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Venda de máquinas agrícolas fica estável no 1º trimestre

Setor apresentou ligeiro aumento de 0,1% nas unidades vendidas, num cenário de previsão de queda para o ano, segundo a Anfavea

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Ribeirão Preto

A previsão feita pela indústria em fevereiro indica que o ano terá queda nas vendas de máquinas agrícolas, mas os números obtidos no primeiro trimestre de 2023 dão um alento de que o cenário possa ser melhor que a expectativa.

Foram vendidos 14.145 tratores de rodas e colheitadeiras de grãos entre janeiro e março, o que representa um ligeiro crescimento de 0,1% em relação às 14.128 vendidas em igual período do ano passado, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Máquina agrícola exposta na Agrishow, em Ribeirão Preto, que termina nesta sexta-feira (5)
Máquina agrícola exposta na Agrishow, em Ribeirão Preto, que termina nesta sexta-feira (5) - Joel Silva/Folhapress

Os números foram apresentados pela associação na Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), que acontece em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) até esta sexta-feira (5).

Em fevereiro, a Anfavea previu redução de 3,5% nas vendas para este ano, o que faria com que as vendas de 2022, de 67.385 unidades, recuassem para 65 mil. Ainda assim, dada a base alta de negociações dos últimos anos, seria um número muito bom, na avaliação de Alexandre Bernardes de Miranda, um dos vice-presidentes da Anfavea.

"Em 2019 as vendas começaram a crescer. No fim de 2022, pouco antes das eleições, os produtores tiraram o pé, tendo em vista as incertezas naturais das eleições. Os números, porém, ainda são interessantes", afirmou.

De acordo com ele, a expectativa é que o governo federal ainda anuncie a liberação de algum recurso complementar até o início do próximo Plano Safra, em julho, para que os produtores rurais consigam comprar maquinário.

"Quem está investindo [atualmente] é porque precisa. O agricultor gostaria de ter ofertas de máquinas com maior prazo [para pagamento]", afirmou Ana Helena de Andrade, também vice-presidente da associação.

Os dados de vendas de máquinas no primeiro trimestre foram auxiliados pelo aumento de 9,2% nas exportações, que alcançaram 2.372 unidades entre janeiro e março, ante as 2.172 do mesmo período do ano passado.

A disponibilidade de recursos com juros atrativos para os agricultores, o aumento nos preços das máquinas e as incertezas em relação à economia são vistos como empecilhos a um novo salto de crescimento nas vendas.

Por outro lado, a longa sequência positiva da safra de grãos é um atrativo para que os produtores rurais renovem ou ampliem suas frotas nas fazendas, na avaliação dos executivos. "Não são só as máquinas que estão mais caras, tudo está mais caro pelo desarranjo que tivemos no mundo [como a pandemia, por exemplo]", disse Miranda, da Anfavea.

Recuo nas vendas de maquinário rodoviário

A comercialização de máquinas agrícolas manteve números ligeiramente positivos neste ano, ao contrário das máquinas rodoviárias, que apresentaram redução de 13,9% no primeiro trimestre. Das 8.331 unidades vendidas em 2022, o total recuou para 7.172 neste ano.

Estão incluídas nesse segmento retroescavadeiras, pás-carregadeiras de rodas, escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, rolos compactadores, minicarregadeiras e manipuladores telescópicos.

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