Novo título do Tesouro, 1º lucro operacional da Uber e o que importa no mercado

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São Paulo

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1º lucro operacional da Uber

Depois de anos com suas atividades gerando prejuízo, a Uber divulgou nesta terça seu primeiro lucro operacional da história.

Foram US$326 milhões (R$ 1,5 bilhão) durante o segundo trimestre, uma reversão ao prejuízo operacional de US$ 713 milhões (R$ 3,4 bi) do mesmo período do ano anterior.

A companhia já havia reportado em resultados passados lucro líquido –inflacionado pelos investimentos em outras empresas– e um fluxo de caixa positivo, indicado pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

No primeiro trimestre deste ano, o indicador alcançou US$ 761 milhões, o maior patamar da história até então. De abril a junho, o resultado subiu para US$ 916 milhões, acima das expectativas dos analistas.

Os papéis da companhia, porém, tombaram 5,6% na Nasdaq. A receita cresceu 14% em bases anuais, para US$ 9,2 bilhões. Foi o menor avanço da empresa em dois anos e veio abaixo das projeções dos analistas.

Logo da Uber - Robyn Beck / AFP


O primeiro lucro operacional da Uber pode ser considerado um marco.

  • A empresa fundada em 2009 era comumente citada como um exemplo de startup que conseguia cada vez mais dinheiro de investidores sob o objetivo de ganhar mercado, mesmo que isso significasse operar no prejuízo.
  • Desde que começou a divulgar os números, em 2014, até o primeiro trimestre deste ano, a companhia reportou um prejuízo operacional somado de US$ 31,5 bilhões (150 bi), de acordo com o Financial Times.

Mais sobre investimentos:

Lembra da Tupperware, a marca americana dos tradicionais potes de plástico que admitiu risco de falência em abril? As ações da companhia subiram 26% nesta terça e disparam mais de 800% desde a mínima do ano, há duas semanas.

O motivo pode ser o mesmo que levou outras empresas capengas a dispararem em 2021 e virou série da Netflix: pequenos investidores inflando o preço da ação para forçar os fundos que apostam em sua queda a recomprar os papéis.


Novo título do Tesouro

O Tesouro Nacional lançou nesta terça um novo título, seu segundo no ano: o Tesouro Educa+. Voltado para ajudar as famílias a custear os estudos dos jovens no futuro, seu valor mínimo inicial é de R$ 30.

Entenda: os investidores podem escolher os títulos disponíveis de acordo com o ano de vencimento. O resgate acontece em 60 prestações mensais, ou seja, em cinco anos, e o valor das "parcelas" nesse período vai sendo corrigido pela inflação.

  • A rentabilidade do investimento é o IPCA mais uma taxa anual, que varia conforme a data de vencimento.

Na página do Educa+, as famílias podem simular a aplicação com base na idade atual do jovem, a idade em que ele começará a universidade, o investimento inicial e a renda mensal pretendida para cursar os cinco anos de graduação.

O Tesouro, então, sugere um determinado tipo de título. Apesar do objetivo do produto, o dinheiro investido pode ser utilizado para qualquer finalidade.

O novo título do Tesouro terá em outubro duas novidades:

  • Investimento Coletivo: será permitida a abertura de uma única conta para a família, mas deve ser registrada no CPF da criança que será beneficiada com o valor investido para educação.
  • Gift Card: familiares poderão dar como presente para a criança um aporte para a sua conta.

Shein made in Brazil

Quem quiser dar uma olhada na primeira leva de roupas "made in Brazil" da Shein vai ter que procurar bem na plataforma.

  • As cerca de 800 peças se misturam entre as outras, importadas, mas podem ser encontradas por quem buscar por "Shein Brasil".
  • Elas estão identificadas como "She(In) Brasil; Envio Nacional". O tempo de envio gira em torno de duas semanas —metade do prazo de espera para os itens importados.

Na coleção, estão tops de R$ 19 a R$ 29, calças jeans de R$ 119, vestidos de R$ 49 a R$ 129, e conjuntos de R$ 185.

Para além do jeans, algodão e poliéster, estão tecidos como linho, laise e paetê. No geral, as peças apresentam uma qualidade superior à média dos produtos importados, escreve a repórter Daniele Madureira.



Em números: as peças foram fabricadas por 110 confecções brasileiras, com tecidos nacionais e designers locais, e o objetivo da varejista é chegar a 2.000 unidades por mês.

  • Dentro de três anos, a Shein quer ter 2.000 fábricas no país conectadas ao seu algoritmo, que acelera a produção quando identifica que um modelo será bem vendido.
  • O objetivo também é fazer com que 85% das vendas feitas no país sejam de produtos nacionais ou de vendedores daqui.

A Shein é uma das varejistas internacionais que aderiu ao Remessa Conforme, programa do governo que regulamenta as compras do exterior e começou a valer ontem (1º).

  • Mostramos aqui como ficam os novos preços das compras até US$ 50 e das com valores acima desse limite.

Facebook é multado em R$ 20 mi

O Facebook foi alvo de uma condenação judicial em Minas Gerais com multa de R$ 20 milhões em danos morais coletivos pelo vazamento de dados de usuários em 2018 e 2019. Cabe recurso à decisão.

A acusação: o juiz de primeira instância José Maurício Cantarino Villela classificou o sistema da empresa como "vulnerável" por permitir os vazamentos. São citados dois casos:

  • Um de 2019, em que senhas de 22 mil usuários de todo o mundo foram expostas, conforme processos em outros países;
  • Um de 2018, em que 29 milhões de usuários globais foram afetados de maneiras diferentes.

A Meta, dona do Facebook, afirmou não ter sido formalmente intimada sobre a decisão.

Usuários do Facebook, independentemente de estarem ou não entre aqueles que tiveram os dados vazados, poderão acionar a Justiça requerendo os R$ 5.000 de indenização por danos morais individuais estabelecidos, aponta a decisão.

Os processos foram movidos pelo Instituto Defesa Coletiva, que orienta aguardar o trânsito em julgado da ação, ou seja, que todas as possibilidades de recursos estejam esgotadas, para ingressar com o pedido de recebimento da indenização.

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