Americanas diz que vendas e entregas não foram afetadas após recuperação judicial

Companhia também afirma que trabalha em plano para reestruturar operação

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São Paulo

Em uma tentativa de acalmar os clientes após pedir recuperação judicial, a Americanas afirmou neste sábado (21) que suas operações não foram afetadas por eventuais restrições de caixa e que não houve alteração na demanda dos clientes, na oferta de produtos e no fluxo de pagamentos.

A empresa afirma ainda que trabalha em um plano estratégico de otimização de recursos para garantir a sustentabilidade da companhia no curto prazo, o que inclui a reestruturação da operação.

"Faz parte do nosso dia a dia verificar e ajustar eventuais desequilíbrios de um ou outro ponto. Agora a gente entrou em um processo de recuperação judicial e isso nos obrigará a olhar esses pontos com mais foco. Certamente vamos ajustar aquilo que não for essencial para a gente", disse à Folha Marcio Chaer, diretor de operações e relacionamento com o consumidor da Americanas.

A reportagem da Folha foi até as Lojas Americanas, na rua Direita, no centro de São Paulo, para saber como está o clima entre os consumidores diante a crise da rede - Bruno Santos-17.jan.2023/ Folhapress

"Nossa grande preocupação é manter o nosso papel de atendimento, manter a capacidade operacional. Eventualmente atividades que não sejam completamente focadas nisso vão fazer parte da nossa revisão."

Ele afirmou que a empresa continua verificando o mesmo nível de demanda, tanto dos clientes como de parceiros (fornecedores e empresas de entrega, por exemplo). Também não houve aumento no cancelamento de compras, diz ele.

"A venda continua igual. Não teve alterações. O abastecimento continua normal, as gôndolas continuam com o mesmo sortimento que já tinham. O site também está operando normalmente, com o mesmo nível de preços."

O executivo afirma que a companhia tem conversado com empresas responsáveis pelo fornecimento de produtos, pelo abastecimento das lojas e pela entrega das compras, além de reforçar os canais de comunicação com os clientes e prestar esclarecimentos a órgãos de defesa do consumidor.

"Todos os sinais já estão muito claros para os nossos parceiros, por isso que a gente tem mantido tudo normal. Nada foi afetado", afirmou.

"Nesta semana, a gente manteve os fluxos já programados, tanto de repasses para os nossos parceiros de vendas do marketplace, como o pagamento da operação e entrega do digital", disse Chaer, que destaca não haver atraso em entregas além do que ocorre normalmente.

A empresa também diz que o cashback nas contas digitais da Ame também segue disponível.

O executivo afirmou que não poderia falar sobre os problema de caixa da companhia e questões relacionadas à recuperação judicial, mas disse que nada mudou do ponto de vista dos clientes.

Questionado se a companhia terá condições de manter a normalidade das operações nas próximas semanas, afirmou que o foco da empresa é tirar as dúvidas dos parceiros comerciais para garantir que o fluxo de entrega e abastecimento continue normal.

"Não há previsão de alteração agora. Não faz sentido, uma vez que as vendas continuam normais e o estoque também. A gente tem de garantir que essa engrenagem continue funcionando adequadamente."

Por causa do escândalo contábil no qual R$ 20 bilhões deixaram de ser registrados como dívidas no balanço, a Americanas entrou em recuperação judicial na última quinta (19).

A varejista tem uma dívida de aproximadamente R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores, configurando o quarto maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil.

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