Símbolo do home office na pandemia, Zoom quer volta da equipe aos escritórios

Edição da newsletter FolhaMercado mostra como tendência de retorno ao presencial chegou até à plataforma de videoconferência

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São Paulo

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Zoom chama funcionários para o presencial

O Zoom, plataforma de videoconferência que virou símbolo do home office durante a pandemia, pediu para que seus funcionários voltem ao trabalho presencial no formato híbrido, mostra o New York Times.

A companhia confirmou ao jornal a solicitação aos trabalhadores que estão a 50 milhas (cerca de 80 quilômetros) dos escritórios para que retornem pelo menos dois dias por semana até o final do mês que vem.

A decisão do Zoom encontra eco em outras empresas do setor que tentam convencer seus funcionários a voltarem ao trabalho pelo menos por alguns dias, caso de Google, Salesforce e Meta.

Relembre: a plataforma saiu dos 10 milhões de usuários em 2019 para 300 milhões em 2020, quando se tornou o app mais baixado do ano na loja da Apple.

  • Ela ficou tão popular no período que até deu nome à exaustão causada pelo acúmulo de chamadas em vídeo –"Zoom fatigue".
Logo do Zoom; plataforma viu número de usuários atingir 300 milhões na pandemia - Dado Ruvic/Reuters

Neste ano, na volta gradual das pessoas ao trabalho, a plataforma não escapou da onda de demissão em massa que atingiu as empresas de tecnologia e anunciou o corte de 15% do seu pessoal, cerca de 1.300 funcionários.

  • As ações da companhia chegaram a bater em US$ 478 em novembro de 2020, mas hoje valem cerca de US$ 68, próximo ao patamar pré-pandêmico.

Mais sobre o Zoom

A atualização nos termos de uso da plataforma desta segunda prevê que a empresa tenha o direito de treinar modelos de inteligência artificial com informações de usuários.

  • A autorização inclui email, datas e participantes das reuniões e dados de voz e imagem dos participantes de videoconferência.

Em nota, a empresa afirma que o trecho se refere apenas a quem optar por usar recursos de inteligência artificial disponíveis no programa de videoconferência, como o assistente virtual Zoom IQ.


Real digital vira Drex

O Banco Central disse nesta segunda que sua moeda digital que vinha sendo chamada de real digital vai ter o nome de Drex.

  • A ideia foi juntar as palavras "digital", "real", "eletrônico" e "transação" em um nome sonoro, como o Pix, segundo o órgão.

Entenda: o Drex não é exatamente uma criptomoeda, como o bitcoin e o ether. Ele ficará concentrado nas transações entre o BC e as instituições financeiras, que, por sua vez, vão criar tokens lastreados ao real digital.

São esses tokens que chegarão às carteiras dos clientes. A função deles é garantir a posse e características de determinado ativo, como um empréstimo ou até uma obra de arte.

Alguns exemplos práticos de uso do Drex:

Contratos inteligentes: a moeda digital do BC poderá ser usada em transações comuns aos brasileiros, como em um empréstimo ou na venda de um carro.

  • Quando o comprador fizer o depósito do valor, automaticamente é efetivada a transferência do registro do veículo, o que gera segurança e agilidade ao processo.

Dinheiro programável: os pais de uma criança ou adolescente podem transferir a mesada e atrelar seu gasto apenas para um determinado fim, como alimentação ou atividades culturais, por exemplo.

Cronograma: por enquanto tudo ainda está em fase de testes entre o BC e as instituições financeiras, processo que deve ir até fevereiro do ano que vem.

  • O piloto checa a viabilidade e a privacidade da plataforma utilizada (Hyperledger Besu, baseada na ethereum) e simula a troca de dinheiro envolvendo o Drex e os ativos tokenizados.
  • A expectativa é que no fim do próximo ano ou no início de 2025 clientes reais possam fazer as primeiras operações (ainda em modelo de testes).

Procura por títulos isentos aumenta

Em meio às discussões envolvendo tributação de fundos exclusivos e a cobrança de IR (Imposto de Renda) sobre dividendos, os mais ricos têm investido cada vez mais em títulos que são isentos da mordida do Leão da Receita.

  • É o caso de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (do agronegócio), LCAs (Letras de Crédito Agrícola) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).

Em números: nos segmentos private (investimentos acima de R$ 3 milhões) e varejo, as aplicações com isenção tributária atingiram R$ 976,7 bilhões em junho, alta de 22% em relação ao semestre anterior, segundo dados da Anbima, agência autorreguladora do mercado de capitais.

Essa foi a maior variação percentual entre as principais opções. A pesquisa também considera CDBs (11,8%), ações (8,7%), títulos públicos (17,2%) e outros (17,2%).



O que explica: além do benefício tributário, a ampliação da oferta de produtos isentos pelos bancos também favoreceu a demanda pela categoria, afirmou Ademir Correa Júnior, presidente do fórum de distribuição da Anbima.

Ele prevê que o início do ciclo de queda da taxa de juros deva ampliar a procura por investimentos em ações no segundo semestre.


O 'inferno astral' da Bud Light

A queda das vendas da cerveja americana Bud Light, que deixou de ser a mais comercializada no país, tem outras razões além do boicote de setores conservadores à propaganda com a influenciadora trans Dylan Mulvaney, em abril.

  • O Financial Times mostra que o setor cervejeiro, que movimenta US$ 115 bilhões nos EUA, passar por mudanças no país.
  • Entre elas, está a preferência por cervejas artesanais e importadas, além do consistente ganho de mercado de bebidas destiladas.

Em números: a AB InBev, empresa que é dona da Bud Light e tem entre seus principais acionistas o trio de bilionário brasileiros do 3G, disse que suas receitas nos EUA caíram 10,5% no segundo trimestre.

  • A Heineken, sua maior rival a nível global, disse que o volume de cerveja que vendeu nas Américas caiu 1,5% em relação ao ano passado, devido ao mercado "suave" nos EUA e no México.

Mas as concorrentes locais da Bud Light foram bem no trimestre.

  • A Molson Coors registrou alta nas vendas de suas marcas Coors Light e Miller Lite, que superaram as da Bud Light em 50%.

O executivo-chefe da AB InBev, Michel Doukeris, garantiu a analistas e investidores que o apoio à Bud Light ainda é sólido. Ele citou uma pesquisa com 170 mil consumidores americanos que apontou que 80% tinham uma visão "favorável ou neutra" em relação à marca.

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