Sem citar Americanas, presidente da CVM fala de caso 'lamentável' e 'gravíssimo'

João Pedro Nascimento diz que entidade não poupará esforços para punir os responsáveis

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São Paulo

João Pedro Nascimento, presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), disse nesta terça (14) que a entidade vem trabalhando de modo firme para investigar um caso gravíssimo e que não poupará esforços para punir os responsáveis.

"A CVM não comenta nenhum caso específico, mas lida com casos rumorosos. Hoje temos um assunto que vem consumindo um esforço muito importante do nosso time. A gente constituiu uma força-tarefa para lidar com este assunto", disse Nascimento, durante um evento do banco BTG Pactual.

O presidente da CVM respondeu após ser perguntado, de forma genérica, sobre casos que podem abalar a confiança no mercado de capitais.

 João Pedro Nascimento, presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), durante evento do BTG
João Pedro Nascimento, presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), durante evento do BTG - Reprodução

"Esse assunto é lamentável. A CVM não vai poupar esforços para responsabilizar cada um dos responsáveis pelos acontecimentos. Esse assunto é classificado internamente como gravíssimo. Ao mesmo tempo, a gente precisa conduzir de maneira absolutamente responsável, sem antecipar conclusões", disse Nascimento.

Ele disse que apurações são conduzidas pelas áreas técnicas, e não envolvem o presidente nem o colegiado, para manter a isenção das investigações.

"O caso testou a estrutura de freios e contrapesos do mercado de capitais. Esse caso demanda uma resposta eficiente. A CVM não poupará esforços para fazer o trabalho com rigor técnico e responsabilidade, mas a gente não vai poupar quem tenha cometido ilícitos que sejam capazes de fragilizar o mercado de capitais", concluiu.

No começo deste ano, a Americanas disse que havia uma inconsistência contábil em seus balanços e que um passivo de cerca de R$ 20 bilhões não teria sido registrado. Isso fez com que credores corressem para cobrar dívidas da varejista, o que gerou o risco de secar o caixa. Para se proteger, a Americanas entrou em recuperação judicial.

Conforme a recuperação judicial avança, foi apurado que a dívida da empresa estava na verdade em mais de R$ 40 bilhões.

O fato de que a Americanas conseguiu esconder uma dívida bilionária gerou queixas sobre a atuação de entidades como empresas de auditoria e a CVM, que tem como função garantir que o mercado de capitais funcione sem fraudes.

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