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FMI espera fechar acordo com a Argentina nos próximos dias, diz comunicado

Crise financeira no país vizinho tem sido marcada pela volatilidade da taxa de câmbio e pela alta da inflação

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Buenos Aires | Reuters

O FMI (Fundo Monetário Internacional) espera chegar a um acordo com a Argentina nos próximos dias pelos objetivos da próxima revisão dos termos de um empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 210 bilhões, em valores atuais) que o país sul-americano tem com a entidade, informou a organização internacional neste domingo (23).

"As equipes do Ministério da Economia e do Banco Central da Argentina e o staff do FMI concluíram os aspectos centrais do trabalho técnico da próxima revisão", disse o FMI no Twitter.

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, gesticula durante entrevista coletiva para anunciar o balanço das medidas econômicas para o setor agroexportador e acelerar a entrada de divisas no Banco Central, em meio à tempestade inflacionária que o país enfrenta, na sede do Ministério da Economia, em Buenos Aires
O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa - Luis Robayo - 30.set.22/AFP

"Os objetivos e parâmetros centrais que servirão de base para um 'Staff Level Agreement' foram acordados, esperamos que seja finalizado nos próximos dias e depois avance para a revisão do programa da Argentina", acrescentou.

O país sul-americano deve pagar ao FMI cerca de US$ 3,4 bilhões (R$ 16,2 bilhões) entre 31 de julho e 1º de agosto, em um momento em que as reservas líquidas do BCRA (Banco Central Argentino) estão no vermelho em cerca de US$ 6,5 bilhões (R$ 31 bilhões).

A Argentina, que enfrenta alta inflação, déficit fiscal preocupante e poucas reservas em seu banco central, viu suas receitas em moeda estrangeira afetadas por uma seca histórica que afetou seu principal setor de exportação, a agricultura.

"Esse acordo visa consolidar a ordem fiscal e reforçar as reservas, reconhecendo o forte impacto da seca, os prejuízos nas exportações e nas receitas fiscais do país", acrescentou o organismo internacional.

A crise financeira da Argentina, que tem sido marcada pela volatilidade da taxa de câmbio e pela alta da inflação, deve começar a diminuir em novembro e dezembro, com grandes influxos de divisas provenientes da safra de trigo, disse o chefe de gabinete Agustín Rossi na sexta-feira (21).

A prolongada crise financeira da Argentina foi agravada por uma seca feroz que reduziu as exportações agrícolas cruciais em cerca de US$ 20 bilhões (R$ 95,5 bilhões) neste ano.

"Essa situação termina em novembro, dezembro deste ano", disse Rossi, que também é candidato à Vice-Presidência nas eleições de outubro, de seu escritório no palácio presidencial da Casa Rosada, em Buenos Aires.

Rossi disse que a Argentina não deve desvalorizar a moeda para acalmar a inflação, que passou de 115% nos últimos 12 meses, enquanto seu nível de pobreza se aproxima de 40%.

Isso provocou uma profunda preocupação no bloco peronista, que espera triunfar em outubro com Sérgio Massa, como candidato presidencial, e com Rossi como seu companheiro de chapa.

O governo de coalizão do presidente Alberto Fernández enfrentou confrontos frequentes entre suas facções durante seus quatro anos de mandato, mas Rossi disse que isso não se repetiria em um futuro governo peronista, com um novo consenso amplo entre os candidatos.

A maioria das pesquisas aponta que os peronistas de Massa enfrentarão uma batalha difícil contra os candidatos da oposição.

Porém, com outros favoritos da oposição conservadora e da extrema direita, a escolha de Massa para disputar a vaga governista indica que o próximo presidente da Argentina, a ser escolhido nas eleições de outubro, provavelmente será mais favorável ao mercado, um impulso para investidores duramente atingidos no país endividado.

"O mercado local pode ver com bons olhos que o cenário eleitoral agora tem candidatos presidenciais moderados, pró-mercado e que conhecem os investidores", disse Javier Timerman, do Adcap Grupo Financiero, alertando que muitos ainda têm dúvidas.

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