O que esperar da reunião do BC sobre juros, Google libera seu chatbot ao público e o que importa no mercado

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O que esperar do Copom

Mesmo com a forte pressão de membros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até de representantes da indústria e outros setores da economia nacional, a aposta é que o Copom, do Banco Central, deve manter a Selic parada nos 13,75% ao ano na reunião desta quarta (22).

O que explica: para os economistas ouvidos pela Folha, ainda pressionadas e distantes da meta, as expectativas de inflação para 2024 –ano alvo da atual decisão do BC– não abrem espaço para um corte de juros neste momento.

  • Essa visão é predominante entre analistas do mercado, que têm uma divisão maior acerca de quando o BC começará a cortar os juros, se a partir do segundo semestre ou ainda antes do meio do ano.

As discussões sobre uma possível antecipação na redução de juros começaram a ganhar força no início do mês.

Nos EUA, o Fed (banco central americano) passa por sinuca semelhante. A falência do SVB e do Signature Bank motivaram pressões para que a autoridade não aumente os juros na reunião desta quarta.

  • A tendência, porém, é de uma nova alta de 0,25 ponto percentual.

Bets terão que pagar para operar

O Ministério da Fazenda prepara uma medida provisória para regulamentar e tributar as apostas esportivas que também trará um dispositivo para exigir que as empresas do setor paguem um valor para operar no Brasil, segundo a agência Reuters.

  • Segundo a Reuters, os valores a serem cobrados das empresas ainda estão em definição.

Entenda: uma lei aprovada em 2018 pelo Congresso previa que o governo deveria regulamentar em um prazo de até quatro anos as apostas esportivas de alíquotas fixas, ou seja, aquelas em que o apostador sabe quanto pode ganhar no momento em que tenta a sorte.

  • A Folha mostrou que havia uma minuta pronta na Casa Civil do governo Bolsonaro (PL), mas a proposta não foi apresentada, e a União não consegue tributar o setor.

Apoio: a cobrança da outorga é bem recebida pelas casas de aposta. O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magnho José, afirmou que a maior parte dos países que regulamentam as apostas esportivas cobra outorga e tributos sobre o setor.

  • Para o CEO da empresa de apostas esportivas Galera.bet, Marcos Sabiá, a cobrança da outorga pode funcionar como uma medida de aferição da capacidade financeira da empresa.

Como é hoje: as companhias, com sede no exterior, podem operar no Brasil sem ter de pagar impostos ou prestar contas ao governo.

  • Isso cria, segundo especialistas, não só maior margem para esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, mas também impede que o país tenha arrecadação com a atividade.

Segundo dados do setor, ao menos 20 companhias já operam no mercado de apostas esportivas online no Brasil. Entre as marcas, estão Bet365, Sportingbet, Sportsbet, Pixbet e Betano.


Google enfim libera o rival do ChatGPT

Quatro meses após o lançamento do ChatGPT, tido como a maior ameaça ao seu império nas buscas, o Google disponibilizou ao público nesta terça o seu chatbot, chamado de Bard.

  • A ferramenta, que vinha sendo testada por pesquisadores, estará disponível para um número limitado de usuários nos EUA e Reino Unido e será liberada para mais usuários, países e idiomas ao longo do tempo, disseram executivos da big tech.

Como funciona: ao contrário do que fez a Microsoft, que incorporou a tecnologia do ChatGPT em seu motor de pesquisas Bing, o Google lançou o Bard como uma página de web separada.

  • Ao final de cada resposta, aparece um botão "Google it" que conduz os usuários a uma nova aba com uma página de resultados de busca convencionais do Google sobre o assunto.
  • Os executivos apresentaram o Bard como uma ferramenta para redigir emails e poemas e oferecer orientação sobre como envolver as crianças em novos passatempos, por exemplo a pesca.
  • Nas capturas de tela compartilhadas pela empresa, os usuários são apresentados a uma caixa de bate-papo em branco com um aviso abaixo dela: "o Bard pode exibir informações imprecisas ou ofensivas que não representam as opiniões do Google".

Por que a demora? O Google testa a tecnologia que embasa o Bard desde 2015, mas vinha adotando um tom mais cauteloso na liberação ao público, preocupada que o chatbot pudesse reproduzir vieses ou preconceitos, além de informações inverídicas.

  • Os projetos foram acelerados, porém, com a popularização do ChatGPT, que gerou um "alerta vermelho" dentro do Google, conforme relatou o New York Times.

Recentemente, a Microsoft decidiu limitar o número de interações que um usuário pode ter com seu chatbot em uma mesma sessão. O anúncio veio após viralizarem conversas em que o robô "ameaçava" usuários por considerá-los como um risco a sua integridade.


Nestlé reconhece que parte de seus produtos não são saudáveis

A fabricante Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, divulgou pela primeira vez um relatório acerca do valor nutricional de seus alimentos com base em uma pontuação comumente usada no mercado.

O resultado foi que menos da metade dos produtos mais vendidos pode ser considerada "saudável" segundo a definição HSR (health star rating).

Entenda: alimentos que tenham nota abaixo de 3,5 nessa classificação não são considerados "geralmente saudáveis", de acordo com a entidade sem fins lucrativos Access to Nutrition Initiative.

  • O HSR leva em consideração o nível de gorduras saturadas, açúcar e sal em produtos individuais, além de "nutrientes positivos", como fibras, frutas e vegetais.

A fabricante dividiu em relatório suas vendas líquidas em quatro categorias:

  • 17% vieram de produtos com pontuação HSR inferior a 1,5;
  • 18% delas com notas entre 1,5 e 3,5;
  • 30% com classificação de pelo menos 3,5;
  • Os 35% restantes vieram de produtos para pets e outros aos quais o HSR não se aplica.

A Nestlé afirma que foi a primeira no setor a relatar o valor nutricional de todo o seu portfólio global e que já fez "grande progresso" na redução de sódio, açúcar e gorduras saturadas.

Os executivos do setor, porém, argumentam que há limites para esse tipo de produto.

  • "Categorias relacionadas ao prazer [como confeitaria] não serão transformadas em categorias relacionadas à saúde", disse o CEO da Nestlé, Mark Schneider.

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