrevistas com 70 mulheres e 30 homens no setor financeiro de Londres e realizado pela LSE, abrangeu negócios bancários, gestão de ativos, serviços profissionais, fintechs e seguros.

Os pesquisadores entrevistaram funcionários de vários níveis de senioridade em empresas como Bank of America, BlackRock, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, NatWest, Schroders e UBS.

Grace Lordan, diretora da Iniciativa de Inclusão da LSE e autora do relatório, disse que os trabalhadores estão ficando frustrados ao serem instruídos a ir ao escritório para simplesmente participar de uma chamada do Zoom.

"As empresas que exigem que seus funcionários estejam no escritório sem motivo perderão diversos grupos de talentos", disse ela. "Essas demandas também são motivadas pelo ego, em vez de levar em consideração os melhores interesses da empresa."

O estudo descobriu que as mulheres, em especial, preferem um modelo mais flexível de trabalho e indicou preocupações de que abordagens excessivamente rígidas para trabalhar no escritório dissuadiriam as funcionárias.

Anna Lane, presidente da WIBF, disse: "Acredito que os gerentes que exigirem que suas funcionárias cumpram um cronograma rígido de três, quatro ou cinco dias perderão mulheres para os concorrentes que não o fazem".

O relatório foi realizado com o programa de pesquisa Accelerating Change Together (Acelerando a Mudança Juntas) da WIBF, que busca melhor apoiar e reter mulheres em serviços financeiros.

O programa é patrocinado por Aegon, Baillie Gifford, Barclays, BlackRock, Citi, The Cumberland, EY, Goldman Sachs, HSBC, LSEG, Moody's, Morgan Stanley, Santander, TD e Schroders.

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