Startups de RH vão às compras, as oportunidades na renda fixa e o que importa no mercado

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Startup da semana: RH vai às compras

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente. Hoje, excepcionalmente, mostramos duas transações que movimentaram o setor de RH na última semana.

As operações: a Gupy anunciou a compra da Pulses, enquanto a Flash adquiriu a Ponto Certo. Os valores das transações não foram divulgados.

Quem é quem:

  • Gupy: plataforma de contratação e treinamento de empregados fundada em 2015. Como mostramos aqui, a empresa captou R$ 500 milhões no ano passado. Meses depois, adquiriu a rival Kenoby.
  • Pulses: startup catarinense fundada em 2016 que faz o monitoramento contínuo da opinião dos funcionários sobre o "clima" da empresa, com perguntas enviadas semanalmente. Em fevereiro, ela tinha 900 clientes e 900 mil profissionais ativos na plataforma.
  • Flash: startup de benefícios flexíveis, despesas corporativas e gestão de pessoas, que tem como principal serviço a oferta da gestão dos benefícios pelas empresas aos funcionários. Ao lado da Caju, é apontada como uma das vencedoras das novas regras do vale-alimentação. Captou US$ 100 milhões em 2022.
  • FolhaCerta: startup dedicada ao controle de ponto, férias e jornada do colaborador. A plataforma, com 100 mil profissionais cadastrados, será integrada à Flash People, frente de gestão de pessoas da startup de benefícios.

Por que são destaques: os anúncios mostram a consolidação do setor de RH brasileiro, que viu as captações explodirem nos últimos anos.

  • Com as aquisições, as empresas agregam serviços a sua plataforma, se preparam para a abertura do setor e se armam contra concorrentes de fora, como a chilena Buk, que recebeu um aporte de US$ 35 milhões para começar a operar no Brasil.

A Semana em Resumo

Em uma semana pouco movimentada, foram cinco rodadas de captação anunciadas por startups da América Latina, com US$ 9 milhões (R$ 46,8 milhões) em investimentos.

Os números são da plataforma Sling Hub.


Oportunidades na renda fixa 'pública' e 'privada'

O patamar atual da taxa de juros real brasileira (juros nominal menos inflação) apresenta uma oportunidade poucas vezes vista no mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto, apontam os analistas.

Entenda: tomando como base o investimento IPCA +, que paga como rendimento uma taxa pré-determinada mais a inflação, os juros reais estão em 6%.

  • O patamar permanece nesse nível desde meados de 2022, refletindo as incertezas com a agenda econômica, e é o maior desde 2016, durante o governo Dilma Rousseff, quando as taxas dos papéis indexados à inflação chegaram à casa dos 7%.

No Tesouro Direto, há ainda os títulos pré-fixados (taxa pré-determinada garantida), os pós-fixados (acompanham a Selic) e o Tesouro Renda+, que estreou neste ano e é voltado para quem deseja poupar para a aposentadoria.

  • Mostramos aqui as principais vantagens e desvantagens de cada aplicação.

No mercado de crédito privado, em que ocorre o financiamento das empresas, as oportunidades também são grandes, mas aqui o risco deve ser ainda mais considerado.

  • Com o estouro do escândalo da Americanas, os investidores retiraram R$ 17 bilhões dos fundos de crédito privado nos dois primeiros meses de 2023, segundo levantamento do banco ABC Brasil.
  • Com a corrida para vender os títulos, seus preços caíram, e as taxas, consequentemente, subiram.
  • Os prêmios dos 25 títulos mais negociados nos últimos seis meses até o fim de fevereiro saíram de 1,80% ao ano em dezembro para 2,61% ao ano em fevereiro.

Para Michael Viriato, do blog De Grão em Grão, a sequência de notícias de crédito que assusta os investidores também gera oportunidades.


Trem-bala Rio-São Paulo

A TAV Brasil, empresa que tem um projeto para construir um trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo, quer captar pelo menos R$ 50 bilhões ao longo de dez anos com investidores privados.

Entenda: a ideia da TAV é fazer o trajeto entre as duas cidades com quatro estações (São Paulo, São José dos Campos, Volta Redonda e Rio de Janeiro), numa viagem de 380 km com 1h30 de duração. O objetivo é inaugurar as operações em 2032.

  • O presidente da TAV, Bernardo Figueiredo, disse à Folha que já teve conversas iniciais com o EximBank, o "BNDES chinês", e houve sinalização de que o banco tem apetite para entrar até como sócio.

Sim, mas… Há obstáculos novos e antigos que o projeto precisa superar para pegar embalo.

  • Os juros altos mundo afora tiram apetite dos investidores para projetos arriscados, como é o caso do trem-bala.
  • Analistas do setor de infraestrutura veem com desconfiança a iniciativa e lembram que o projeto não prosperou no passado por ser considerado grande demais e por sofrer resistência das companhias aéreas e das empresas de ônibus —que teriam um rival na ponte Rio-São Paulo.
  • Há também incertezas em relação à demanda para o transporte. Especialistas ainda lembram que projetos semelhantes ao redor do mundo tiveram aportes públicos.

Cronograma: a TAV assinou o contrato com a ANTT na quinta(2). A partir de agora, começam as conversas e acordos com prefeitos e governadores por onde a ferrovia vai passar para emissão de licenças ambientais e de instalação.


Toblerone repaginado

O Toblerone terá que mudar de embalagem. A tradicional marca de chocolates da fabricante Mondelez não poderá mais exibir a imagem do pico da montanha Matterhorn, um dos símbolos mais conhecidos da Suíça.

Entenda: a mudança acontecerá porque parte da produção do chocolate será transferida para a Eslováquia a partir de julho, em meio a uma demanda dos trabalhadores suíços por aumento salarial.

  • A embalagem terá que ser redesenhada para não violar o Swissness Act, lei da Suíça de 2017.
  • A norma determina que produtos só podem ser descritos como suíços se pelo menos 80% das matérias-primas vierem do país —100% para leite e laticínios— e se a etapa essencial do trabalho ocorrer no território.
Chocolate Toblerone em um supermercado do grupo de varejo Coop em Zumikon, Suíça - Arnd Wiegmann - 13.dez.2016/Reuters

O que muda: além da retirada da imagem da montanha Matterhorn, que deve ser substituída por uma montanha mais simples, o chocolate não poderá mais trazer na embalagem o termo "fabricado na Suíça", que será trocado por "estabelecido na Suíça".

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