Como varejo reage à Shein, crédito privado respira e o que importa no mercado

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Como brasileiras se armam contra Shein

Para bater de frente com o crescimento da chinesa Shein no país, o varejo brasileiro vai além da disputa tributária vista há alguns meses e adota a eficiência como palavra de ordem.

Entenda: o fator é tido como um dos segredos do sucesso da varejista chinesa, e as rivais brasileiras investem pesado em tecnologia para não ficar para trás na corrida.

O objetivo é fazer com que a IA (inteligência artificial) e seus algoritmos gerem eficiência tanto nas lojas físicas quanto no site:

  • Nas lojas, a ideia é garantir um estoque enxuto e, ao mesmo tempo, ter as peças com tamanhos disponíveis para os clientes.
  • No online, a corrida é pela entrega rápida, fator que se comprovou como essencial ao consumidor no boom do ecommerce visto na pandemia.

Como funciona na rival: a Shein faz testes com 100 a 200 peças no aplicativo. Uma vez que a demanda se confirma, a produção é escalada, tudo em tempo real.



Em números: a varejista chinesa não divulga valores, mas estimativas do BTG Pactual dão uma noção da grandeza da Shein –aqui e lá fora.

No Brasil, seu faturamento do ano passado chegou a R$ 7 bilhões, um salto de 250% sobre 2021.

  • Ela fechou bem perto da segunda e da terceira maiores redes do setor brasileiro. A Guararapes (dona da Riachuelo) atingiu R$ 8,6 bilhões, e a C&A somou R$ 8,2 bilhões.
  • Renner continuou líder com folga (R$ 15,9 bilhões) enquanto a Marisa, com vendas de R$ 3,2 bilhões, já teria sido superada pela asiática.

Considerando as vendas do mundo todo estimadas pelo BTG, os US$ 30 bilhões (R$ 147 bilhões) colocam a Shein na cola da espanhola Zara, marca que se consagrou com o conceito de fast-fashon (moda rápida).


Crédito privado respira após estresse

Após ter sido abalado por casos como os das empresas Americanas e Light, hoje em recuperação judicial, o mercado de crédito privado (títulos de dívida das empresas) dá sinais de respiro e de volta gradual à normalidade.

  • A opinião é de gestores ouvidos pela Folha que são especialistas no setor.

O que explica: o nicho segue a onda de episódios recentes que animaram o mercado, como a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, os dados que mostraram a inflação menos pressionada do que o esperado e o resultado surpreendente do PIB.

  • Além de aliviar os ânimos sobre a saúde fiscal brasileira, os episódios reforçaram o sentimento de queda dos juros ainda neste ano.
  • Isso tudo enquanto as taxas das debêntures ainda estavam abaladas pelos casos de estresse no começo do ano.
  • A combinação acabou levando a um aumento da compra de títulos no mercado –que, consequentemente, fez as taxas recuarem.

Em números: após resgates líquidos mensais entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões entre fevereiro e abril, em maio, o volume de retiradas caiu para cerca de R$ 4 bilhões, de acordo com dados de mercado monitorados pela Sparta.

  • Dados da Anbima também mostram que as ofertas de renda fixa movimentaram R$ 20,2 bilhões em maio, um crescimento de 71% na comparação com abril.
  • Cerca da metade foi por meio de debêntures.

É para todo mundo? Como os títulos emitidos por empresas envolvem uma série de riscos –o que ficou provado neste ano–, a recomendação de especialistas é para que os investidores pessoa física se exponham a esse setor por meio de fundos.

Mais sobre crédito e investimentos

  • Na onda do fim de "Succession", o colunista Marcos de Vasconcellos fala sobre o caso da CVC, a gigante do turismo que fez um movimento para ligar-se de novo à família que a criou.

Google chama funcionários para escritório

Em email aos funcionários na semana passada, o Google avisou que vai considerar os registros de frequência nos escritórios nas avaliações de desempenho e até enviar lembretes quando houver ausências frequentes.

  • O documento acessado pelo Wall Street Journal diz também que as solicitações para trabalhar só de casa serão autorizadas apenas em caráter excepcional.
  • A diretora de pessoal da Alphabet disse no email que os "Googlers" –como são chamados os funcionários– que passam pelo menos três dias por semana no escritório dizem se sentir mais conectados a outros "Googlers".

Não é só a Alphabet: apesar de terem largado na frente na oferta de trabalho remoto durante a pandemia, as big techs agora adotam medidas para incentivar os funcionários a voltarem ao modelo presencial, pelo menos em alguns dias da semana.

  • Amazon, Apple e até Disney já fizeram movimentos nesse sentido.

E aqui? Grandes empregadoras, assim como a maior parte das empresas de tecnologia, seguem disponibilizando o modelo híbrido de trabalho como uma opção a trabalhadores.

Para quem está começando nas empresas, porém, a realidade pode ser diferente.

Um levantamento da plataforma de recursos humanos Infojobs aponta que, apesar do crescimento na oferta de postos remotos e híbridos, as vagas totalmente presenciais abertas após a pandemia ainda são maioria.

  • Em janeiro deste ano, o trabalho apenas no escritório representava 94,8% das 7.010 vagas, o híbrido equivalia a 2,48%, e as vagas totalmente remotas, 2,7%.

Startup da Semana: Hilab

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2004, em Curitiba, a healthtech (startup de saúde) tem como solução fazer exames com poucas gotas de sangue e entregar os resultados em minutos.

Quem investiu: a rodada de aporte na startup, divulgada recentemente, foi liderada pela gestora eB Capital e também teve participação de Rise Ventures e Positivo Tecnologia.

  • Os valores de investimento não foram divulgados.
  • A Hilab já anunciou outras três rodadas de captação, com aporte de cerca de US$ 16 milhões (R$ 78 milhões), nas quais se tornaram sócios fundos como Península (de Abílio Diniz) e Monashees.

Que problema resolve: por meio de parcerias principalmente com redes de farmácia, a startup fornece equipamentos que fazem a análise do exame de sangue com poucas gotas, que são retiradas da ponta dos dedos.

  • O relatório é enviado para uma central da Hilab, onde profissionais fazem a análise do resultado e encaminham para o paciente em cerca de 30 minutos.

Por que é destaque: a Hilab atua em um setor considerado de difícil disrupção, ou seja, uma inovação que venha para alterar drasticamente a rotina de clientes e empresas.

  • Entre os planos da healthtech após o aporte, está aumentar o número de exames oferecidos, acertar novas parcerias, abrir mais espaços para atendimento e expandir a atuação internacional, que começou em 2021.
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