Os impactos do corte-surpresa liderado pelos sauditas na produção de petróleo

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Sauditas surpreendem com corte de produção

A Arábia Saudita e outros membros do grupo Opep+ anunciaram de surpresa neste domingo (2) cortes na produção de petróleo, num total de mais de 1 milhão de barris por dia a partir de maio.

  • O anúncio impressiona por ter sido feito sem uma reunião do cartel e não ter envolvido todos os membros do grupo.

Em números: a decisão se soma à redução de 2 milhões de barris por dia anunciada em outubro passado. Somados, os cortes representam uma queda de 3% na oferta global de petróleo em sete meses, segundo o Wall Street Journal.

Reação: na abertura do mercado asiático nesta segunda, os preços do barril do tipo Brent, referência internacional –e da Petrobras–, disparavam 8%, para US$ 86.

Campo de petróleo Nahr Bin Umar, no Iraque - Essam Al-Sudani - 9.mar.2020/REUTERS


O que explica: razões econômicas e políticas estão envolvidas no anúncio.

  • Os preços do petróleo vinham em queda nas últimas semanas acompanhando os sinais de uma desaceleração global. O recuo foi ampliado depois da quebra de bancos nos EUA e na Europa.
  • A decisão também vem como uma resposta dos árabes aos EUA. Os americanos afirmaram na semana passada que levaria anos para reabastecer sua reserva de petróleo usada em 2022 para conter os preços da commodity – o anúncio fez os preços dos barris caírem.

Por que importa: o corte na produção deve pressionar a inflação e ser mais um fator de incerteza na decisão dos bancos centrais mundo afora sobre a política monetária.


Renda fixa nos EUA atrai brasileiros

A alta de juros que levou os brasileiros a voltarem suas atenções para a renda fixa nacional, com a Selic a 13,75% ao ano, também os direcionou para a americana, país onde os juros estão entre 4,75% e 5%, o maior patamar em mais de 15 anos.

O que explica: é uma combinação de fatores, que envolvem a diversificação da carteira, a exposição ao dólar e a títulos considerados como os mais seguros do mundo e a oportunidade de poder ganhar lá na frente quando os juros caírem –e os preços dos títulos subirem.

As opções de renda fixa nos EUA disponíveis aos brasileiros – e suas vantagens e desvantagens:

Conta no exterior: corretoras que disponibilizam ao investidor brasileiro aplicar diretamente em papéis do mercado americano.

  • Vantagem: acesso a milhares de títulos do governo dos EUA e de empresas globais.
  • Desvantagem: fazer a seleção dos investimentos por conta própria.

ETF e BDR de ETF: esses ativos acompanham o desempenho de índices e papéis negociados no exterior. O investimento é feito pela Bolsa brasileira.

  • Vantagem: valor de aplicação acessível, a partir de R$ 50.
  • Desvantagem: baixa liquidez na Bolsa brasileira.

Fundos de investimento

  • Vantagem: acesso a gestores ativos que buscam as melhores oportunidades do mercado.
  • Desvantagem: oferta limitada para investidores qualificados (aqueles com mais de R$ 1 milhão em investimentos).

Mais sobre investimentos


Brex ganhou 5.000 clientes após quebra do SVB

Mostramos há duas semanas como a crise do SVB (Silicon Valley Bank) acabou sendo positiva principalmente para duas startups brasileiras: a Trace Finance, que passou a administrar US$ 1 bilhão em recursos, e a Brex, dos bilionários brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi.

  • Franceschi, 26, disse na última sexta (31) que, na época da corrida de saques do SVB, a Brex ganhou 5.000 clientes e recebeu US$ 2,3 bilhões (R$ 11,7 bilhões) em depósitos em dois dias.
  • Ele foi um dos participantes da Brazil Conference, evento organizado por alunos das universidades Harvard e MIT.

Quem é quem

A Brex é uma fintech de cartões corporativos para startups fundada nos EUA pelos dois brasileiros em 2017. No ano passado, foi avaliada em US$ 12,3 bilhões.

Franceschi e Dubugras foram considerados prodígios lá atrás, quando criaram a empresa de pagamento Pagar.me, em 2013.

  • Em 2016, a Pagar.me foi vendida para a gigante de pagamentos Stone, e os dois foram estudar em Stanford, de onde interromperam a graduação para se dedicar totalmente à Brex.

Mais sobre a crise bancária

O Ministério Público da Suíça abriu uma investigação sobre a aquisição do banco Credit Suisse por seu maior rival, o UBS. O negócio foi incentivado pelo governo e fechado sem passar pelo aval dos acionistas do UBS, um feito bem incomum.


Startup da Semana: Jobecam

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2016, a HRtech (startup de RH) promete aumentar a diversidade do quadro de funcionários das empresas com processos de entrevistas de emprego anônimas.

Em números: a Jobecam anunciou uma captação de R$ 4 milhões em uma rodada seed (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

  • Ela já havia levantado R$ 2 milhões em uma rodada anterior.

Quem investiu: o aporte foi liderado por Armínio Fraga, economista e ex-presidente do BC, por Daniel Gleizer, ex-diretor da autoridade monetária e ainda teve participação de outros fundos.

Que problema resolve: a Jobecam fornece uma tecnologia de vídeo e seleção com entrevistas anônimas, que podem ser pré-gravadas ou ao vivo. O objetivo, diz a startup, é eliminar eventuais vieses dos recrutadores, relacionados a gênero, raça, idade etc.

Por que é destaque: por prometer ampliar a diversidade das contratações das empresas em até 70% por meio de sua plataforma, a empresa chamou a atenção de Arminio Fraga.

  • "Para melhorar nossa realidade desafiadora, precisamos dar mais atenção às questões de raça, gênero e sexualidade. Acredito no diferencial da Jobecam para que possamos progredir nessa caminhada", afirmou o economista, em nota divulgada pela startup.
  • Com clientes como Bradesco, Hospital Sírio-Libanês, Magazine Luiza e Novo Nordisk, a HRTech diz que sua plataforma foi utilizada em processos seletivos que somaram 200 mil candidatos a vagas de emprego.

A semana em resumo

Foram 13 rodadas anunciadas por startups da América Latina, com US$ 15 milhões (R$ 76 milhões) em investimentos. A maior captação no Brasil foi de R$ 14 milhões, da Comp, HRtech focada em pesquisas e banco de dados sobre remuneração salarial no Brasil.

Os dados foram fornecidos pela plataforma Sling Hub.

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