Descrição de chapéu Governo Lula

Lula culpa Bolsonaro por atrasos de Cuba e Venezuela com BNDES

Segundo presidente, corte de relações dificultou pagamento; 'Tenho certeza que eles vão pagar'

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Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (6) que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi alvo de "difamação muito grave", com a disseminação de "mentiras tresloucadas" nos últimos anos.

Em discurso na posse do novo presidente do banco, Aloizio Mercadante, Lula afirmou ainda que a inadimplência de países que tomaram empréstimos com a instituição, como Cuba e Venezuela, foi incentivada pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que cortou relações com esses países.

"No nosso governo eu tenho certeza que eles vão pagar", afirmou. Até setembro de 2022, Venezuela, Cuba e Moçambique somavam US$ 1,03 bilhão (R$ 5,1 bilhões) em atrasos de dívidas com o banco de fomento.

Presidente Lula na cerimônia de posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes/Reuters

Lula afirmou que a crítica ao financiamento à exportação de bens e serviços brasileiros é uma das mentiras disseminadas contra a instituição nos últimos anos. "O BNDES nunca deu dinheiro para outros países. Ele financiou serviços das empresas brasileiras em nada menos do que 15 países."

O petista defendeu que todos os contratos têm garantias que preservam o banco em caso de inadimplência. "E vamos ser francos, os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, é porque o presidente [Bolsonaro] decidiu cortar relações internacionais", disse.

O presidente já defendeu que o banco volte a financiar exportações de bens e serviços. Em visita à Argentina, por exemplo, citou o gasoduto de Vaca Muerta, importante reserva de gás do país vizinho, como um dos projetos financiáveis.

Para especialistas, porém, investir no gasoduto argentino não faz sentido econômico e ambiental.

Lula rebateu também as acusações de que o BNDES é uma caixa-preta, bastante disseminadas na campanha eleitoral de 2018.

"O BNDES nunca foi caixa preta. De tanto martelar isso na cabeça das pessoas, o BNDES teve que gastar R$ 40 milhões em uma auditoria internacional em 2020. O resultado, para decepção dos caluniadores, é que nada foi encontrado de irregular".

O presidente defendeu ainda que o BNDES "nunca foi sorvedouro de dinheiro do Tesouro", citando que a maior fonte de recursos do banco é o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), e que o banco vem devolvendo elevados volumes ao Tesouro nos últimos.

Segundo Mercadante, desde 2015 já foram devolvidos R$ 678 bilhões —incluindo pagamento do principal da dívida, juros, liquidação antecipada de dívida e dividendos. "É 54% maior que as transferências que o Tesouro fez para o banco."

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