Descrição de chapéu Argentina

Haddad diz que Brasil pode aceitar garantia de exportações para a Argentina em yuan

Ministro da Fazenda fala em proposta de primeira operação que varia entre US$ 100 milhões e US$ 140 milhões

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Joanesburgo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo encaminhou à Argentina uma proposta para que o país vizinho possa realizar a garantia de exportações brasileiras em yuan (moeda da China).

"Já encaminhamos para o governo da Argentina uma proposta de garantia em yuan das exportações brasileiras", disse Haddad numa coletiva de imprensa em Joanesburgo (África do Sul). Segundo o ministro, a operação envolve a conversão direta do yuan para o real feita pelo Banco do Brasil em Londres.

Fernando Haddad concede entrevista coletiva em Joanesburgo
Fernando Haddad concede entrevista coletiva em Joanesburgo - Michele Spatari / AFP

Haddad também disse que a operação total é da ordem de US$ 100 a US$ 140 milhões.

"Para os exportadores brasileiros é uma coisa boa, será uma boa notícia se a Argentina concordar. Porque eles podem ter algum fluxo de venda dos seus produtos com 100% de garantia. Para o Brasil, sem problemas, porque o câmbio vai ser feito do yuan para o real e isso tranquiliza também o Tesouro Nacional, que não há risco de default. Uma garantia que o Tesouro considerou adequada e o Banco do Brasil concordou, nos moldes do que foi apresentado.

Segundo interlocutores, o programa mencionado por Haddad fará parte do Proex (Programa de Financiamento às Exportações). Os recursos já estão disponíveis dentro do programa e não haveria necessidade de aportes novos.

Será a primeira vez que a garantia de exportação será aceita em moeda que não seja o dólar, segundo uma pessoa com conhecimento do tema.

O governo brasileiro estuda há meses formas de ajudar a Argentina, imersa numa crise financeira e de liquidez que limita o acesso do país vizinho ao dólar.

Além da garantia para financiar exportações, o governo Lula (PT) tentou envolver o banco do Brics (chamado de Novo Banco de Desenvolvimento) em alguma operação de auxílio. Houve veto a qualquer tipo de ajuda direta, e o Brasil passou a focar na inclusão da Argentina como sócio do NDB.

Na terça (22), Lula já havia adiantado que havia uma proposta semelhante em estudo. No entanto, ele não detalhou na ocasião.

"Agora mesmo o Haddad estava conversando com a Argentina, e é possível a gente ajudar a Argentina tendo como moeda o yuan aqui da China. Fazer uma coisa diferente, um pouco mais serena, mais madura, menos pragmática que as regras estabelecidas hoje, que só favorecem o sistema financeiro", declarou.

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