Descrição de chapéu Apple

Com conta digital, Apple avança na oferta de serviços financeiros a consumidores

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (18)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta terça-feira (18). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Os planos da 'Apple fintech'

A Apple deu mais um passo nesta segunda na iniciativa de ser uma espécie de fintech para seus consumidores ao lançar nos EUA uma conta-poupança.

  • Operada pelo Goldman Sachs, ela terá rendimento de 4,15% ao ano.

Entenda: a conta é oferecida aos usuários do cartão de crédito da Apple. O cashback gerado nas compras com o cartão poderá ser depositado nessa conta digital.

  • O saldo máximo é de US$ 250 mil, e os depósitos ficarão com o Goldman, que, como banco licenciado, tem acesso ao seguro do FDIC (fundo garantidor semelhante ao nosso FGC).

Em números: a taxa de retorno oferecida pela Apple está acima das contas de poupança e até de concorrentes como a American Express e o próprio Goldman.

  • Mas há no mercado taxas maiores, que vão até 4,75% ao ano, de acordo com dados do Bankrate.

O que explica: a iniciativa é mais uma da Apple na oferta de serviços financeiros aos clientes.

Além do cartão de crédito, que também é uma parceria com o Goldman, a empresa da maçã passou a oferecer em março nos EUA a opção de parcelamento das compras –conhecida pelo jargão de buy now, pay later (compre agora, pague depois), um modelo parecido com o crediário.

  • As compras podem ser divididas em até quatro parcelas ao longo de seis semanas, e a Apple assume o custo dos juros.
Logo da Apple em loja d eManhattan, Nova York (EUA)
Logo da Apple em loja de Manhattan, Nova York (EUA) - Mike Segar - 16.out.2019/Reuters

Contexto: a companhia quer ser a marca preferida de seus consumidores não apenas nos dispositivos, mas também em serviços, principalmente nas áreas de saúde e finanças.

  • Ao contrário de outras big techs, como Meta e Amazon, a Apple opta por não fazer grandes aquisições e desenvolver seus produtos em casa, o que evita uma batalha regulatória com as autoridades.
  • O avanço da companhia sobre serviços, além de ser uma forma de diversificar o faturamento, contribui para a fidelização dos consumidores à marca e para o aumento da receita por cliente, algo que é olhado de perto por investidores.


Dona do Sonic compra Angry Birds

A produtora japonesa Sega, dona do Sonic, anunciou nesta segunda que acertou a compra da desenvolvedora finlandesa Rovio, de "Angry Birds", por 706 milhões de euros (US$ 776 milhões, R$ 3,8 bilhões).

Em números: os 9,25 euros pagos por ação da Rovio representam um prêmio de 19% sobre o preço de fechamento de sexta. Após o anúncio, as ações da Rovio subiram 18,8%.



Quem é quem

  • A Sega foi fundada em 1960 e ficou popular a partir do lançamento do game "Sonic the Hedgehog", em 1991. Em 2004, ela se fundiu com a Sammy, japonesa conhecida pelos fliperamas, gerando a Sega Sammy Holdings.
  • A Rovio foi fundada em 2003 e tem como carro-chefe o clássico game para mobiles "Angry Birds", de 2009. Em janeiro, ela recebeu uma oferta de aquisição de uma empresa israelense, mas as negociações não foram adiante.

Estratégia inusitada: como mostrou Tiago Ribas em uma edição da Combo –newsletter de games da Folha–, a Rovio retirou no fim de fevereiro um remake de "Angry Birds" da Google Play, a loja de apps para Android.

  • A decisão não foi motivada pelo insucesso do jogo –na verdade, pode ter sido o contrário disso.
  • Na época, fãs e especialistas levantaram a possibilidade de o popular novo game estar canibalizando os ganhos da empresa com seus títulos mais modernos, que se sustentam com microtransações que podem custar centenas de reais –a empresa negou que esse tenha sido o motivo.

Gosta de games? Clique aqui para se inscrever na Combo e recebê-la todas as segundas.


BYD lidera transição para elétricos na China

O mercado automotivo da China, o maior do mundo, ilustra uma tendência do setor que deve se espalhar mundo afora: o avanço nas vendas de modelos elétricos contrasta com a queda dos carros com motores a combustão.

Em números: as vendas de automóveis na China caíram 13% no primeiro trimestre.

  • Destrinchando a estatística, vemos um salto de 22% na comercialização de veículos elétricos e híbridos plug-in, e um recuo do mesmo tamanho dos carros a combustão.

Boa parte do avanço chinês se deve à BYD, montadora que tem entre seus investidores o bilionário Warren Buffett e que no ano passado ultrapassou a Tesla em entregas de carros elétricos.

  • As vendas da montadora dispararam quase 69% este ano, o que deu a ela uma participação de 11% no mercado automotivo geral, mais que Volkswagen ou Toyota.
  • As exportações da BYD, que comercializa seus carros na Europa e no Sudeste Asiático, aumentaram em 13 vezes na China.
  • Aqui, um porém: parte dos modelos da fabricante chinesa é híbrido, não 100% elétrico, com um motor a combustão que é acionado em trajetos mais longos. As regras comerciais chinesas classificam esses veículos como de "emissão zero".

E aqui? A BYD negocia há meses a compra de um complexo industrial que era da Ford na Bahia para montagem de sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil.

  • Um dos modelos cotados para produção nacional é o Yuan EV Plus, que já está à venda por R$ 270 mil, mas a intenção é barateá-lo com a fabricação nacional.

Tentativa frustrada

Previsto para esta segunda-feira (17), o lançamento do Starship, foguete mais poderoso da história, teve de ser adiado pela SpaceX.

  • O bilionário, que havia estimado as chances da Starship chegar à órbita nesta segunda em 50%, disse no Twitter que uma nova tentativa deve ser feita em alguns dias.

Entenda: além de nada menos que 33 motores no propulsor, a nave tem 120 metros e bateu os recordes de capacidade em transporte espacial de mais de cem toneladas ao espaço –algo como levar um Boeing 747 com a área de carga cheia.

  • O diâmetro de nove metros e a capacidade para cargas maiores e mais pesadas promete tornar mais simples a construção de uma base na Lua, por exemplo.
  • A ambição da empresa de Elon Musk é que o sistema seja totalmente reutilizável, com o propulsor e a nave capazes de pousar de forma autônoma.

De outro planeta: a Starship é peça-chave daquele plano do Musk de promover a colonização de Marte.

  • Esse cenário obriga que os veículos sejam baratos, reutilizáveis e capazes de usar combustível facilmente produzido no planeta vermelho –como é o caso de metano e oxigênio líquidos, que abastecem a Starship.
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.