Haddad defende corte de gastos tributários em audiência na Câmara

Ministro estimou em R$ 740 bilhões as despesas com juros e em R$ 600 bilhões os gastos tributários

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Brasília

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que um gasto orçamentário importante para a trajetória é o relacionado às taxas reais de juros e defendeu que o Congresso olhe para os gastos tributários em buscas de cortes.

"As estimativas são de R$ 740 bilhões [estimado para 2023]. Vejam que curiosidade, gasto tributário injustificado aumenta o juro real. É o desequilíbrio das contas públicas promovido pelo gasto tributário injustificado que faz com que o BC suba os juros pela insustentabilidade da dívida pública", avaliou em audiência realizada nesta quarta (17) na Câmara dos Deputados.

De acordo com o ministro, esses gastos somados aos R$ 600 bilhões em gastos tributários deveriam estar na mira do Congresso para ver onde é possível cortar.

O ministro da Fazenda Fernando Haddad, acompanhado do secretário executivo da pasta, Gabriel Galípolo, participa de audiência pública conjunta na Câmara dos Deputados - Pedro Ladeira/Folhapress

"O gasto tributário injustificado está sendo cortado e isso que permitirá o equilíbrio orçamentário e redução de juro", opinou.

Haddad fez as ponderações em resposta a questionamentos de deputados de oposição em relação ao BC (Banco Central) e às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

"Grandes empresários estão fazendo esse debate, será que estão desrespeitando a autonomia do banco? Não, estão ponderando sobre a realidade concreta do empresário, trabalhador. Democracia é isso, poder falar, emitir opinião", disse Haddad.

Ele afirmou ainda que os juros chegaram a 13,75% por causa dos gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição e que o governo do PT começou a corrigir a "confusão fiscal"

Assim, prosseguiu Haddad, haveria na sua opinião "com medidas tomadas até aqui tem espaço para gesto de mais confiança sem percalço para a inflação. Isso não deveria ofender ninguém".

De acordo com o ministro, outro fator que impactará positivamente na inflação é a redução dos preços de combustíveis anunciada ontem pela Petrobras.

Haddad afirmou que não foi a única redução. Com a alta nos impostos prevista para o preço da gasolina no início do segundo semestre e do diesel para o início do ano que vem, a estatal guardou uma "gordura para acomodar a reoneração", disse.

"Inclusive aumento previsto para 1 de julho vai ser absorvido pela queda de preço que foi deixado para esse dia. Não baixamos tudo que podíamos, justamente esperando 1 de julho. Como vai acontecer com diesel no fim do ano ", revelou.

Haddad também falou sobre o Desenrola, programa do governo que pretende ajudar a população mais pobre a pagar dívidas.

"O Desenrola só não foi lançado ainda porque depende do setor privado. Precisamos aproximar credor e devedor para dar subsídio para população de baixa renda", avaliou.

De acordo com ele, "o programa operacional já está m desenvolvimento, os recursos, entre R$ 12 e R$ 15 bilhões está separado, a MP (Medida Provisória) está feita. Assim que sistema operacional estiver pronto vamos deflagrar", prometeu.

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