Os irmãos Ramiro e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios da 123milhas, faltaram novamente nesta quarta (30) à sessão da CPI (Comissão Parlamentar Inquérito) de Pirâmides Financeiras.
Eles alegaram ter uma reunião na mesma hora com o ministro do Turismo, Celso Sabino (União) e que por isso não poderiam participar da reunião. O encontro não está na agenda pública do ministro.
No ofício enviado à CPI, os sócios da 123milhas disseram que poderiam comparecer em qualquer data a partir desta segunda (4).
Diante disso, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), pediu a condução coercitiva de ambos. " Me causa muita estranheza que convocados para dar esclarecimento a essa CPI atravessar uma agenda com o ministro do turismo para não comparecer", disse. Agora, eles serão ouvidos no dia 6 de setembro.
Os dois eram esperados nessa terça (29) na CPI, mas eles não foram e justificaram a falta dizendo que não tinham sido formalmente convocados pela comissão.
Na sessão desta quarta os parlamentares aprovaram a convocação de cinco executivos da companhia e outros três que são de subsidiárias ou da holding da 123milhas.
A agência de turismo virtual vive uma crise desde que anúnciou o fim das passagens e pacotes promocionais no início de agosto.
Nessa terça, a empresa pediu recuperação judicial e declarou dívidas de R$ 2,308 bilhões. Caso seja aceito, os clientes da companhia podem ser os últimos a receber os valores devidos.
Se um pedido de recuperação judicial é aceito, a companhia consegue evitar a cobrança de dívidas e ganha tempo para organizar um plano de pagamento. A empresa pede a suspensão pelo prazo de 180 dias de ações de credores e consumidores que tenham ido à Justiça após a interrupção de serviços.
Na segunda (28), a 123milhas já tinha anunciado uma reestruturação, com corte de pessoal. O número de demissões não foi informado, mas a Folha apurou que são cerca de 200 desligados. A empresa suspendeu ainda o site HotMilhas, de venda e compra de milhas aéreas.
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