Decisões sobre juros no Brasil e EUA, como devem ser os primeiros voos da Eve e o que importa no mercado

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Airbnb de volta às origens

Depois de quase 15 anos de sua fundação, de US$ 75 bilhões a mais em valor de mercado e de autoridades locais tentando barrar locações de curta temporada, o Airbnb quer voltar às origens.

A plataforma lança neste ano o "Airbnb Quartos", com a promessa de tornar mais atrativo, prático e seguro o aluguel de cômodos individuais –a ideia original na época da criação da startup, em 2008.

O que explica

Inflação dos aluguéis: ficou mais caro encontrar um quarto privativo na plataforma, principalmente após o fim das restrições da pandemia e em locais mais concorridos.

  • A ideia é também manter a atratividade em relação a hotéis, que hoje são concorrentes imediatos do Airbnb.
  • Em 2022, o preço médio de um quarto privativo na plataforma foi US$ 67 por noite. No Brasil, a tarifa fica em torno de R$ 165.
Logo AirBnb - Dado Ruvic/Reuters

Pressão regulatória: Brasil, EUA, Irlanda, Portugal. Em todos esses países há algum tipo de restrição aos aluguéis de curto prazo do Airbnb.

  • No Brasil, por exemplo, o STJ decidiu que condomínios podem proibir locações de curto prazo desde que esteja previsto em convenção aprovada por assembleias.
  • O aluguel de quartos compartilhados, portanto, acaba livrando o Airbnb de duelos jurídicos longos e custosos.

R$ 500 por pessoa para ir em 'carro voador'

Os primeiros voos dos eVTOLs da Eve, startup da Embraer conhecida por seus "carros voadores", deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 (R$ 500) por passageiro.

O cálculo é de Daniel Moczydlower, presidente-executivo do braço de inovação da fabricante brasileira de aeronaves –a Embraer é acionista majoritária da Eve, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York.

Entenda: os eVTOLs (veículos elétricos com pouso e decolagem vertical, na sigla em inglês) são considerados como uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.

  • 2026 ou 2027 é a previsão de data para o primeiro voo operacional do "carro voador";
  • 15 minutos será o máximo de tempo de cada viagem, ao menos no princípio.
  • Um piloto e quatro passageiros devem caber nos primeiros voos, que no futuro devem acontecer sem um humano no comando.

Em números: a Eve tem acordos para a entrega de até 2.770 veículos, o equivalente a eventual receita de US$ 8,3 bilhões, afirmou o executivo da Embraer.

  • Para a grana entrar na conta, porém, a empresa precisa antes cumprir as etapas de licenciamento, simulações em voos não tripulados e testes com pessoas a bordo.

BC baixa tom; Fed indica pausa

Sem gerar grandes surpresas no mercado, o Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, enquanto o Fed subiu os juros de referência nos EUA em 0,25 ponto, para a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano.

Nos comunicados que acompanharam as decisões, o BC deixou os analistas divididos sobre a manutenção ou não do tom duro da reunião anterior, enquanto o Fed sinalizou que pode parar de subir os juros no próximo encontro.

No Brasil, o colegiado do BC voltou a dizer que a conjuntura demanda "paciência e serenidade", chamou a atenção sobre a "resiliência" no mercado de trabalho e acrescentou o termo "menos provável" quando disse sobre a possibilidade de voltar a subir os juros.

Nos EUA, o Fed não disse mais que "antecipa" que novas elevações de juros serão necessárias, apenas que observará os dados recebidos para determinar se mais aumentos "podem ser apropriados".

  • Na entrevista após a decisão, Powell disse que é muito cedo para dizer que o ciclo de alta dos juros acabou.

O impacto nos investimentos

Após a decisão do Fed, o dólar perdeu força em relação a outras moedas com o sinal de proximidade do fim da alta dos juros por lá.

Na renda fixa, veja aqui a rentabilidade de aplicações com a Selic em 13,75%.

Opinião: Enquanto o BC não sinaliza baixa de juros, o mais interessante agora é saber se o governo Lula vai reagir com alguma atitude descabelada, como alterar a meta de inflação, escreve o colunista Vinicius Torres Freire.


Sai o comércio, entra a indústria

Se de um lado o setor de galpões logísticos acabou afetado pela crise das empresas de varejo no país no primeiro trimestre, por outro a demanda por ativos de alta qualidade se manteve forte no Brasil no período, principalmente na indústria.

  • No varejo, empresas como Americanas, MadeiraMadeira e Grupo BIG foram responsáveis por grandes devoluções de galpões logísticos de janeiro a março.

O que explica: a ocupação não quer dizer que o setor está imune à crise, mas sim que galpões logísticos de alta qualidade seguem com uma demanda alta por parte das empresas, dizem agentes do setor.

  • A estimativa é de que a taxa de vacância (o percentual de áreas livres), hoje em cerca de 11%, deva subir até o fim do ano, mas não voltar ao nível dos 20%, como era antes da pandemia.

Mais sobre crise do varejo

Juros altos e freio na oferta de crédito fazem pedidos de recuperação judicial e de falência dispararem no começo deste ano.

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