O que fez o dólar cair para menos de R$ 5, governo age para explicar tributo e o que importa no mercado

Leia edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (13)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta quinta-feira (13). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:


Dólar abaixo de R$ 5

O dólar fechou esta quarta (12) abaixo do patamar simbólico de R$ 5, algo que não acontecia desde junho do ano passado.

Em números: a moeda americana fechou em baixa de 1,31%, a R$ 4,95, mas chegou a bater a mínima de R$ 4,91 no dia.

  • A Bolsa engatou seu terceiro dia de alta, com avanço de 0,64%, a 106.889 pontos, mas perdeu parte dos ganhos após a divulgação da ata da última reunião do Fed (BC americano).

O que explica a queda recente do dólar:

Nesta quarta, o recuo da divisa veio após a divulgação da inflação americana, que mostrou os preços desacelerando no país. No acumulado de 12 meses, o índice fechou em 5%.

Nos últimos dias, porém, o movimento representa um fortalecimento do real frente à moeda americana, refletindo uma menor aversão ao risco dos investidores.

  • No Brasil, o novo arcabouço fiscal aliviou parte das incertezas que o mercado tinha com a agenda econômica do governo, enquanto lá fora o temor de uma crise bancária sistêmica parece ter sido aliviado.
  • Esses fatores, ao lado do reaquecimento da economia chinesa, ajudam a trazer dólares para o país, o que valoriza a moeda brasileira.

Mais sobre mercado financeiro

  • André Esteves, do BTG Pactual, elogiou a nova regra fiscal e disse que a proposta afasta o risco de o país caminhar em direção ao modelo da Argentina.
  • O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também voltou a falar bem do novo arcabouço fiscal, mas chamou atenção para as expectativas de inflação para os próximos anos, que ainda estão longe da meta.

Governo age para explicar tributo

A repercussão do fim da isenção de imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (R$ 250) enviadas por pessoas físicas pegou mal para o governo, que passou esta quarta atuando para conter os desgastes.

Entenda: o governo decidiu acabar com a diferença de tratamento nas remessas do exterior feitas por pessoas jurídicas e físicas –o que serviria hoje apenas para fraudes generalizadas, segundo o Planalto.

  • A medida afeta consumidores de lojas virtuais como Shein, Shopee e AliExpress, muito populares entre os brasileiros. Explicamos aqui tudo o que se sabe até agora sobre a nova decisão.

A equipe econômica estima arrecadar até R$ 8 bilhões fechando o cerco às plataformas de varejo internacionais.

  • De acordo com a Receita, as regras já não permitem isenção para compras de produtos de empresas e, portanto, o que está se buscando é o efetivo pagamento do tributo devido.

Repercussão: o governo passou a sofrer um grande desgaste com a disseminação de mensagens de que estaria taxando compras online em geral.

  • Aliados do presidente apontam que houve uma falha na comunicação, que abriu brecha para a versão de que a equipe de Lula estava taxando compras online.
  • Por isso, houve uma estratégia para reverter a narrativa, com postagens nas redes sociais e também mobilizando influenciadores.

Light tem pagamento de dívidas suspenso

A Justiça aceitou nesta quarta o pedido feito na véspera pelo Grupo Light para suspender temporariamente o pagamento de dívidas financeiras e instaurar um procedimento de mediação com credores.

  • A decisão suspende as cobranças pelo prazo de 30 dias, prorrogável pelo mesmo período.

Entenda: com a decisão, os credores –bancos, fundos de investimento e empresas que atuam com securitização, como mostrou a Folha– não poderão fazer a cobrança das dívidas nem reter recursos da companhia.

A crise da Light: a distribuidora passa por um momento delicado e vê suas ações afundarem cerca de 50% na Bolsa no acumulado do ano.

  • Os papéis da companhia tiveram uma queda acentuada em fevereiro, após ela ter anunciado a contratação da Laplace, conhecida por reestruturar companhias com problemas financeiros, entre elas a Oi.

A Folha mostrou como a empresa enfrenta uma série de desafios, que vão desde problemas de segurança pública no Rio de Janeiro até a dificuldade de crédito gerada pela crise na Americanas.

  • O principal deles é relativo ao prazo da concessão. A empresa atende 4,5 milhões de usuários no Rio, cujo contrato tem prazo de vencimento em junho de 2026.

O sucesso dos podcasts com famosos

Por que os podcasts que entrevistam os famosos por horas fazem tanto sucesso no Brasil?

  • É uma soma de visibilidade, descontração e engajamento, explica Zico Goes, que foi diretor de desenvolvimento de produções nacionais da Disney e agora também começou a se aventurar no mundo dos podcasts.
  • E o que esses programas têm em comum? Entrevistas longas, sem muito roteiro, no estilo fala aí. Ouvem personagens famosos e atingem público jovem, o que os fez virarem alvo dos políticos em 2022.

Um dos maiores, senão o maior, desse ramo é o Podpah, apresentado por Igão (Igor Cavalari) e Mítico (Thiago Marques), que começaram na internet como youtubers.

  • O programa chegou a registrar recorde de audiência em 2021, quando entrevistou o então ex-presidente Lula. O feito foi ultrapassado no ano seguinte pela entrevista no Flow de Jair Bolsonaro, que na época ocupava a cadeira presidencial.

Em dois anos, o Podpah atingiu 1,8 bilhão de visualizações no YouTube e 70 milhões de visualizações mensais, o que fez a empresa por trás do podcast pensar na criação de um "canal de televisão na internet".

O termo foi citado por Victor Assis, CEO do Podpah, que esteve ao lado de Rafael Romano, diretor de marketing, para falar sobre as projeções para o futuro da empresa no Gramado Summit, evento de inovação que acontece nesta semana no Rio Grande do Sul*.

Veja os próximos passos traçados pelo Podpah:

  • Hoje com três programas na grade (além do podcast homônimo, o Rango Brabo, de culinária, e o recém-criado Quebrada FC), a meta dos executivos é terminar o ano com mais três atrações.
  • Outras iniciativas citadas são a transmissão de festivais de músicas, inclusive um que terá a marca do Podpah, e a venda de produtos próprios, como uma marca de roupa.
  • A diversidade que está na produção de conteúdo também aparece nas receitas. Se no início do projeto o faturamento com os anúncios do YouTube eram a principal fonte de receita, hoje a publicidade, com oito marcas fixas, é a líder nesse aspecto, afirma Romano.

*O repórter viajou a convite da organização do evento.


  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.