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Impressora 3D consegue criar filé de peixe para consumo; veja fotos

Produto deve ser lançado no mercado no ano que vem

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Rami Amichay Amir Cohen Ari Rabinovitch
Rehovot (Israel) | Reuters

Esqueça anzol e linha. Uma empresa israelense de tecnologia de alimentos diz que imprimiu em 3D o primeiro filé de peixe pronto para cozinhar, usando células animais cultivadas e produzidas em laboratório.

A carne bovina e o frango criados em laboratório chamaram a atenção como uma forma de contornar o impacto ambiental da agricultura e abordar as preocupações com o bem-estar animal, mas poucas empresas investiram em frutos do mar.

A Steakholder Foods de Israel agora fez parceria com a Umami Meats, com sede em Singapura, para fazer filés de peixe sem a necessidade de perseguir populações de peixes cada vez menores.

Trabalhador remove um pedaço de peixe feito uma impressora 3D no escritório da Steakholder Foods, em Rehovot, Israel - Amir Cohen - 23.abr.2023/Reuters

A Umami Meats extrai células –por enquanto de garoupa– e as transforma em músculos e gordura. A Steakholder Foods então as adiciona a uma "biotinta" adequada para impressoras 3D especiais. O resultado: um filé fino que imita as propriedades do peixe capturado no mar.

A Umami espera lançar seus primeiros produtos no mercado no ano que vem, começando em Singapura e depois, dependendo da regulamentação, em países como Estados Unidos e Japão.

O cultivo de células ainda é muito caro para igualar o custo dos frutos do mar tradicionais, então, por enquanto, as células de peixe são diluídas com ingredientes de base vegetal na biotinta.

"Com o passar do tempo, a complexidade e o nível desses produtos serão maiores, e os preços associados à sua produção diminuirão", disse Arik Kaufman, executivo-chefe da Steakholder Foods.

Um prato de vidro desliza para frente e para trás na impressora 3D, o filé branco do comprimento de um dedo ganha massa a cada passagem. Tem a floculação do peixe tradicional e quando frito e temperado é difícil notar a diferença.

O processo é mais simples do que com carne bovina, mas há algumas desvantagens.

Células-tronco de vacas foram estudadas extensamente, mas se sabe muito menos sobre os peixes, disse o executivo-chefe da Umami, Mihir Pershad.

"Temos que descobrir o que as células gostam de comer, como elas gostam de crescer, e não há muita literatura para começar", disse ele.

"O número de cientistas, você pode imaginar, que trabalha em biologia de células-tronco de peixes é uma pequena fração daqueles que trabalham em células animais e células humanas."

Eles descobriram um processo para garoupa e enguia, e esperam acrescentar outras três espécies ameaçadas de extinção nos próximos meses, disse ele.

Equiparar o preço do peixe natural é um desafio fundamental.

"Queremos que os consumidores escolham com base no sabor e no que podem fazer pelo mundo e pelo ambiente planetário. Também que o custo não seja uma preocupação", acrescentou Pershad.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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