Planos de saúde fecharam 2022 no 'zero a zero', diz ANS

Órgão divulgou resultados do quarto trimestre do ano passado do setor de saúde suplementar

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Rio de Janeiro

Os planos de saúde fecharam 2022 praticamente no "zero a zero", com lucro líquido de R$ 2,5 milhões. Os dados relativos ao quarto trimestre do ano foram divulgados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) nesta segunda-feira (24).

Segundo o órgão, comparado com a receita efetiva de operações de saúde, principal negócio, de R$ 237,6 bilhões, esse lucro representa apenas 0,001% —para cada R$ 1.000,00 de receita, R$ 0,01 de lucro.

A piora nos resultados anuais se agravou desde 2021, especialmente para grandes operadoras. Em 2020, houve lucro recorde de R$ 18,7 bilhões, seguido de lucro de R$ 3,8 bilhões no ano seguinte. No entanto, o quarto trimestre de 2022 apresenta sinais de recuperação.

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Pacientes esperam horas para conseguir atendimento em saguão lotado do hospital Vitória, zona leste de São Paulo - Rubens Cavallari - 04.jan.2022/Folhapress

O resultado do setor de saúde suplementar foi positivo para as administradoras de benefícios, de R$ 555,57 milhões. Já as operadoras exclusivamente odontológicas e médico-hospitalares registraram prejuízo anual, de R$ 47,3 milhões e R$ 505,7 milhões, respectivamente.

De acordo com a ANS, o dado negativo é inédito e foi puxado fortemente por grandes operadoras.

Os resultados podem ser explicados pelo aumento dos custos e ainda podem ter sido gerados pela queda ou estagnação das receitas.

Em avaliação preliminar da agência, no caso do mercado de saúde suplementar, as despesas assistenciais não apresentaram crescimento que possa justificar o aumento da sinistralidade (relação entre o valor pago pelos usuários e o custo dos procedimentos). No entanto, as receitas advindas das mensalidades parecem estar estagnadas, especialmente nas grandes operadoras.

A análise é compatível com o recente histórico do mercado de saúde suplementar: apesar do expressivo aumento de beneficiários desde o início da pandemia, a sinistralidade não foi tão bem controlada, diz a ANS.

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