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Bancos projetam até dobrar crédito e levam exército de profissionais à Agrishow

Santander, Bradesco, Banco do Brasil e sistema Sicoob preveem captações com valores bilionários

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Ribeirão Preto

Com o cenário atual do agronegócio no país, os bancos projetam até dobrar a captação de negócios nos cinco dias da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), que será realizada entre 1º e 5 de maio em Ribeirão Preto (interior de São Paulo).

Para isso, apostam em taxas de juros semelhantes às praticadas por programas como o Moderfrota (para modernização da frota de tratores e máquinas) e no desempenho obtido nas feiras agrícolas já realizadas neste ano no país.

Produtores rurais percorrem ruas da Agrishow em 2022, quando a feira alcançou R$ 11,77 bi em negócios (atualizado pela inflação)
Produtores rurais percorrem ruas da Agrishow em 2022, quando a feira alcançou R$ 11,77 bi em negócios (atualizado pela inflação) - Divulgação/Agrishow

Com uma carteira no agro de R$ 50 bilhões, o Bradesco tem a expectativa de captação de mais de R$ 3 bilhões na Agrishow, o que significa dobrar o R$ 1,5 bilhão de 2022. Santander, Banco do Brasil e Sicoob também preveem atingir valores movimentações bilionárias.

"A expectativa é que tenhamos um valor que seja o dobro do ano passado, até porque os valores das máquinas subiram, tem aí uma inflação de custo. Mas pretendemos, em quantidade de negócios captados, também ampliar de 20% a 30%", afirmou o diretor de agronegócios do Bradesco, Roberto França.

Essa captação não significa compras efetivadas, mas o banco pretende atingir uma taxa de conversão de 50% em seis meses —normalmente gira entre 30% e 50%, segundo o executivo.

O Bradesco terá uma equipe de 150 pessoas na feira, com várias linhas de financiamento de crédito rural, com taxas de juros de 16,5% (para títulos do agronegócio, por exemplo) e de até 12,5%.

"Muitas vezes fazemos acordo com montadoras e grandes fabricantes de máquinas, estruturamos um pacote de financiamento com taxas semelhantes às do Moderfrota", afirmou França.

"Financiamos a 12,5% e fazemos uma equalização com a indústria. Provavelmente a gente vai para a Agrishow com vários acordos com a indústria para financiamento [nessa taxa], com prazo de três a cinco anos."

No Santander, a expectativa é que o banco alcance cerca de R$ 2 bilhões em captação de recursos, ante o R$ 1,4 bilhão da feira do ano passado.

Para isso, a instituição terá mais de cem profissionais na Agrishow. O trabalho vai estar dividido no atendimento dos clientes nas áreas de seguros, consórcios e crédito, de acordo com o diretor de agronegócios do Santander Brasil, Carlos Aguiar Neto.

O banco bateu em março R$ 40 bilhões de carteira de produtos no agronegócio, num movimento que começou em 2015 e que tem registrado crescimento médio de 30% ao ano, conforme ele.

"As feiras que já tivemos neste ano têm sido bastante positivas, com crescimento por volta de 50% em relação às realizadas anteriormente, então esperamos essa toada também agora, com um crescimento bem importante de negócios", disse.

Nos eventos de que o Santander participou neste ano, no Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, foram fechados R$ 3,1 bilhões em negócios —a atuação seguirá agressiva, conforme o executivo.

"Aprovamos crédito na feira. Se eu tiver um cliente novo, que não é do Santander, posso aprovar o financiamento na hora para ele durante o evento. Para nós é uma coisa muito importante."

PRÉ-FEIRA

O Banco do Brasil informou que tem expectativa de gerar R$ 1,5 bilhão em negócios na Agrishow e que, antes mesmo da feira, promoveu ações comerciais em 377 eventos, mobilizando produtores rurais e empresas do agro para a realização de negócios.

O banco disse ainda que, na safra 2022/2023, liberou R$ 154 bilhões em créditos —29% mais que na safra 2021/2022, com 500 mil operações em mais de 5.000 municípios. Sete em cada dez negócios foram fechados com agricultores familiares (Pronaf) e médios produtores (Pronampe).

Diretor-executivo da Central SP do sistema Sicoob, Rodrigo Matheus Silva de Moraes afirmou que as cooperativas projetam financiar R$ 2 bilhões em linhas variadas de crédito, incluindo consórcios para a aquisição de propriedades, com taxas a partir de 7,5% na carta de crédito e desconto de 15% durante a Agrishow.

Na edição do ano passado, os negócios com os cooperados alcançaram R$ 1,3 bilhão. O crescimento se justifica, além do cenário do agro, pelas perspectivas obtidas pelo Sicoob no pré-feira.

"Estamos bastante otimistas em relação a esse momento, a esse ciclo de investimentos", disse Moraes.

O Itaú BBA também estará na feira, não com estande, mas com consultores para atender os clientes, segundo o gerente de consultoria agro no banco, Guilherme Bellotti Melo. A carteira da instituição, segundo ele, está focada nos médios produtores rurais.

Ainda há bancos de fábrica na Agrishow e outras ofertas de crédito diretamente com empresas agrícolas. A Jacto terá taxa de juros de 12,5% ao ano, financiará até 85% do bem e oferecerá pagamento em até 60 parcelas. Também terá consórcios para máquinas, com planos de R$ 900 mil a R$ 1,8 milhão e prazo
de até 84 parcelas.

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