Americanas se prepara para recuperação na Justiça, Microsoft planeja demissões e o que importa no mercado

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Americanas prepara pedido de recuperação judicial

A Americanas deverá entrar com um pedido de recuperação na Justiça nos próximos dias no valor de aproximadamente R$ 20 bilhões. O montante é necessário para colocar a empresa de volta aos trilhos, nas contas da XP.

Os bancos credores esperavam que o trio de bilionários do 3G Capital, até 2021 controladores e hoje acionistas de referência da companhia, tirasse do bolso os R$ 20 bi, mas eles aceitariam colocar, no máximo, R$ 6 bilhões. A saída, então, deve ser a recuperação judicial (RJ).

Entenda: durante o processo, um juiz passa a administrar a negociação de dívidas da companhia, enquanto um plano de saneamento é montado e votado por uma assembleia de credores.

  • É comum que os credores ofereçam desconto e alonguem o prazo de pagamento do débito da companhia, além de que, durante o processo, a empresa não precisa pagar nenhuma dívida.

A companhia já tem uma decisão cautelar, com prazo de 30 dias, que a livra do vencimento antecipado de dívidas e impede que seus ativos sejam bloqueados. Nesta semana, ela deixou de pagar juros de uma de suas emissões de debêntures (dívida corporativa).

  • A decisão da Justiça pegou muito mal com os bancos, e o BTG chegou a tentar reverter a decisão, mas teve apelação negada.
  • Nesta terça, o banco iniciou um processo arbitral contra a Americanas em São Paulo e pretende entrar com novo recurso, mesmo em caso de pedido de RJ.

Outras novidades sobre o caso Americanas:

  • Sergio Rial, o CEO que ocupou o cargo na companhia por nove dias até expor as "inconsistências" de R$ 20 bilhões, reafirmou em postagem que não sabia com antecedência do rombo contábil.
  • A empresa contratou Camille Loyo Faria como diretora financeira e de relações com investidores da companhia. A executiva atuou em parte do processo de recuperação judicial da Oi, um dos maiores da história brasileira.

Demissões chegam à Microsoft

Depois de Meta, Twitter, Amazon, Salesforce e outras tantas, chegou a vez da Microsoft. A big tech planeja demitir milhares de funcionários, segundo informações publicadas por veículos nesta terça (17).

Em números: o corte atingiria 5% do pessoal, ou cerca de 11 mil funcionários, segundo a emissora britânica de televisão Sky News.

  • A Bloomberg disse que as demissões devem envolver uma série de divisões de engenharia, enquanto a Insider publicou que até um terço da equipe de recursos humanos pode ser cortada.

Leva de demissões: caso confirmados, os cortes na Microsoft seriam o segundo maior na tecnologia neste ano. Nos primeiros dias de janeiro, a Amazon confirmou que irá demitir mais de 18 mil trabalhadores.

  • Dias depois, foi a vez da Salesforce expor seus planos de demitir 7 mil funcionários. "Contratamos demais", admitiu o CEO da companhia.

O que explica: em comum, as empresas de tecnologia estão sofrendo com a alta de juros nos EUA e a desaceleração global que deve vir na sequência.


Fundos de DiCaprio e Bezos acenam para Brasil

O Brasil recebeu sinalizações das fundações do ator Leonardo DiCaprio e do fundador da Amazon, Jeff Bezos, para receber cerca de US$ 100 milhões de cada uma para a proteção ambiental, afirmou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) em Davos nesta terça.

  • A ministra tem sido procurada por investidores interessados em colocar dinheiro nos projetos de preservação no país.
  • Hoje (18), ela deve se reunir com John Kerry, o enviado do governo dos EUA para o clima, em um encontro bilateral.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta terça (17) - Fabrice Coffrini/AFP

Representantes do governo Lula no Fórum Econômico Mundial, Marina e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vêm reforçando nos painéis a defesa de alguns temas:

  • A solidez da democracia brasileira após os ataques golpistas do dia 8;
  • O compromisso do país com a proteção ambiental e a agenda econômica, sobretudo relacionada à responsabilidade fiscal.

Haddad e China animam Bolsa

Sinalizações dadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Davos, e o desempenho do PIB da China no último trimestre de 2022 acima do previsto animaram o mercado financeiro brasileiro nesta terça.

Em números: o Ibovespa fechou em alta de 2,04%, a 111.439 pontos, enquanto o dólar recuou 0,79%, a R$ 5,10.

O que explica: repercutiu bem entre analistas a afirmação de Haddad no fórum econômico de que o governo espera apresentar o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, até abril.

  • Outra notícia que agradou foi o relato do ministro a interlocutores de que ele não pretende interferir nas futuras nomeações da diretoria do Banco Central, conforme publicou a CNN Brasil.

China: o país informou na noite de segunda que sua economia cresceu 3% em 2022, abaixo da meta de 5,5%, mas o desempenho do indicador no último trimestre do ano surpreendeu positivamente os analistas.

  • O resultado impulsionou as cotações das commodities e refletiu nas ações de empresas da Bolsa. As preferenciais da Petrobras subiram 6,15%, dando força ao Ibovespa.
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