Leitores se dividem entre ignorar a Copa e assistir aos jogos no trabalho

'O Qatar jamais poderia ter sido escolhido como sede', protesta leitora

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Ribeirão Preto

A unanimidade não tem feito parte da rotina dos brasileiros nem durante a Copa do Mundo. Entre os leitores da Folha, o futebol divide opiniões e é possível encontrar desde os mais engajados até aqueles que repudiam o mundial.

Bruno Pavan, 42, é um dos que preferem ignorar os jogos. "Futebol é um atraso do Brasil e do povo brasileiro", diz o professor universitário de Ilha Solteira (SP).

Leitores da Folha se dividem entre ignorar a Copa e assistir aos jogos no trabalho - Rivaldo Gomes - 23.nov.2022/Folhapress

Também é possível encontrar aqueles que não vão assistir ao campeonato por protesto. É o caso da contadora Ligia Vitoria, 50, moradora do Rio de Janeiro. Ela diz que costumava tirar folga nos dias dos jogos do Brasil, mas que neste ano optou por ignorar a Copa porque não concorda com a escolha do Qatar como país-sede.

Desde 2012, quando a Fifa anunciou o país do Oriente Médio como sede da Copa de 2022, alegações de corrupção e denúncias de violação dos direitos humanos —principalmente contra mulheres, população LGBTQIA+ e imigrantes— tomaram conta do noticiário.

"Um país que não respeita os direitos humanos e que não dá a mínima para o aquecimento global não deve ser ‘recompensado’ sediando um evento mundialmente importante", diz Ligia.

Por outro lado, os mais entusiasmados com o esporte até se programaram com antecedência para assistir à Copa. "Agendei minhas férias para o dia 5 de dezembro para poder pegar a maioria dos jogos da eliminatória", disse Anderson de Paiva Mattos, 20, assistente de back office de Bauru, no interior de São Paulo.

Não é uma tarefa fácil conciliar trabalho e afinidade por futebol. Dia de jogo da seleção brasileira não é feriado, mas muitos empregadores costumam ser mais flexíveis nessa data —liberam os funcionários mais cedo ou criam um momento de confraternização durante o horário da partida.

É o caso de alguns dos leitores. Sophia Ruiz Paggioro, 24, contadora de Três Lagoas (MT) vai sair do trabalho meia hora antes e o cientista de dados Ygor Silva Santos, 24, disse que vai assistir enquanto trabalha.

Para os que vão assistir aos jogos na empresa, é preciso respeitar a etiqueta corporativa —especialistas recomendam que as celebrações não sejam exageradas e alertam que utilizar gestos desrespeitosos ou ofensas pode causar um impacto ruim na imagem do colaborador ou até provocar uma demissão por justa causa.

Cuidados semelhantes devem ser tomados pelos que trabalham em home office. Esses profissionais devem seguir as mesmas regras dos que estão presencialmente na empresa, mas o regime permite maior au.

"Trabalho em regime home office, o que me permite conciliar o trabalho com os jogos" diz o cientista de dados de Porto Alegre, Lucas Pierre Domingos Fernandes, 31.

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