Descrição de chapéu Rio de Janeiro - Estado

Apagão no país suspende aulas, afeta hemocentro e deixa semáforos desligados

Estados do Norte e Nordeste foram os mais afetados; loja de Manaus distribuiu 2.000 picolés que iriam derreter

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Recife, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Sorocaba (SP) e São Paulo

Aulas suspensas, semáforos sem funcionar, fornecimento de água afetado e atendimento em hemocentro paralisado foram consequências de seis horas de apagão em capitais do país.

A falha que atingiu 25 estados e o Distrito Federal começou a causar transtornos por volta das 8h30 desta terça (15). O sistema só voltou ao fornecimento normal de luz às 14h30.

Norte e Nordeste foram as regiões mais afetadas. Além disso, foram também as últimas a terem o serviço restabelecido e registraram os maiores problemas para a população. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, houve queixas com o transporte público

corredor escuro com pessoa ao fundo
Local sem energia elétrica em Campo Mourão (PR); apagão atingiu 25 estados e o DIstrito Federal - Dirceu Portugal/Fotoarena/Folhapress

No Maranhão, o Hospital do Câncer, em São Luís, precisou suspender parte das consultas, exames e procedimentos. O Hemocentro do Piauí suspendeu a coleta de sangue temporariamente durante o apagão. Nos dois estados, atendimentos de urgência e emergência foram mantidos com ajuda de geradores.

Teresina teve o funcionamento de semáforos comprometido. Escolas públicas e particulares liberaram os alunos para irem para casa por causa da queda de energia. Sem fornecimento, não tiveram como utilizar ventiladores ou ares-condicionados.

Em Pernambuco, o abastecimento de água foi afetado por causa do apagão, e 80% das unidades operacionais da Companhia Pernambucana de Água e Esgoto ficaram paralisadas e foram retomadas gradativamente.

No Recife, enquanto algumas pessoas disseram ter presenciado piques de luz, outras reclamaram da falta de energia por mais de uma hora. A observação de um morador explica bem a situação: "Metade do meu bairro tem energia, a outra metade não", escreveu em rede social.

Hospitais e demais unidades de saúde funcionaram normalmente em Fortaleza, de acordo com a prefeitura. Instituições de ensino e comércio também não foram afetados —é feriado municipal na capital cearense.

A linha sul, transporte sobre trilhos que liga Fortaleza aos municípios de Maracanaú e Pacatuba, teve operação interrompida durante a manhã. O VLT de Sobral paralisou por motivos de segurança. De acordo com o governo estadual, o transporte público já foi normalizado.

Em Salvador, a rede metroviária da cidade parou de funcionar. Vídeos publicados no X, antigo Twitter, mostram passageiros caminhando sobre os trilhos para sair dos trens.

"Estou no metrô e, como o sistema de mobilidade daqui funciona que é uma beleza, nem tem ônibus daqui para terminar o percurso porque, para chegar aonde tem, só de metrô", escreveu uma usuária por volta das 9h.

Ainda na capital baiana, moradores reclamaram da falta de sinal para fazer ligações. "Não tinha acesso à rede do celular, então não conseguia nem pedir um carro de aplicativo ou fazer a recarga do cartão de ônibus. Fiquei ilhada", disse a social media Aline Kimi.

Em Porto Velho, a situação era semelhante. Uma internauta disse que, além da falta de luz, ficou sem acesso a internet móvel. "Ficamos sem conexão de internet via dados móveis e até mesmo chamadas (normais) e até o bom e querido SMS não consegui enviar", contou ela em uma rede social.

Em Manaus, uma das seis cidades do Amazonas atingida pelo apagão, a falta de luz pela manhã afetou também as estações de bombeamento de água. Caminhões-pipa foram encaminhados a postos de saúde e hospitais da capital amazonense.

O cenário de falta de água e energia somado do calor de 32 °C fez com que creches cancelassem os atendimentos nesta terça-feira.

Também em Manaus, no cruzamento das avenidas Djalma Batista e João Valério, uma loja distribuiu 2.000 picolés que estavam prestes a derreter a pedestres e motoristas.

