Amazon e Apple de olho nos cinemas, recuperação judicial do Grupo Petrópolis e o que importa no mercado

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Por que Amazon e Apple agora miram os cinemas

Depois de investir pesado em seus serviços de streaming, Amazon e Apple começam a olhar para os cinemas como uma forma de aumentar a lucratividade e visibilidade de suas produções.

  • Nesta terça, uma notícia do site Intersect apontou que a Amazon considera fazer uma oferta pela rede americana de cinemas AMC, que anda mal das pernas financeiramente. As ações da rede fecharam em alta de 21%.
  • O interesse vem a público depois de a Bloomberg relatar que Apple e a empresa fundada por Jeff Bezos planejam investir US$ 1 bilhão cada uma por ano em filmes para serem lançados primeiro nos cinemas e depois no streaming.

O que explica: enquanto estavam empolgadas com o boom do streaming na pandemia e corriam atrás da líder Netflix, as duas big techs abriram o bolso para atrair a seus serviços grandes estúdios e produções.

  • No mesmo ano, a Apple pagou a quantia recorde de US$ 25 milhões para ser a distribuidora do filme "No Ritmo do Coração", que se tornou exclusivo do seu streaming e saiu vencedor do Oscar.

Agora, porém, o cenário se inverteu. Com o fim das restrições de locomoção da pandemia, a onda do streaming esfriou, e a ordem da vez passou a ser menos gastos, mais receitas.

  • É desse último fator que vem o plano de liberar os filmes primeiro nos cinemas.
  • Além de ajudar a bancar os custos das produções, exibi-las antes nas telonas pode atrair assinantes às plataformas em que os filmes estarão disponíveis assim que deixarem os cinemas.
Logos de Apple e Amazon
Logos de Apple e Amazon - Loic Venance e Emmanuel Dunand/AFP

Grupo Petrópolis em recuperação judicial

O Grupo Petrópolis, das cervejas Itaipava, Petra e Cacildis, entrou em recuperação judicial (RJ) com dívidas de cerca de R$ 4,2 bilhões —R$ 2 bilhões com credores financeiros e R$ 2,2 bilhões com grandes fornecedores.

  • No pedido feito na segunda (27), a Petrópolis pediu a concessão de tutela cautelar para suspender o pagamento de R$ 105 milhões de uma parcela de juros que vencia naquele dia.
  • A tutela também impediu a retenção de valores que a companhia tinha nos bancos.

O que motivou a RJ: a Petrópolis atribuiu o pedido à sua crise de liquidez gerada por uma drástica queda de receita que começou há 18 meses.

  • A situação foi agravada pela elevação dos custos das matérias-primas e pelo alto patamar dos juros no país, que acabaram corroendo seu caixa.

Em números: de 31,2 milhões de hectolitros (1 hectolitro equivale a 100 litros) vendidos em 2020, a companhia fechou 2022 com 24,1 milhões de hectolitros comercializados, e 2021, com 26,4 milhões.

  • Já a alta da Selic tem um impacto de cerca de R$ 395 milhões ao ano no fluxo de caixa do grupo. Até março, a necessidade de capital de giro está R$ 360 milhões superior ao que foi projetado.

A empresa: comprada em 1998 por Walter Faria, o Grupo Petrópolis foi agregando marcas e unidades industriais ao seu portfólio.

  • Hoje, produz as cervejas Petra, Cabaré , Black Princess, Crystal, Lokal, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forevis), além de energéticos, vodkas e refrigerantes.

Amaro em recuperação extrajudicial

A Justiça aceitou o pedido de recuperação extrajudicial da varejista de moda Amaro, que havia sido feito em 22 de março.

O plano teve aprovação de credores que representam 41,63% do que é devido, o equivalente a R$ 101,8 milhões, e então foi homologado pela juíza, ao apontar que a empresa cumpriu os requisitos legais.

Em números: a companhia reportou R$ 244,6 milhões em dívidas – R$ 151,7 milhões com bancos e R$ 93 milhões com fornecedores.

A Amaro justificou o pedido de recuperação pela crise de crédito no varejo, que fez com que ela não tivesse sucesso na busca por novos investidores e na renegociação de dívidas com Itaú e Santander.

A empresa: a varejista de fast fashion (moda rápida) foi fundada em 2012 e opera tanto no ecommerce quanto por meio de 20 lojas físicas instaladas em shoppings. Ela disse à Justiça empregar 594 pessoas diretamente.


Bolsa de volta aos 100 mil

A Bolsa voltou a fechar acima do patamar simbólico de 100 mil pontos nesta terça (28), com alta de 1,52%, a 101.185 pontos, enquanto o dólar caiu 0,80%, para R$ 5,16.

O resultado positivo veio em dia de alta das commodities e divulgação da ata do Copom, que manteve o tom duro do comunicado da semana passada, mas passou o recado de que um arcabouço fiscal "sólido e crível" pode resfriar as expectativas de inflação.

  • As duas maiores empresas do índice, Vale e Petrobras, fecharam em alta de 1% e 1,7%, respectivamente, e, assim como outros papéis ligados a commodities, ajudaram com o avanço da Bolsa no dia.
  • Em relação à ata, os economistas do mercado avaliaram que o BC manteve sua postura firme contra o início do corte de juros antes de as expectativas de inflação voltarem a ficar na meta considerada pela autoridade, mas indicou que a regra fiscal pode ajudar nesse processo.

Entre as empresas, o destaque ficou para a Hapvida, cujos papéis subiram 18% no dia.

  • Ela vinha sofrendo com o mau humor do mercado desde o início do mês, quando divulgou o balanço, e viu seus papéis ampliarem a queda após dizer que considerava uma emissão de ações para fortalecer o caixa.

Na segunda à noite, porém, a Hapvida tranquilizou parte dos acionistas ao anunciar duas operações junto a seus controladores para ampliar a liquidez da companhia:

  • Um sale and leaseback, operação que consiste na venda dos ativos e, ao mesmo tempo, um contrato para alugá-los de volta. Serão dez hospitais envolvidos no acordo, com R$ 1,25 bilhão indo para o caixa da companhia.
  • Um aumento de capital, com a família Pinheiro se comprometendo a injetar R$ 360 milhões em uma operação que, no total, vai emitir 385 milhões de ações, movimentando cerca de R$ 1 bilhão.
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