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BCs globais tomam medidas e reforçam fluxo de dinheiro para ajudar bancos

Fed ofereceu swaps diários de moeda para garantir que bancos tenham dólares necessários para operar

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Francesco Canepa Howard Schneider
Frankfurt e Washington | Reuters

Os principais bancos centrais do mundo, diante do risco de uma rápida perda de confiança na estabilidade do sistema financeiro, agiram no domingo (19) para reforçar o fluxo de dinheiro em todo o mundo.

Em coordenação com os bancos centrais de outros lugares, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) ofereceu swaps diários de moeda para garantir que os bancos no Canadá, Reino Unido, Japão, Suíça e zona do euro tenham dólares necessários para operar.

A mudança é uma expansão modesta de um programa existente no qual o Fed paga semanalmente dólares a outros grandes bancos centrais em troca de moeda local. Ao fazer isso, o banco, na verdade, oferece empréstimos de curto prazo e de baixo risco que garantem que as principais economias do mundo tenham oferta adequada da moeda de reserva global para atender às demandas locais.

Sede do Fed, em Washington - Jim Watson - 4.mai.2022/AFP

Os swaps diários, que começam nesta segunda-feira (20) e se estendem pelo menos até o final de abril, "servirão como um importante suporte de liquidez para aliviar as tensões nos mercados globais de financiamento, ajudando assim a mitigar os efeitos de tais tensões na oferta de crédito para famílias e empresas", disse o Fed em um comunicado.

Os bancos da zona do euro tomaram apenas US$ 5 milhões (R$ 26,3 milhões) emprestados nesta segunda junto ao Banco Central Europeu através do instrumento apresentado no domingo.

As linhas de swap do banco central mostraram poucos sinais de crise até agora, com bancos centrais estrangeiros mantendo swaps pendentes com o Fed por apenas US$ 472 milhões (R$ 2,4 bilhões) em 15 de março, contra US$ 446 bilhões (R$ 2,3 trilhões) no início da pandemia e um pico de US$ 583 bilhões (R$ 3 trilhões) em 2008.

Mas problemas entre bancos de médio porte dos EUA, bem como o anúncio no domingo de um resgate de emergência do gigante suíço Credit Suisse Group AG, levantaram preocupações sobre uma crise de crédito iminente e possivelmente contracionista. Tal crise poderia surgir se o público perder a confiança nos bancos ou os bancos perderem a confiança uns nos outros, e começarem a limitar sua exposição a novos empréstimos.

Os problemas no banco suíço em particular —uma das maiores instituições financeiras do mundo— provocaram ondas de choque nos mercados globais na semana passada, aumentando os temores de uma nova crise financeira e ameaçando atrapalhar os esforços dos banqueiros centrais para combater a inflação elevada.

O Credit Suisse se viu em extrema necessidade de liquidez na semana passada, até que seu próprio banco central lançou ajuda.

CENÁRIOS DE CONTÁGIO

A medida coordenada anunciada no domingo permitirá que os bancos centrais da zona do euro, Reino Unido, Japão e Canadá ofereçam diariamente empréstimos de sete dias em dólares a seus bancos.

Pelo menos dois grandes bancos da Europa estão examinando cenários de contágio que pode se disseminar no setor bancário da região e esperam que o Fed e o banco central Europeu interfiram com sinais mais fortes de apoio, disseram à Reuters dois altos executivos com conhecimento das deliberações.

O Fed e o Banco da Inglaterra realizarão reuniões sobre a política monetária nesta semana, quando terão de encontrar um difícil equilíbrio entre a luta contra a inflação e as preocupações com a turbulência financeira.

Analistas consultados pela Reuters esperam que ambos os bancos aumentem os juros em 25 pontos-base.

Reportagem adicional de Dan Burns em Nova York

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