Descrição de chapéu Folhainvest

Política econômica vai na direção errada, avaliam gestores de fundos em levantamento

Maioria dos agentes financeiros ouvidos em pesquisa da Genial e da Quaest não acredita que política fiscal irá resultar em sustentabilidade da dívida pública

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São Paulo

Pouco mais de dois meses desde que tomou posse, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido avaliado de maneira bastante negativa por parte significativa do mercado financeiro, segundo pesquisa da corretora Genial Investimentos e da Quaest.

O levantamento, que ouviu 82 gestores de fundos em São Paulo e no Rio de janeiro entre os dias 10 e 13 de março, indica que 98% dos entrevistados avaliam que a política econômica do país está indo na direção errada.

Desde a campanha eleitoral no ano passado, o petista tem adotado um tom crítico a pautas caras aos investidores, como a autonomia do Banco Central (BC) e a privatização da Eletrobras.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado - 15.mar.2023/Reuters

No levantamento, 90% dos entrevistados avaliaram como negativa a relação do governo Lula com a diretoria do BC. E 45% dos participantes consideram baixa a chance de a autarquia antecipar o corte de juros.

Além disso, 78% dos entrevistados afirmam que a economia brasileira deve piorar ao longo dos próximos 12 meses, enquanto apenas 6% esperam por uma melhora.

Apesar do resultado do levantamento, no mais recente boletim Focus, divulgado nesta semana, as projeções dos economistas consultados pelo BC para o PIB (Produto Interno Bruto) subiram pela quarta vez seguida, e apontam agora para uma expansão de 0,89% da economia brasileira, contra 0,76% um mês atrás.

Na pesquisa Genial/Quaest, 90% dos entrevistados dizem que a política fiscal do governo não vai gerar uma sustentabilidade da dívida pública, embora 61% entendam ser alta a probabilidade de o governo conseguir aprovar uma nova âncora fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (15) que a proposta da nova regra fiscal, que substituirá o teto de gastos, já foi entregue ao Planalto.

A expectativa é que o texto final seja concluído antes de viagem de Lula para a China, programada para o dia 24. O aval do presidente é a última etapa antes de a proposta seguir para o Congresso Nacional.

Em relação à inflação, 68% dos entrevistados dizem que o governo não está preocupado com a alta dos preços, enquanto 36% estimam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) vai encerrar o ano acima de 6% —a meta de inflação para o ano é de 3,5%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 57% dos participantes da pesquisa acreditam ser alta a probabilidade de o governo alterar a meta de inflação.

No Focus, a mediana das estimativas dos economistas indica a inflação fechando o ano em 5,96%.

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