McCain compra Forno de Minas, fim da isenção para encomendas do exterior e o que importa no mercado

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Fim da isenção

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrubará a isenção de imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (R$ 250) destinadas a pessoas físicas.

  • A medida é vista como uma resposta ao que empresários e parlamentares têm chamado de "contrabando digital" de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress –as empresas negam as irregularidades.

Entenda: segundo os críticos a esses sites, as empresas utilizam a isenção de encomendas para pessoas físicas como uma forma de evitar o pagamento do imposto de importação no Brasil –que é de 60%.

  • Entre as táticas usadas, estariam o hábito de separar uma única compra em vários pacotes abaixo de US$ 50 e até subfaturar o valor das encomendas para escapar da tributação.

Com a nova medida a ser apresentada, serão obrigatórias as declarações completas e antecipadas da importação, identificando exportador e importador, com possibilidade de multa em caso de subfaturamento ou dados incompletos ou incorretos.



Por que importa: o governo estima arrecadar até R$ 8 bilhões com a tributação de plataformas de varejo internacionais que driblam as regras da Receita.

  • O valor está dentro do pacote de R$ 150 bilhões que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) apresentou para arrecadar mais e conseguir atingir as metas previstas no arcabouço fiscal.

McCain compra Forno de Minas

A McCain do Brasil, empresa filha da canadense líder mundial em vendas de batatas pré-fritas congeladas, fechou acordo para comprar o controle da Forno de Minas, famosa pelos pães de queijo.

  • Com a operação, já comunicada ao Cade, os fundadores da Forno de Minas deixarão o negócio, fundado em 1990 pela família em Belo Horizonte.

Em números: a canadense já era dona de 49% da Forno de Minas desde 2018 e agora comprou a parcela restante por valores não revelados.

  • Ao mesmo tempo, a McCain passa a deter a totalidade da Sérya, também uma fabricante de batata frita congelada, cuja uma parcela das ações era detida pela Forno de Minas.

Para o grupo canadense, a transação deve ajudar a consolidar sua presença no Brasil e expandir seu portfólio, que hoje tem foco nas batatas, pizzas congeladas e anéis de cebola.

No país, a principal rival da McCain nas batatas pré-fritas congeladas é a mineira Bem Brasil.


Bolsa dispara 4% e dólar vai a R$ 5

A Bolsa fechou em alta de 4,29% nesta terça, no maior avanço diário desde 3 de outubro de 2022, enquanto o dólar recuou 1,16%, para R$ 5, na menor cotação desde junho do ano passado.

O que explica: a divulgação do índice de preços abre mais uma fresta para o BC discutir uma redução na taxa Selic na próxima reunião, em maio, por mais que uma parte do mercado calcule que ela deva acontecer só na reunião seguinte, em junho –alguns falam em agosto.

Foi o que aconteceu hoje no mercado de juros futuros. Após o resultado da inflação, a taxa dos contratos para janeiro de 2024 passou dos 13,22% para 13,14% .

  • Em reação, as aéreas Gol (16,8%) e Azul (13,8) e a varejista Magazine Luiza (12,83%) estiveram entre as ações que mais dispararam no dia.

Opinião: No Blog De Grão em Grão, Michael Viriato fala sobre três motivos que poderiam justificar a compra do dólar neste momento.


Gasolina puxa alta; comida traz alívio

A alta de 0,71% na inflação de março fez o índice atingir um avanço de 4,65% em 12 meses, no menor nível desde janeiro de 2021 (4,56%).

  • Foi também uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o IPCA havia subido 0,84% sob efeito dos reajustes do ano escolar.

O que puxou a alta: a gasolina subiu 8,33% no mês, refletindo o impacto da volta da cobrança de tributos federais sobre os combustíveis.

Alívio: a desaceleração em relação a fevereiro veio graças aos preços da comida. Destaque para a queda (deflação) de 0,14% na alimentação a domicílio após cinco meses em alta.

  • Entre os alimentos, houve queda nos preços de batata-inglesa (-12,80%), óleo de soja (-4,01%), cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%).
  • Do lado das altas, destacam-se a cenoura (28,58%) e o ovo de galinha (7,64%).

Para economistas, os novos dados reforçam a leitura de que a inflação está perdendo força em um cenário de juros elevados no país.

  • O movimento, contudo, ainda é considerado insuficiente para uma mudança rápida na política monetária.

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