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Negócio contestado
Apesar dos esforços da Microsoft para se livrar de problemas regulatórios com a compra da Activision Blizzard, o governo dos EUA contestou nesta quinta (8) o negócio de US$ 69 bilhões (R$ 359 bilhões).
A transação, que foi a maior do setor de games e da história da Microsoft, deverá ir para a Justiça.
Entenda: a FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA, órgão equivalente ao Cade) afirma que a Microsoft (dona do console Xbox) tem um histórico de comprar conteúdo valioso no setor de games para usá-lo para superar outros fabricantes.
- "A Microsoft já mostrou que pode e vai reter conteúdo de seus rivais", disse Holly Vedova, diretora do gabinete de competição da FTC.
A Activision é produtora de franquias populares, como "Call of Duty", "World of Warcraft" e "Diablo".
- A Sony (do PlayStation) contestou o negócio por temer perder o acesso aos jogos, em especial o "Call of Duty", cujo lançamento mais recente, o "Modern Warfare II", rendeu US$ 1 bilhão nos primeiros dez dias de vendas.
- A Microsoft até tentou, sem sucesso, se livrar do questionamento da FTC ao garantir nesta semana à Sony e à Nintendo o acesso ao "CoD" por dez anos.
Em reação à decisão, aMicrosoft disse que o negócio irá aumentar a concorrência e criar oportunidades aos desenvolvedores e jogadores. A Activision diz que tem confiança de que a transação vai ser concluída.
Nova realidade: o questionamento do governo americano reforça o sinal de como a administração do presidente Joe Biden irá lidar com grandes negócios envolvendo big techs.
- Um aperto regulatório já era esperado desde que Lina Khan, uma crítica das grandes companhias, foi escolhida para a FTC.
- O Departamento de Justiça e a FTC já contestaram oito negociações cada um até agora no governo Biden. No mesmo período sob Trump, houve questionamento de um e cinco, respectivamente, relatou o New York Times.
Já viu esse robô 'ultrainteligente'?
Um robô 'ultrainteligente' que usa IA (inteligência artificial) para sugerir respostas a tarefas escolares, escrever poemas e códigos de programação mexeu com as redes sociais desde que foi colocado no ar, na quinta passada (1º).
É o ChatGPT, plataforma gratuita do laboratório OpenAI.
Entenda: a ferramenta é parecida com um mecanismo de busca, mas entrega apenas um resultado, que por vezes é tão bem desenvolvido que parece ter sido feito por um especialista.
- Isso acontece porque o ChatGPT foi abastecido e treinado em 2021 com uma gigantesca quantidade de dados que os pesquisadores acharam na internet e em outras fontes.
Ele tem problemas e limitações, claro. Em simulações feitas pelo blog #Hashtag, da Folha, o robô coloca nomes de jogadores que não foram convocados quando simula uma eventual final da Copa entre Brasil e França.
- O blog também pediu uma reportagem sobre a posse presidencial respondendo se Jair Bolsonaro (PL) passaria a faixa a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e solicitou resposta a perguntas, como "Afinal, é biscoito ou bolacha?".
- Veja aqui o resultado.
Em outro teste que viralizou, o usuário diz ao robô que é engenheiro de dados sênior do Twitter e precisa de dez ideias plausíveis para apresentar a Elon Musk sobre seu trabalho, ou seria demitido. As respostas são tão desenvolvidas que assustam (veja aqui, em inglês).
Uma avançada ferramenta de IA também levanta dilemas éticos e até questões econômicas, que foram abordadas pelo colunista Bernardo Guimarães.
Quer testar? A ferramenta é gratuita, basta entrar neste link e fazer um cadastro. O site está em inglês, mas é possível escrever e obter respostas em português.
Não é só o ChatGPT. Outras ferramentas de IA também bombaram recentemente. São os casos da Lensa, que cria retratos imaginários em alta definição e do DALL-E 2, que gera imagens realistas a partir de descrição de texto.
Dê uma pausa
- Para ler: "O Rei dos Dividendos" (Luiz Barsi Filho, Sextante, R$ 49,90, 288 págs., R$ 29,99 ebook)
Luiz Barsi Filho, 83, é considerado uma lenda no mundo das finanças. A partir da disciplina com que adotou seu plano de investimentos, conseguiu construir uma fortuna de R$ 4 bilhões em ações de empresas da Bolsa.
Em sua autobiografia, Barsi conta sua trajetória desde o Quintalão, como era chamado o cortiço onde morava quando mais jovem.
- Foi nessa época, aos 15 anos de idade, que ele começou um curso técnico da escola de comércio e finanças empresariais e teve o primeiro contato com as finanças empresariais.
As próprias estratégias de investimento são esmiuçadas em detalhes no livro.
- Elas não envolvem investimento sugerido pelo banco em renda fixa, que ele chama de"perda fixa", e muito menos em day trade (estratégia que busca ganhos em operações diárias com o sobe e desce das ações e dos índices).
"Eu não tenho nada contra o banqueiro, mas a gente precisa ter opinião própria. Eu vou dizer com todas as letras: nunca entregue o seu dinheiro sem que você participe, sem que você tenha uma explicação técnica, porque assim você nunca vai ganhar", recomenda.
Além da economia
- Expresso Ilustrada: Por que vísceras, sexo e sangue estão na moda no cinema; ouça podcast.
- Cinemas têm 10 estreias, como filme sobre MeToo e 'Ruído Branco', com Adam Driver
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