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Petrobras prevê R$ 16 milhões para pagar bônus a diretores em 2023

Valor inclui premiação por lucro recorde de 2022 e parcelas de anos anteriores

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Rio de Janeiro

A Petrobras prevê gastar R$ 16 milhões com o pagamento de participação nos lucros a seus diretores em 2023. O valor é 60% superior ao verificado no ano anterior e inclui premiações pelo lucro recorde de 2022 e parcelas remanescentes de anos anteriores.

O gasto é parte do orçamento para remuneração da administração da companhia que será levado a votação em assembleia de acionistas no fim de abril, quando a empresa elege também seu novo conselho de administração.

Considerando salários e bônus para diretores e conselheiros, a Petrobras prevê gastar R$ 53,6 milhões em 2023, alta de 85% em relação ao verificado em 2022. Segundo a empresa, o aumento reflete a maior participação nos lucros e o reajuste de 44% nos salários da diretoria.

Homem de cabelos e barba branca mostra a mão direita espalmada
O presidente da Petrobrfas, Jean Paul Prates, em entrevista na sede da estatal, no Rio - Pilar Olivares - 2.mar.2023/Reuters

A premiação pelo desempenho, chamada de PPP (programa prêmio por performance) beneficia apenas diretores de gestões anteriores, nomeadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Já o reajuste beneficiará os diretores que estiverem na empresa após a assembleia de acionistas.

Em nota, a Petrobras diz que a proposta de remuneração foi aprovada nas instâncias internas e ainda será submetido à Sest (Secretaria de Controle das Estatais). Afirmou ainda que trata-se de uma estimativa do valor máximo possível e inclui rubricas que podem não ser desembolsadas, como quarentena não remunerada.

O valor da remuneração variável inclui premiação pelo desempenho de 2022 e parcelas remanescentes de 2018, 2020 e 2021. No ano passado, a empresa teve o maior lucro já registrado por uma empresa brasileira, de R$ 188,3 bilhões, resultado que gerou dividendos recordes superiores a R$ 200 bilhões.

O PPP foi criado em 2019, na gestão Roberto Castello Branco, e elevou as bonificações da diretoria sob a justificativa de "valorizar a meritocracia e trazer flexibilidade para um cenário em que a empresa busca mais eficiência e alinhamento às melhores práticas de gestão".

Na época, a mudança foi questionada por sindicatos, diante do aumento da disparidade entre os ganhos da cúpula da empresa e do restante do corpo funcional. Os sindicatos também questionaram a proposta de reajuste de 44% nos salários, que levará a remuneração fixa do presidente da companhia a cerca de R$ 168 mil por mês.

A empresa diz que o reajuste recupera perdas com o congelamento de salários nos últimos anos e reduz a diferença entre a estatal e suas concorrentes no mercado. Os novos valores, porém, precisam ser aprovados em assembleia, assim como os bônus.

Com maioria do capital votante da estatal, a União tem a palavra final. No governo Bolsonaro, aprovou todos os orçamentos para remuneração de executivos propostos pela empresa. Em 2020, após o início da pandemia, a empresa decidiu por conta própria adiar o pagamento de bônus.

Em comunicado a acionistas divulgado nesta terça-feira (27), a empresa diz que sua política de remuneração tem o objetivo de recompensar os executivos "pelo grau de responsabilidade de suas funções e pelos resultados alcançados considerando as práticas de mercado".

Para os nove diretores, a empresa reservou R$ 48,5 milhões para pagar salários, benefícios e os bônus, além de provisões para rompimento de contrato e benefícios pós emprego. Para o conselho de administração, foram reservados R$ 3,5 milhões —nesse caso, não há bônus nem benefícios.

Na nota enviada à Folha, a empresa diz que "eventuais cálculos como a divisão simples dos montantes de PPP e remuneração fixa pelo número de membros da diretoria executiva estão incorretos e podem resultar em um valor bastante diferente dos que serão efetivamente praticados".

E volta a defender o reajuste dos salários, afirmando que a remuneração do presidente da companhia equivale a 19% da mediana da remuneração total anual de seus pares no mercado. A dos diretores equivale a 55% e a dos conselheiros, a 26%.

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