Descrição de chapéu Folhainvest petrobras

Petrobras aprova R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas

Empresa também determinou estudos para rever política de remuneração

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Petrobras informou nesta quinta-feira (11) que irá pagar R$ 1,89 por ação em dividendos aos acionistas como antecipação relativa ao exercício de 2023. O montante corresponde a um volume total de R$ 24,7 bilhões, segundo cálculos da plataforma TradeMap.

O valor veio acima do esperado pelo mercado. Os analistas da Ativa Investimentos projetavam um dividendo de R$ 16,4 bilhões, ou R$ 1,26 por ação. O anúncio fez as ações ordinárias e preferenciais da empresa fecharem em forte alta na Bolsa, com ganhos entre 2% e 3%. "A alta dos papeis só não foi maior por conta da queda do petróleo no mercado internacional", dizem os analistas da Guide Investimentos.

Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro
Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 16.out.2019/Reuters

"Com relação à remuneração aos acionistas aprovada, o montante está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)", diz a Petrobras no fato relevante, que informa também que a aprovação do pagamento é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia.

O pagamento dos dividendos por ação anunciado nesta quinta será feito em duas parcelas de R$ 0,94 cada, nos dias 18 de agosto e 20 de setembro. Terão direito ao recebimento os acionistas com posição no dia 12 de junho.

Empresa pode reduzir pagamento de dividendos nos próximos trimestres

No documento, a empresa diz ainda que o conselho de administração determinou que a diretoria executiva elabore proposta de ajuste do planejamento estratégico em curso e aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas, incluindo a possibilidade de recompra de ações, e submeta as matérias para deliberação antes do encerramento do mês de julho de 2023.

Analistas de mercado dizem que ainda não é possível cravar qual será a nova política de distribuição de dividendos da empresa, mas que as sinalizações do governo indicam alguma redução no pagamento.

Ao longo dos últimos meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado ao mercado que pretende rever a política de distribuição de dividendos da estatal, com um direcionamento maior de recursos para investimentos de expansão da operação.

"Se por um lado acreditamos que o anúncio dos dividendos foi muito positiva, por outro, a nota deixou claro que a remuneração de acionistas poderá se estabelecer de outras maneiras que não via distribuição de proventos", dizem os analistas da Genial Investimentos.

Eles avaliam que uma eventual recompra de ações como sugerido pela empresa no documento pode drenar parte dos recursos até então destinados ao pagamento de dividendos. "Esse posicionamento pode mais do que compensar a boa notícia relacionado ao pagamento de dividendos referentes as primeiro trimestre ao longo dos próximos pregões."

O analista Ilan Arbetman da Ativa Investimentos diz que a empresa pode optar por uma política de remuneração "mais tímida", com o pagamento dentro do mínimo permitido de 25% do lucro.

O analista da Ativa diz que segue vendo as ações pressionadas pelo fator político e em função da provável alteração das políticas de dividendos, bem como pela disposição em aumentar os investimentos em segmentos onde não possui vantagens comparativas, como no refino e geração renovável.

Já os analistas Andre Vidal e Helena Kelm da XP afirmam que as sinalizações passadas pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, apontam para uma menor previsibilidade da distribuição de dividendos nos próximos resultados.

No entanto, mesmo com o risco político associado, a recomendação da XP é de compra para as ações da Petrobras, que avaliam que seguem negociadas com desconto na Bolsa.

Nesta quinta, o chefe do Executivo voltou a criticar a privatização da Eletrobras e disse que os Correios e a Petrobras não serão privatizados.

"Não vamos vender mais nada da Petrobras, os Correios não serão vendidos. Vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina mais barata, o óleo diesel mais barato", afirmou durante evento em Salvador.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.