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Bolsa tem recuperação no final do dia e evita pior fechamento de 2023; dólar cai com China

Minutos antes do fechamento, ações da Petrobras saíram da queda para estabilidade, ajudando o Ibovespa

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São Paulo

A recuperação das ações da Petrobras nos últimos minutos do pregão desta quarta-feira (1º) ajudou o Ibovespa a evitar o pior fechamento de 2023. A Bolsa fechou em queda menos intensa do que registrava até as 17h30. O dólar caiu ante o real, com influência de dados que mostram uma rápida recuperação da atividade econômica na China.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,52%, a 104.384 pontos. Muito próximo do fechamento do dia 3 de janeiro, em 104.165 pontos, o pior de 2023 até o momento. O dólar comercial à vista fechou o dia em baixa de 0,61%, a R$ 5,192.

No mercado de juros, os vencimentos mais curtos tiveram queda, e os mais longos fecharam em alta. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 recuaram de 13,37% ao ano no fechamento desta terça-feira (28) para 13,29%. No vencimento em janeiro de 2025, a taxa passou de 12,67% para 12,63%. Nos contratos para janeiro de 2027, as taxas subiam de R$ 12,90% para 12,99%.

Dólar segue tendência global após recuperação da atividade industrial da China maior que as projeções do mercado - Ernesto Benavides - 3.out.2022/AFP

Fabrício Gonçalvez, sócio fundador da Box Asset Management, lembra que a Petrobras vai divulgar seus resultados na noite desta quarta-feira, e alguns investidores podem ter começado a antecipar os números.

"A expectativa é que os números venham muito robustos. E o segundo é que a Petrobras e as outras empresas do setor seguiram a tendência do petróleo, que fechou em alta", diz Gonçalvez. Perto das 18h30 (horário de Brasília), o petróleo tipo Brent apresentava alta de 0,56%, a US$ 84,36 o barril.

Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos, diz que no final do dia, surgiram conversas no mercado sobre um pagamento de dividendos pela Petrobras maior que o esperado, por conta dos resultados de 2022.

A ação ordinária da Petrobras fechou estável, e a preferencial teve alta de 0,23%. Nas mínimas do dia, os papéis chegaram a cair mais de 4%, com o intenso noticiário envolvendo a companhia.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu instituir uma taxa de 9,2% sobre as exportações de petróleo bruto. A medida terá duração de quatro meses, a partir de 1º de março.

A cobrança foi anunciada pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), como uma forma de compensar a perda de arrecadação do governo com a reoneração apenas parcial de tributos federais sobre gasolina e etanol.

Para Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, a decisão não foi bem recebida pelo mercado. "Teve reflexos inclusive em outras exportadoras, porque fica a dúvida sobre onde isso vai parar. Será que vão taxar outras commodities?", questiona Moliterno.

A ação preferencial classe A da Braskem fechou o dia com baixa de 1,83%. O papel ordinário da Suzano caiu 2,03%.

Outras notícias que contribuem para elevar a cautela dos investidores com a Petrobras envolvem mudanças nos nomes indicados pelo governo para o conselho de administração, e a suspensão do processo de venda de ativos.

Após críticas de aliados, o governo anunciou nesta quarta-feira mudança na lista de indicados ao conselho de administração da Petrobras. Decidiu também adiar a assembleia de acionistas que elegerá o colegiado, sinalizando que fará novas alterações.

A lista inicial foi elaborada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e gerou desconforto entre aliados e dentro da própria estatal, chegando a ser chamada de "bolsonarista" por sindicatos de empregados da companhia.

A estatal recebeu, também nesta quarta-feira, ofício do Ministério de Minas e Energia solicitando a suspensão do processo de venda de ativos por um prazo de 90 dias. O governo justifica o pedido com a reavaliação da política energética e a composição do novo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)

Segundo analistas, estas decisões do governo acabam tendo efeito sobre as ações de outras estatais, ou empresas com participação relevante da União em seu capital.

A ação ordinária do Banco do Brasil fechou com queda de 3,22%. Os papéis ordinários e preferenciais classe B da Eletrobras recuaram 2,33% e 2,08%, respectivamente.

Outro destaque do dia foi Hapvida, com a ação ordinária em queda superior a 32%. A empresa perde mais de R$ 10 bilhões em valor de mercado, com a decepção de investidores com o resultado da no quarto trimestre de 2022 e preocupações com o futuro. A empresa reportou na véspera queda de 56,1% no lucro líquido ajustado ano a ano, a R$ 161,4 milhões.

Os investidores estão mais otimistas com a recuperação econômica da China. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Manufatureiro do país subiu de 50,1 em janeiro para 52,6 em fevereiro. É o maior patamar do indicador desde abril de 2012, segundo a XP Investimentos.

Na Bolsa, o indicador impulsiona principalmente a ação ordinária da Vale, que fechou em alta de 4,54%, e impedia um desempenho ainda pior do Ibovespa. A ação ordinária da CSN e a preferencial classe A da Usiminas também se destacaram no dia, com avanços de 7,62% e 4,98%, respectivamente.

O índice de ações Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, fechou em alta superior a 4% nesta quarta-feira. O índice chinês CSI 300 subiu 1,41%.

Em Nova York, os índices fecharam majoritariamente em queda, com os investidores tentando se antecipar às decisões do Fed (Federal Reseve, o banco central americano) sobre os juros. O Dow Jones encerrou o dia com alta de 0,02%. O S&P 500 fechou em baixa de 0,47%. O índice Nasdaq recuou 0,66%.

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