BNDES não é hospital de empresas e não irá socorrer Americanas, diz Mercadante

Presidente do banco avalia linha de crédito para pequenos fornecedores, mas descarta socorro direto à varejista

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Rio de Janeiro

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (15) que o banco não planeja nenhuma ação direta para socorrer a Americanas. Mercadante disse que o BNDES não é um "hospital de empresas".

"Não há possibilidade de tratar da crise da Americanas. O que tínhamos de fazer, já fizemos. Executamos a fiança e recuperamos nosso capital", afirmou Mercadante, em referência a empréstimos anteriores à companhia.

Mercadante discursa durante posse no BNDES - Eduardo Anizelli - 6.fev.2023/Folhapress

O petista, contudo, indicou que pretende discutir a abertura de uma linha de crédito para pequenos fornecedores da varejista, que entrou em recuperação judicial devido a dívidas bilionárias.

"Compete à CVM, ao Banco Central, avaliar com rigor o que aconteceu. Os sócios principais têm volume de capital bastante expressivo para salvar a empresa, e sobretudo proteger os fundos de investimento, os 40 mil trabalhadores e as micro e pequenas empresas que são fornecedoras", disse Mercadante.

"O que poderemos fazer é discutir com a Febraban e o Ministério da Fazenda, e o sistema financeiro abrir uma linha de crédito para esses pequenos fornecedores que são vítimas dessa fraude", acrescentou.

O presidente do BNDES evitou traçar um prazo para o avanço das discussões e não deu detalhes de como funcionaria a linha de crédito.

"Elas [pequenas fornecedoras] não têm nenhuma responsabilidade pela crise da Americanas. Elas foram vítimas de um processo. Os indícios de fraude no balanço são muito graves", afirmou.

Mercadante disse que a Americanas não possui atrasos com o banco de fomento. "O BNDES tinha uma linha de crédito com a Americanas de R$ 2,4 bilhões. Eles ainda tinham uma pendência de R$ 1,2 bilhão, mas o BNDES foi prudente, tinha carta de fiança, já foi executada, já foi paga. Não temos um real em risco com a Americanas".

As declarações foram dadas em entrevista coletiva após a reunião de reinstalação do Cofa (Comitê Orientador do Fundo Amazônia). Foi o primeiro encontro do comitê desde 2018, segundo o banco.

A reunião ocorreu na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. A instituição atua na gestão do fundo.

Reaberto pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Cofa tem entre as atribuições estabelecer as diretrizes e os critérios para a aplicação dos recursos obtidos pelo Fundo Amazônia, que visa a preservação ambiental e o combate ao desmatamento.

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