Os megaleilões de transmissão de energia para ampliar a capacidade de escoamento das usinas renováveis no Nordeste preveem investimentos de R$ 56 bilhões, sendo R$ 36 bilhões em lotes já anunciados para este ano e mais R$ 20 bilhões no próximo ano, afirmou nesta sexta-feira (05) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Em encontro com governadores do Nordeste, Silveira sinalizou que não haverá um terceiro certame de transmissão este ano, como chegou a se cogitar em meio ao forte ritmo de expansão da oferta de energia renovável e aos gargalos para aproveitamento dessa energia nos principais centros de consumo do país.
"Nesse primeiro semestre, serão leiloados R$ 16 bilhões, mais R$ 20 bilhões até o final de 2023, e outros R$ 20 bilhões estão programados para o ano que vem", disse.
O primeiro leilão de transmissão deste ano, já marcado para 30 de junho, oferecerá ao mercado nove lotes, envolvendo um total de 6,1 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e investimentos de R$ 15,8 bilhões.
Uma segunda licitação, prevista para o mês de outubro, deverá ser a maior já realizada no país, com previsão de R$ 19,7 bilhões em investimentos. Serão oferecidos apenas três lotes, com destaque para um linhão em corrente contínua, com quase R$ 16 bilhões em aportes estimados.
Os empreendimentos são vitais para aumentar o escoamento da energia gerada no Nordeste e em Minas Gerais, regiões de maior expansão das fontes eólica e solar.
"Vamos transformar o Nordeste no celeiro de energia limpa e renovável do Brasil", disse o ministro neste sexta-feira, acrescentando que sua pasta trabalha para viabilizar a instalação de 30 gigawatts (GW) de energia renovável na região, que deverão destravar cerca de R$ 120 bilhões em investimentos privados.
O mercado aguardava ainda uma definição sobre um terceiro leilão neste ano, em dezembro, mas algumas empresas do setor já vinham apontando problemas que poderiam surgir com o desenvolvimento simultâneo de um volume grande de projetos.
Além da pressão na cadeia de suprimentos, os empreendedores poderiam ter dificuldades com a velocidade para obtenção de licenças e financiamento, apontou Rui Chammas, CEO da transmissora ISA Cteep, empresa que conduziu junto com outros agentes um estudo sobre o tema.
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