Governo suspende pacotes flexíveis do Hurb, Nvidia apresenta novidades em IA e o que importa no mercado

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Governo proíbe pacotes flexíveis do Hurb

O Ministério da Justiça determinou que o Hurb (antigo Hotel Urbano) suspenda a venda de pacotes flexíveis. A proibição não tem prazo determinado, e a empresa ainda pode negociar pacotes com data definida.

Entenda: o modelo flexível é tido como o principal diferencial do Hurb.

  • A empresa emite ofertas superpromocionais que não trabalham com datas exatas, mas períodos em que a viagem pode ser feita.
  • Após a compra, ela verifica voos e diárias e envia as opções disponíveis em um prazo de até 45 dias antes da primeira data.

Essa modalidade foi a que reuniu as maiores reclamações de clientes contra a companhia, com queixas de que ela não honrou com passagens e hospedagens de pacotes comprados anteriormente.

O Hurb afirmou que não foi notificado da suspensão e que, por questões legais, não comentará o processo. Disse ainda estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

Crise Hurb agência de viagens online - A agência de viagens online Hurb, antigo Hotel Urbano, passa por uma crise sem precedentes. Nas últimas semanas, alguns hotéis e pousadas suspenderam reservas de hospedagens feitas pela plataforma após atrasos ou falta de pagamentos por parte da Hurb.
Hurb passa por uma crise sem precedentes, com 11 mil reclamações só no primeiro trimestre - Luis Lima Jr/Fotoarena/Agência O Globo


Não funcionou: a proibição vem após a empresa apresentar à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) na semana passada seu plano de reestruturação para os pacotes de viagem que ainda não foram cumpridos pela plataforma.

  • O plano não agradou ao governo porque "não trouxe informações suficientes e consistentes", disse o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous.

Na ocasião, a companhia reafirmou que os clientes que compraram os pacotes vão viajar e que mais de 87% dos questionamentos em seus canais de comunicação foram solucionados, assim como as queixas no Reclame Aqui.


Investimento diminui e vai para menores

Dinheiro em caixa, mas com um pé atrás na hora de investir. Essa tem sido a tônica do mercado de VC (venture capital) no Brasil e em outras partes do mundo desde meados de 2022.

Foi nessa época que os primeiros sinais de alta de juros nos EUA começaram a aparecer, reduzindo a liquidez abundante nos mercados e o apetite dos investidores para investimentos mais arriscados.

Por aqui, as rodadas menores e em startups em fases iniciais voltaram a dominar as captações, retomando a tendência do mercado local antes dos recordes de investimento consecutivos em 2020 e 2021.

Em números: uma pesquisa da consultoria KPMG mostra que os VCs investiram US$ 164 milhões (R$ 819,7 milhões) em startups brasileiras no primeiro trimestre de 2023 —o menor valor desde o início de 2019.

  • 6 em cada 10 rodadas feitas no período foram em estágios iniciais de investimentos (anjo, pré-seed e seed).

O que explica: além do fator global de menor liquidez nos mercados, o cenário doméstico de investimento em startups vive suas particularidades:

  • Dinheiro de helicóptero: é um movimento conhecido no mercado em que o investidor gringo despeja dinheiro quando as condições são favoráveis, mas deixa o mercado assim que o cenário se inverte.
  • Aportes menores: antes do boom gerado na pandemia, o mercado brasileiro já tinha como característica o foco em rodadas iniciais, que movimentam menos grana.

Sim, mas… Mesmo que estejamos vivendo uma baixa em relação ao excesso de liquidez da pandemia, o mercado de investimentos em startups ainda mostra evolução na comparação com 2019, último ano antes da crise sanitária.

A visão –corroborada pelos números– é defendida por gestores locais e gringos que atuam no país. Eles afirmam ver o setor mais "maduro" por aqui, com empreendedores melhor adaptados a enfrentar adversidades e a dialogar com investidores.

- Você tem uma dúvida sobre empreendedorismo? Envie para mpme@grupofolha.com.br, a Folha selecionará algumas para especialistas responderem.


'Queridinha' do mercado, Nvidia mostra novidades

Após a Nvidia ter atraído a atenção do mercado com a projeção de receita recorde na onda da IA (inteligência artificial), a gigante de chips americana anunciou nesta segunda um pacote de novidades voltado à tecnologia do momento.

Entenda: na última quinta, quando a companhia divulgou seu balanço de janeiro a março, ela também previu vendas de US$ 11 bilhões para o atual trimestre, graças à demanda por IA.

  • A expectativa fez suas ações dispararem 25% no dia seguinte. No ano, os papéis saltam 160%, o que coloca a empresa na beira do US$ 1 trilhão em valor de mercado.
  • A relação da Nvidia com a IA é que ela também produz as GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) que são usadas para treinar modelos de linguagem para IA generativa, como o ChatGPT.

O pacote de novidades:

Supercomputador de IA: o DGX GH200 tem 256 superchips equipados com a unidade de processamento gráfico H100 e atinge a marca de um exaflop (um bilhão de operações por segundo), o mesmo poder de processamento de um cérebro humano.

Nvidia Avater Cloud Engine (ACE) for Games: vai auxiliar desenvolvedores e estúdios na criação de personagens para videogames, com aparência, animação e voz.

Metaverso: usuários vão poder desenvolver programas no Nvidia Omniverse (espaço de realidade mista da empresa para o ambiente corporativo) sem usar código, só com comandos em linguagem virtual.

Dois dias antes dos anúncios, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, falou com formandos na Universidade Nacional de Taiwan e disse que quem não abraçar a tecnologia vai ficar para trás.


'Acordo de Paris sobre plástico'

Delegados de cerca de 175 países estão reunidos nesta semana na sede da Unesco, em Paris, para negociarem um acordo multilateral sobre a redução de resíduos plásticos no mundo.

Entenda: o plástico é há muito tempo considerado um vilão para o meio ambiente, mas a ideia agora é firmar um pacto entre as nações e elaborar um texto legalmente vinculante sobre o material até 2024 —uma espécie de Acordo de Paris sobre plástico.

  • Além de ser baseado em combustíveis fósseis, seu maior problema é a vida curta antes de se tornar um lixo de difícil degradação.
  • Seus resíduos, sejam grandes ou em micropartículas, não respeitam fronteiras e se espalham por mares, oceanos e atmosfera, contaminando tudo o que vê pela frente.

Em números: todos os anos é gerada uma quantidade de lixo plástico cujo peso equivale ao de 35 mil torres Eiffel, ou 350 milhões de toneladas, segundo dados da OCDE.

Entre os principais objetivos dos países reunidos na França está aumentar a reciclagem do material –hoje em 15% –, o que ampliaria sua "circularidade", ou seja, manter em circulação pelo maior tempo possível os itens plásticos já produzidos.



Para ilustrar de forma mais nítida o problema, o projeto The Plastic Forecast, ou previsão do plástico, calcula a quantidade de plástico que vai chover em um dia.

  • A média mensal para Paris é de quase 4 toneladas do material desabando dos céus.
  • A conta é feita em uma combinação da previsão meteorológica com informações sobre a dinâmica de micropartículas de plástico dispersas na atmosfera.
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