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BNDES deve ter novo cartão de crédito em até quatro meses, diz Mercadante

Na Fiesp, presidente do banco de fomento falou sobre desejo de voltar com emissão de títulos, como a LCA

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São Paulo

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, disse nesta segunda (12) que a instituição está se preparando para relançar, em cerca de quatro meses, o cartão de crédito para micro, pequenas e médias empresas.

Durante evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Mercadante mencionou a alta demanda de empresários pelo cartão e informou a jornalistas que o BNDES está se preparando para retomar o programa.

Além de exigir tempo para atualizar o sistema de informática, Mercadante disse que o prazo estimado de cerca de quatro meses leva em conta a necessidade de elaborar medidas para evitar a inadimplência, com novos critérios. O relançamento do cartão de crédito do BNDES também exige, segundo o petista, um trabalho de parceria com outros bancos.

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na Fiesp, durante o Dia da Indústria. - Bruno Santos/ Folhapress

Mercadante falou do seu desejo de retomar a emissão de títulos no mercado, argumentando que eles não irão concorrer com os de bancos privados. "O setor privado tem o seu papel. Nós podemos fazer juntos várias operações", afirmou. "O BNDES podia lançar LCA [Letra de Crédito do Agronegócio] e não pode mais", reclamou.

O ex-ministro reforçou ainda o papel de um banco como o BNDES para o desenvolvimento de setores econômicos da sociedade e falou da importância do Estado para o crescimento do país e o processo de transição energética.

Ao falar de seu interesse em dobrar a participação do banco em quatro anos para que o BNDES volte ao tamanho de sua média histórica, Mercadante voltou a criticar o montante de dividendos que a instituição deve destinar à União —atualmente é de 60% do lucro do banco.

"Nenhum banco de desenvolvimento do mundo paga dividendos nessa escala, não existe isso. É um banco para desenvolver a economia. Como que o controlador tira 60% do nosso capital?", questionou. Ele afirmou que aceita que a instituição pague como dividendos o mínimo adotado por empresas de capital aberto, que é 25% do lucro da companhia.

Mercadante também criticou o acordo do TCU (Tribunal de Contas da União) para o BNDES devolver os recursos emprestados pelo Tesouro no passado para que o banco pudesse distribuir subsídios. "Já pagamos R$ 270 bilhões a mais do que o BNDES recebeu de subsídios em seis anos, sem correção monetária", enfatizou.

Segundo Mercadante, o órgão está em negociação com o TCU e com o Ministério da Fazenda para prorrogar o devolução da última parcela desse pagamento, no valor de R$ 23 bilhões, para até o fim do mandato atual. "Estou confiante de que vai avançar", afirmou.

Do total da última parcela, Mercadante disse que já assinou um cheque de R$ 11 bilhões para o Tesouro. A intenção, segundo o presidente do BNDES, é parcelar os R$ 23 bilhões que faltam para que o banco tenha mais crédito para impulsionar a economia e induzir o desenvolvimento.

"Acho que é mais que razoável que você capitalize o banco para poder baratear o crédito e ajudar na retomada do crescimento, principalmente em um momento como este. O papel do banco público não é tirar dinheiro da economia para transferir para o Tesouro. O papel do banco público é fomentar a economia", declarou.

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