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Social e fiscal têm que andar de mãos dadas, diz presidente do Itaú Unibanco

Desafios para o país são relevantes, mas estamos otimistas, afirma Milton Maluhy Filho

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São Paulo

O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou nesta quinta-feira (1º) que é preciso que o governo priorize tanto o investimento social quanto a responsabilidade fiscal para que o país consiga obter um crescimento econômico sustentável de longo prazo.

"Existe uma preocupação com relação à sustentabilidade da dívida do país no longo prazo. Isso traz efeitos. A gente fala muito que o social e o fiscal têm que andar de mãos dadas, porque, se você não tem um crescimento sustentável, não resolve o social no longo prazo, e se tem uma questão fiscal relevante, acaba tendo um impacto muito grande na inflação que por consequência afeta, sobretudo, a população com renda mais baixa", afirmou Maluhy Filho, durante evento virtual promovido na manhã desta quinta pela Itaúsa, holding que detém participação relevante de 37% no banco.

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Presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho - Divulgação

O presidente do Itaú Unibanco afirmou que, em meio à transição de governo em curso, ainda há muitas incertezas sobre o novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos que aguardar para ver que decisões vão ser tomadas, novos ministérios, políticas, tanto na educação e meio ambiente, mas principalmente a política econômica e fiscal. Qual que é de fato o objetivo do novo governo."

Maluhy Filho afirmou também que o governo tem importantes desafios a serem endereçados em 2022, mas que está otimista com as perspectivas para o país.

"As empresas [médias e grandes] estão com pouca alavancagem, e, portanto, com uma performance de crédito muito boa. Mas, para que isso seja sustentável no longo prazo, é importante que a gente trabalhe em um ambiente de juros mais baixo em que estamos trabalhando, porque essa carga de juro impacta de forma relevante a capacidade de investir dessas companhias e a capacidade de honrar os seus compromissos. Para isso, o PIB precisa crescer, o juro precisa cair, e a inflação precisa voltar para as metas. Os desafios são relevantes, mas a gente está otimista de que a gente vai conseguir. Que o país vai ter que fazer a lição de casa e vamos avançar", afirmou o executivo.

Ele disse que ambientes de juros menores impulsionam o crescimento do país, e que é possível às instituições financeiras oferecer o crédito de forma mais relevante, com redução da inadimplência no longo prazo, trazendo sustentabilidade para as carteiras.

Elogios à redução do papel do BNDES no financiamento às grandes empresas

O presidente do banco afirmou ainda que houve uma mudança importante nos últimos anos no mercado, com uma menor dependência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no financiamento de grandes empresas, o que ampliou e estimulou o crescimento do mercado de capitais no Brasil.

"Realmente é muito saudável [que isso aconteça]. São companhias que têm acesso a capitais de investidores locais e investidores internacionais em condições muito competitivas, para que a gente possa liberar o balanço do banco e abrir espaço para financiar as companhias um pouco menores, até o varejo, as pessoas físicas. É um ciclo muito bom quando tem um mercado de capitais eficiente, você consegue operar o crédito como a gente tem operado."

Maluhy Filho afirmou também que 2023 é um "ano mais desafiador", com um grau de incerteza relevante, o que tem levado o banco a reduzir o ritmo de crescimento das carteiras de crédito nos últimos trimestres.

"A pessoa física está tendo um ano muito difícil, sobretudo na baixa renda, e a principal razão é a inflação. A inflação é o maior inimigo, as pessoas perdem poder de compra, têm pouca capacidade de colocar em dia suas obrigações, e acabam gastando corretamente os seus recursos naquilo que é prioritário, necessidades básicas, e acabam tendo mais dificuldade em honrar com seus compromissos", afirmou o executivo, sobre a alta nas taxas de inadimplência observada recentemente.

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