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Corte de juros pode abrir nova janela para IPOs, diz CEO da Empiricus

Última abertura de capital na Bolsa brasileira foi em 2021

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São Paulo

O provável início do ciclo de corte dos juros em agosto pelo Banco Central (BC), e o impulso que o movimento pode desencadear de alta das ações na Bolsa, deve contribuir para a retomada das aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) das empresas brasileiras.

A avaliação é de Felipe Miranda, CEO da Empiricus. "Não acho que esteja tão longe assim da janela do IPO. Acho que 120 mil pontos [do Ibovespa] reabre a janela do IPO", afirmou Miranda, durante evento promovido pelo BTG Pactual nesta quarta-feira (28).

Nesta quarta-feira, o Ibovespa era negociado na faixa dos 117 mil pontos, com uma alta acumulada de cerca de 7% no ano.

A última abertura de capital na B3, a Bolsa de Valores brasileira, foi em dezembro de 2021, com a oferta simultânea do Nubank no Brasil e nos Estados Unidos. Em 2022, em um cenário de juros altos e incertezas econômicas e políticas, o mercado brasileiro não registrou nenhum IPO pela primeira vez desde 1998.

Felipe Miranda, CEO da Empiricus - Divulgação

O executivo da Empiricus afirmou que prevê que novas aberturas de capital podem acontecer ainda em 2023. Ele assinalou que os follow-ons, que são as ofertas de ações de empresas que já são listadas na Bolsa, têm sido "muito bem-sucedidos", com participação relevante dos investidores estrangeiros de operações de empresas como Orizon, Smartfit e Assaí.

"Me parece bastante razoável a gente ver no final do ano uma volta de IPOs, seletivamente", afirmou o CEO da Empiricus, acrescentando que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem desenvolvendo um "belíssimo trabalho" e que o Congresso tem indicado que vai barrar iniciativas que busquem reverter reformas aprovadas pelos governos anteriores. "Com isso, acho que o estrangeiro volta a olhar o Brasil com carinho."

A nova onda de aberturas de capital, ressaltou o especialista, não deve mais ser de empresas que ainda não têm lucro, mas apenas uma projeção de que terão um crescimento acelerado anos à frente, que foram beneficiadas pelo cenário de juros extraordinariamente baixos. Com o patamar de juros mais normalizado, devem abrir capital as empresas com geração de caixa e longo histórico de resultados, disse o executivo.

Segundo dados citados por Miranda, na média, nos últimos sete ciclos de aperto monetário, o mercado subestimou a intensidade dos cortes na taxa Selic em cerca de 1,5 ponto percentual.

"O mercado está esperando [a Selic] indo para 9,5%, 10% no final do ano que vem. Se ele estiver subestimando o ciclo de corte tal como ele fez no passado, estamos falando de 8%. Um Brasil de juro de 8% é bem diferente do Brasil de juros de 14%. Conforme isso fique claro, o fluxo volta intensamente para a Bolsa", afirmou o CEO da Empiricus, empresa de investimentos que está sob investigação da PF (Polícia Federal) por conta de um vídeo divulgado em meados do ano passado no qual uma mulher fantasiada de palhaça fazia críticas à empresa TC.

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