Em Belém, pela falta de energia nos semáforos, houve um acidente sem feridos entre dois veículos por volta das 9h30 na avenida Almirante Barroso. O serviço começou a ser restabelecido às 10h30. Segundo a Equatorial Pará, o serviço foi totalmente restabelecido no estado às 14h23.

No Acre, o problema também afetou o fornecimento de água de Rio Branco. O serviço foi retomado gradativamente com o reinício das atividades das duas estações de tratamento às 12h e às 12h30.

Em Palmas, uma unidade do INSS teve de interromper os atendimentos em razão da falta de luz. O instituto divulgou que tomará providências para não prejudicar quem foi afetado.

Em Belo Horizonte, serviço do metrô foi interrompido por volta de 9h, e usuários tiveram de desembarcar fora da estação. Mas, segundo a empresa, o serviço voltou a funcionar normalmente após 30 minutos.

Uma arquiteta afirmou em rede social ter ficado três horas presa no elevador de um hospital na capital mineira.

A Cemig, que fornece energia em Minas, disse que o desligamento ocorreu às 8h31 e o restabelecimento se iniciou a partir da autorização do ONS, às 8h46. "Todos os clientes afetados da área de concessão da Cemig Distribuição em Minas Gerais foram restabelecidos ainda no período da manhã", segundo a empresa

Em São Paulo, os relatos de problemas no metrô foram recorrentes nas redes sociais. A circulação dos trens da linha 4-amarela do metrô, da ViaQuatro, operou com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações.

O problema afetou toda a linha. A circulação de trens foi interrompida entre as estações Luz e Paulista às 9h. O sistema Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência) foi acionado para atender esse trecho.

"Caos na linha 4-amarela do Metrô de São Paulo", afirmou um usuário, no X. Os passageiros, segundo a concessionária, foram orientados por avisos sonoros e por agentes de atendimento e segurança nos trens e estações. Técnicos da ViaQuatro atuaram para normalizar a operação.

A linha 15-prata do monotrilho, operada pelo Metrô, também foi afetada pela falha de energia. Os trens circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada em razão de falha causada no sistema de portas de plataforma na estação Vila Prudente.

As duas linhas entraram em processo de normalização das operações por volta das 9h30.

No Rio, 320 escolas municipais foram afetadas nas zonas norte e oeste. Porém, segundo a prefeitura, as instituições abriram protocolos de atendimento junto à concessionária Light, e a energia foi totalmente restabelecida.

Na área da saúde, duas clínicas da família na região do bairro Campo Grande, na zona oeste do Rio, precisaram suspender as consultas.

Na área de transportes, o MetrôRio disse no começo da tarde que as linhas 1, 2 e 4 operavam com intervalos regulares e que a circulação estava normal. A SuperVia —sistema de trens— não foi afetada.

Alguns bancos apresentaram oscilações e até unidades com atendimento presencial suspenso durante o apagão. As instituições informaram, no entanto, que não houve prejuízos aos clientes.

Bancos têm instabilidade, mas dizem que não há prejuízos

Alguns bancos apresentaram oscilações e até unidades com atendimento presencial suspenso durante o apagão. As instituições informaram, no entanto, que não houve prejuízos aos clientes.

Segundo o Bradesco, algumas agências tiveram o fornecimento de energia interrompido. A falha não causou prejuízo nos atendimentos, mas o banco orientou que seus clientes procurassem os canais digitais. "Além das agências e dos canais digitais, os clientes também contam com a rede do Bradesco Expresso, correspondente bancário que oferece atendimento em estabelecimentos comerciais em horários diferenciados", disse.

Outro afetado pelo apagão foi o Mercantil do Brasil, que teve unidades fechadas momentaneamente. Mas "não foram constatados, até o momento, quaisquer prejuízos", destacou. Os atendimentos no banco retornaram ainda pela manhã.

Já o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) informou que apenas um de seus pontos de atendimento, em Porto Alegre, sofreu com a falta de luz. "Os sistemas do banco são protegidos com tecnologia NoBreak e as operações estão funcionando normalmente", afirmou.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que os bancos não relataram problemas no atendimento ao público nas agências. Já bancos digitais como Nubank, C6 Bank, PAN e Inter informaram que não tiveram problemas nos aplicativos por conta do apagão.

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