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A nova aposta da Apple
Após sete anos de desenvolvimento, a Apple lançou nesta segunda (05) o Vision Pro, óculos que misturam realidade virtual e aumentada e devem chegar ao mercado americano em 2024, por US$ 3.500 (R$ 17.230).
- É o mais relevante produto anunciado pela companhia desde o Apple Watch, em 2014, e considerado o passo mais arriscado da empresa sob a gestão de Tim Cook, no comando desde 2011.
- Analistas também dizem que esse pode ser o maior teste até hoje sobre a fidelidade dos consumidores à marca, característica que consagrou outros produtos da empresa da maçã.
O que é o Vision Pro: à primeira vista, ele lembra aqueles óculos para esquiar, mas sua tecnologia embarcada permite ao usuário alternar entre as realidades virtual e "física" de maneira inédita.
- A ideia é que o acessório funcione como um computador de realidade aumentada e seja usado de maneira independente, apesar de habilitar conexões com outros dispositivos.
- Entre as funcionalidades apresentadas pela Apple, estão a possibilidade de interagir com diversas "janelas" ao mesmo tempo, jogar videogame em tamanho aumentado ou assistir a um filme em uma tela gigante.
- Para isso, a companhia anunciou parceria para disponibilizar os conteúdos da plataforma de streaming Disney Plus no aparelho.
- Os óculos são equipados com 23 milhões de pixels, gerando a resolução de uma TV 4k em cada lente. Ele também vem com seis câmeras, seis microfones e 12 sensores –para não isolar o usuário do "mundo real".
Por que é uma aposta arriscada?
↳ Para começar, pelo preço. Os US$ 3500 são sete vezes mais caros que o recém-lançado Quest 3, os óculos da Meta, que custam US$ 500. A Apple, porém, já trabalha num modelo mais em conta, segundo o site Information.
↳ A concorrência luta para manter os consumidores engajados. A dona do Facebook lidera o mercado, e ainda assim mais da metade dos modelos adquiridos não é usada seis meses após a compra, de acordo com o Wall Street Journal.
↳ Autonomia limitada. A bateria externa dura apenas duas horas e precisa ser ligada aos óculos por um fio, característica semelhante aos modelos rivais.
Mais anúncios: a Apple também divulgou outras novidades, como um novo sistema operacional para o iPhone (iOS 17) e um Macbook de 15 polegadas. Veja mais detalhes aqui.
SEC processa Binance e CZ
As cotações das principais criptomoedas caíram nesta segunda depois que a SEC (Securities and Exchange Comission, equivalente à CVM) acusou a Binance de operar uma rede que inflou o volume de negociações da plataforma e desviou ativos de clientes.
- O impacto atingiu o setor como um todo porque a Binance é, com folga, a maior corretora de criptomoedas do mundo.
- O bitcoin e o ether caíam cerca de 5% na noite desta segunda, enquanto a BNB, moeda nativa da Binance e a quarta maior do mundo, recuava quase 9%.
A acusação: o órgão regulador do mercado de capitais dos EUA processou a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao, por supostamente ter desviado depósitos de consumidores americanos para uma outra corretora de Zhao.
- Essa firma teria sido usada para inflar artificialmente o volume de operações da Binance, segundo a SEC.
- As autoridades também acusam a Binance de operar "um esquema elaborado para burlar leis federais americanas".
Outro lado: a Binance não se pronunciou sobre as acusações.
Em um tuíte, Zhao disse que a corretora emitirá uma resposta assim que analisar o processo e disse que a equipe da plataforma está "aguardando, garantindo que os sistemas estejam estáveis, incluindo saques e depósitos".
Receitas do Twitter seguem ladeira abaixo
Elon Musk chegou a dizer recentemente que o Twitter poderia se tornar lucrativo em breve, já que muitos anunciantes estavam retornando após terem deixado a plataforma.
Parece não ser bem assim. Uma apresentação interna obtida pelo New York Times mostra que a companhia não só tem ficado longe de bater as metas internas de faturamento, como o tombo em relação à era pré-Musk é significativo.
Em números: a receita publicitária nos EUA foi de US$ 88 milhões (R$ 433,2 milhões) de 1º de abril à primeira semana de maio. O resultado é uma queda de 59% em relação ao ano anterior.
- Para junho, a projeção é que essas receitas fiquem 56% menores a cada semana em comparação com 2022.
Por que importa: a grana arrecadada com anúncios representa de longe a maior fonte de receitas para a plataforma.
Musk até tentou reduzir essa dependência com o Twitter Blue, mas o modelo de assinaturas representa uma parcela ínfima do total de usuários, conforme reportagens já publicadas.
O que assusta anunciantes: eles estão preocupados com conteúdos enganosos e tóxicos que não são excluídos da plataforma, de acordo com relatos de agências de publicidade à reportagem do New York Times.
Esse será o principal desafio de Linda Yaccarino, que começou seu trabalho como CEO do Twitter nesta segunda.
- Bagagem sobre o assunto ela tem: foi executiva da emissora NBCUniversal e mantém relacionamento com praticamente todos os grandes executivos americanos de publicidade.
Diante dos baixos resultados, o valor de mercado do Twitter vem caindo em relação aos US$ 44 bilhões pagos por Musk.
- Na semana passada, o fundo Fidelity, que possui ações da rede social, avaliou a empresa em US$ 15 bilhões (R$ 73,8 bilhões).
Incentivo a carros valerá também para ônibus e caminhões
O governo divulgou nesta segunda os detalhes do plano para incentivar a compra de carros, anunciado onze dias antes.
- O projeto passa a incluir caminhões e ônibus e sua fonte de compensação virá da retomada parcial da tributação sobre o diesel.
Em números: o combustível, que ficaria desonerado até dezembro, agora vai subir a R$ 0,11 por litro a partir de setembro (um terço da alíquota cheia de R$ 0,35 que volta a vigorar no ano que vem).
- A medida deve render R$ 1,5 bilhão em novas receitas em 2023. O valor será usado para compensar o custo do programa de incentivo às montadoras que deve durar quatro meses.
- Os benefícios serão de até R$ 500 milhões para carros, R$ 300 milhões para ônibus e R$ 700 milhões para caminhões. Quanto menor for o preço do veículo, maior o desconto.
Para o consumidor, o efeito nos carros será uma redução entre R$ 2.000 (nas unidades mais caras) e R$ 8.000 (nos modelos mais baratos, que hoje custam cerca de R$ 70 mil).
Como foi desenhado o programa: o governo vai gerar um crédito tributário às montadoras que venderem os veículos com descontos.
- 20 marcas estarão incluídas, e os cortes nos preços foram estabelecidos conforme critérios sociais, ambientais (eficiência energética) e industriais (índice de produção local).
- O desconto para os caminhões poderá ser de R$ 33,6 mil nos menores ou de R$ 99,4 mil para os maiores, mas estará sujeito ao descarte de outro caminhão com mais de 20 anos de uso.
- O mesmo limite de R$ 99,4 mil deve ser aplicado aos ônibus.
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