Prisão de Bankman-Fried, mudanças regulatórias abrem portas para fintechs e o que importa no mercado

Leia a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (13)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (13). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


SBF é preso nas Bahamas

O fundador e ex-CEO da FTX Sam Bankman-Fried foi preso nesta segunda pela polícia das Bahamas.

A operação aconteceu logo após uma notificação formal dos EUA sobre acusações criminais contra o empresário, afirmou o procurador-geral do país caribenho.

Segundo o Wall Street Journal, ele foi indiciado por fraude eletrônica, conspiração para fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários, conspiração para fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro.

Bankman-Fried, ou SBF, como é conhecido, vinha participando nas últimas semanas de uma série de entrevistas e tentava se desvincular das acusações de fraude, afirmando que não cometeu irregularidades intencionais no que é considerado um dos maiores escândalos da história da indústria cripto.

  • Ele reconheceu suas próprias "enormes falhas de gerenciamento", mas disse que não tinha conhecimento das operações feitas entre a Alameda Research, da qual era sócio majoritário, e a FTX.
Samuel Bankman-Fried, fundador da FTX, em depoimento no Senado americano - Saul Loeb - 12.nov.2022/AFP

Relembre: a FTX chegou a ser a segunda maior exchange (corretora cripto) do mundo em volume negociado, com valor de mercado de US$ 32 bilhões. Uma crise de liquidez no começo de novembro, porém, a levou a entrar com um pedido de falência.

  • Os problemas que causaram a derrocada da FTX surgiram na empresa de trading Alameda Research, da qual SBF era sócio majoritário.
  • Ela se aproveitou da estrutura e do dinheiro da FTX para apostar em investimentos arriscados que não deram retorno.

Fintechs de olho em novos setores em 23

Atualizações regulatórias promovidas nos últimos meses devem trazer fintechs para a competição de dois mercados a partir do ano que vem: de câmbio e de benefícios.

A avaliação é de Bruno Balduccini, sócio da área de bancários e transações financeiras do escritório Pinheiro Neto Advogados.

No câmbio, a lei aprovada em dezembro de 2021 permite às instituições de pagamento a operação no mercado de câmbio a partir de julho de 2023.

  • São instituições de pagamento nomes como Nubank, PicPay, Neon, PagSeguro e Mercado Pago.
  • Essas fintechs poderão oferecer serviços de compra e venda de moedas, remessas ao exterior e contas em moeda estrangeira ou no exterior, com uma limitação de até US$ 100 mil (R$ 520 mil) por transação.

Nos benefícios, as novas regras do vale-alimentação e refeição, sancionadas em setembro, devem abrir um mercado hoje dominado por grandes empresas, como Alelo, Sodexo e Ticket.

  • Entre as novidades, estão a opção de portabilidade do cartão de benefícios a partir de 1º de maio de 2023 e a modalidade de pagamento aberto, em que o trabalhador poderá utilizar o cartão em qualquer restaurante que aceite vale.

Bolsa volta a agosto com política no radar

A Bolsa fechou em forte queda nesta segunda, no menor nível em mais de quatro meses, enquanto dólar e juros subiram, em dia marcado pela reação dos investidores a notícias sobre o próximo governo.

Em números: o Ibovespa fechou em baixa de 2,02%, aos 105.343 pontos, mas chegou a recuar 3% durante o dia. O dólar subiu 1,27%, a R$ 5,31. Nos juros futuros, a taxa DI para 2024 passou de 13,80% para 13,91% ao ano.

O que explica: as notícias de que o próximo governo discute modificar a Lei das Estatais –que blinda as empresas de interferência– para facilitar nomeações políticas bateram nas ações das estatais e afetaram a Bolsa como um todo.

  • A alteração poderia facilitar a nomeação do ex-ministro petista Aloizio Mercadante ao comando do BNDES e do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a Petrobras.
  • A Lei das Estatais veda a indicação de dirigentes partidários ou de políticos que disputaram eleições nos 36 meses anteriores.
  • Mercadante disse nesta segunda que desconhece "qualquer iniciativa" de alteração na Lei das Estatais. Ele também se recusou a responder se ocupará algum cargo no próximo governo.
  • Em encontro com a Febraban (federação dos bancos) após o fechamento da Bolsa, Mercadante disse que não há espaço nas contas públicas para políticas de subsídio do BNDES e que o governo não daria empréstimos para projetos no exterior.

Na China, o crescimento dos casos de Covid gerou dúvida sobre o afrouxamento da política de Covid zero no país e acabou derrubando em 2,99% as ações da Vale por aqui.

  • A mineradora depende bastante das vendas à segunda maior economia do mundo e possui o maior valor de mercado da Bolsa brasileira.

Mais sobre investimentos:


'Bolsa alternativa' tem novo IPO

A BEE4, uma espécie de Bolsa para ativos tokenizados de empresas brasileiras, anunciou o início da oferta de papéis da Mais Mu, empresa da alimentação saudável que é a segunda a fazer IPO em sua plataforma.

  • A primeira foi a da clínica de reprodução humana Engravida, em setembro deste ano, quando o volume negociado foi de R$ 331,7 mil, com 18,4 mil tokens transacionados.

Entenda: a plataforma usa infraestrutura da rede blockchain (cadeia que registra as transações) para transformar os papéis das empresas em ativos digitais, que são negociados pelos investidores.

  • Para garantir liquidez (volume de negociação) aos papéis, as negociações na plataforma são sempre às quartas-feiras, das 12h às 20h.

Empresas "verdes" para a Bolsa: a BEE4 diz que seu foco são companhias que já passaram do estágio inicial de suas operações, mas que ainda não têm o tamanho para abrir seu capital na B3, a Bolsa de Valores brasileira.

Hoje são 2.000 investidores cadastrados no site da Beegin, plataforma de crowdfunding por onde os ativos são negociados. A ideia da BEE4 é plugar sua plataforma às corretoras de mercado em 2023.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.