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Bolsa fecha em alta com ajuda decisiva de Petrobras e Vale; dólar sobe, mas diminui ritmo no final

Melhora nas projeções para a economia chinesa impulsionou empresas produtoras de commodities

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São Paulo

A Bolsa fechou em alta nesta segunda-feira (10), na volta do feriado de Páscoa, na contramão dos índices em Nova York. O desempenho é impulsionado pelas empresas produtoras de matérias-primas, como Petrobras e Vale, com a melhora nas perspectivas para a economia global, especialmente na China.

O Ibovespa encerrou o dia com avanço de 1,01%, aos 101.846 pontos. O dólar comercial à vista subiu 0,13%, a R$ 5,066. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a atingir os R$ 5,09. O real teve desempenho melhor que a média de outras moedas internacionais. O índice DXY, que compara o dólar a divisas globalmente relevantes, subia 0,72% às 17h30 (horário de Brasília)

No mercado de juros, as taxa apresentaram quedas moderadas. Para janeiro de 2024, as taxas passaram de 13,25% do fechamento da última quinta-feira (6) para 13,22%. Nos contratos de janeiro de 2025, a taxa recuou de 12,03% para 11,98%. Para janeiro de 2027, os juros passaram de 11,98% para 11,96%.

Cédulas e moedas de dólares em cofre em um banco em Westminster, Colorado, EUA
Cédulas e moedas de dólares em cofre em um banco em Westminster, Colorado, EUA - Rick Wilking - 3.nov.2009/Reuters

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras subiram 2,65% e 2,33%, respectivamente. A ordinária da Vale fechou em alta de 1,90%. As siderúrgicas também apresentaram avanços importantes. A ordinária da CSN avançou 3,77%, e a preferencial classe A da Usiminas subiu 3,56%. A preferencial da Gerdau fechou com avanço de 2,96%.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, lembra que somente as ações de Petrobras e Vale representam, somadas, quase 30% do desempenho do Ibovespa. "Elas acabam impulsionado o índice, mesmo com um cenário externo menos favorável", diz Spiess.

Estas empresas são muito sensíveis ao noticiário vindo da China. Neste início de semana, foram dadas sinalizações de que a economia do país está em um processo mais acelerado de retomada, após as restrições impostas pelo governo para combater a pandemia de Covid-19.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse nesta segunda-feira que a instituição revisou ligeiramente sua perspectiva de crescimento global em 2023 para 2%, conta previsão de janeiro de 1,7%.

Malpass disse à imprensa que a revisão para cima se deveu a uma perspectiva melhor para a recuperação da China, com o crescimento agora estimado em 5,1% para este ano, contra 4,3% em janeiro.

Outra notícia que afeta diretamente as empresas brasileiras, especialmente Vale e siderúrgicas, relata a queda nos estoques de aço da China, segundo a agência Bloomberg. Isso fez com que o minério de ferro negociado em Singapura subisse 1% nesta segunda-feira, após uma sequência de sete quedas.

O estoque de aço da China caiu 9% em março, segundo informações de uma associação de empresas chinesas de mineração e siderurgia. Segundo a entidade, há uma demanda crescente vinda dos segmentos de infraestrutura e construção.

No Brasil, continua a expectativa de envio do novo arcabouço fiscal para o Congresso. Os investidores também reagem à entrevista concedida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Folha.

O ministro pretende fazer, antes do final deste ano, uma revisão das normas para o crescimento de despesas obrigatórias e vinculações orçamentárias (aquelas que são atreladas a um piso ou também ao crescimento das receitas).

Além da regra de reajuste do salário mínimo, devem estar em questão o reajuste de salários de servidores e pisos e vinculações para saúde e educação, por exemplo.

Sobre o novo arcabouço fiscal, o governo enviará o projeto ao Congresso junto com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024, disse nesta segunda-feira o ministro Haddad.

A data limite para que o governo entregue ao Legislativo o projeto da LDO, com as premissas orçamentárias para o ano seguinte, é 15 de abril. Portanto, o texto pode ser enviado com a proposta de arcabouço fiscal até a próxima sexta-feira (14).

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta segunda-feira que a nova regra fiscal será encaminhada pela equipe econômica ao Congresso até o fim desta semana.

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, aponta a convicção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a aprovação das novas regras fiscais pelo Congresso como algo que agradou o mercado nesta segunda-feira.

"Em virtude da viagem para a China, é possível que tenhamos uma antecipação da apresentação do arcabouço ao Congresso. Com isso, o mercado se anima em virtude de uma definição de próximos passos da nossa política econômica", afirma Cohen.

Nos Estados Unidos, o mercado continuou reagindo aos dados sobre o mercado de trabalho, divulgados na última sexta-feira (7), com bastante oscilação. No fechamento, os índices de ações fecharam mais próximos da estabilidade.

O relatório do Departamento do Trabalho norte-americano registrou abertura de 236 mil empregos em março, ritmo considerado forte. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 239 mil vagas.

Em consequência, os economistas dão como praticamente certo mais um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros americanos na próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), em maio.

Mas com o mercado de trabalho ainda aquecido, fica mais difícil baixar a inflação. A perspectiva é de que, neste cenário, os juros fiquem altos por mais tempo nos Estados Unidos.

Em Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,30%. O índice S&P 500 subiu 0,10%, e o Nasdaq fechou praticamente estável, com leve queda de 0,03%.

Com Reuters

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