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Jogo fiscal não está ganho e exige cuidados, diz Haddad após Novo PAC

Ministro afirma que cenário para as contas públicas é desafiador, mas exalta ações do governo

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Rio de Janeiro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (11) que o "jogo fiscal" nunca estará ganho sem a "vigilância devida". Segundo ele, a área inspira cuidados, mesmo com a adoção de medidas como o arcabouço fiscal.

A declaração ocorreu durante uma entrevista após o lançamento do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Rio de Janeiro. O ministro foi questionado sobre o cenário fiscal a partir da reedição do programa com obras públicas.

"Todo bom economista conhece os problemas herdados por nós. Jamais vamos negar que o quadro desafia, mas a equipe está muito sintonizada com as soluções que estão sendo construídas com o Congresso Nacional e com o Judiciário", disse Haddad.

"Agora, ninguém vai cruzar os braços e achar que o jogo está ganho. Nunca o jogo fiscal vai estar ganho sem a vigilância devida. É uma questão que sempre inspira cuidados", acrescentou.

Haddad discursa durante o lançamento do Novo PAC no Rio de Janeiro - Tércio Teixeira/Folhapress

Antes da entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou o Novo PAC com um discurso em que fez acenos a políticos de diversos partidos, pediu mais dinheiro para ampliar o programa e falou sobre a volta de um Estado empresarial e indutor do crescimento.

Os investimentos totais, considerando o Orçamento da União, dinheiro das estatais e recursos privados, estão estimados em R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até o fim do mandato de Lula e outros R$ 300 bilhões após 2026.

"Se tiver novos projetos e alguém estiver disposto a ajudar, esse R$ 1,7 trilhão pode crescer para R$ 2 trilhões ou mais. E, se o Haddad abrir um pouco a mão, pode até ter um pouco mais de dinheiro para a gente fazer mais coisas neste país", afirmou Lula.

O ministro procurou destacar medidas já apresentadas pelo governo, como o arcabouço fiscal, que assegura um piso para investimentos públicos, no qual seriam encaixados os recursos para o Novo PAC. Segundo o governo, parte das obras do programa deve se estender além de 2026, último ano do atual mandato de Lula.

Haddad disse que o governo petista herdou um rombo da gestão de Jair Bolsonaro (PL) devido a medidas adotadas às vésperas das eleições presidenciais do ano passado. "O quadro [fiscal] é desafiador desde o começo do mandato do presidente Lula", afirmou o ministro.

Ele ainda mencionou que o governo petista busca estimular o consumo no país a partir de iniciativas como a valorização do salário mínimo e o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil. Depois, Haddad citou a redução da taxa básica de juros (Selic) como uma medida na mesma direção.

"A Selic começou a cair. Está mais ou menos contratada uma queda de 0,5 ponto percentual a cada reunião do Copom [Comitê de Política Monetária]. Entendemos que isso vai afetar o crédito de maneira gradual", disse.

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